Será um sonho? (13)

4.1K 360 101
                                    

Marília:

Após Maraísa tirar a ruiva as pressas dos meus braços eu ainda estava ali, sentada no chão olhando para a porta esperando ela voltar, mas ao invés disso, pude escutar sua discussão com sua irmã.

Estava me achando uma tola por ter feito aquilo, embora seja uma vontade minha a alguns meses.

Puta que pariu, eu só pioro tudo! Se minha família já tem fama de pedofilia sem ser, agora estou dando razões.

Uma certa coisa que ainda não havia contado é que, acompanho Maiara desde seus dez anos, embora sempre soubesse da sua existência e da sua família.

Sobre a sua família comentarei depois, até porquê temos muito envolvimento, mas isso não é assunto pra agora.

Não posso dizer que acompanhava, já que nem seu nome sabia, ou qualquer outra coisa da garota, mas sempre fiquei atenta em quando sua mãe a colocaria a venda para pegá-la para mim e tirá-la daquele inferno.

De sua irmã, podemos dizer que fiz pouco caso. A que sempre me chamou atenção foi a ruiva, com seu lindo jeito encantador, com a sua bondade, inocência.
Ela sempre esteve em cada pedaço quebrado do meu coração, e talvez...

Só talvez...

...Com o que aconteceu hoje, ela conseguiu curar feridas sem nem saber da existência com o que me deixou fazer.

Sentir seus lábios nos meus foi incrível, e eu ainda estava em êxtase. A gritaria lá fora nem parecia existir mais, embora agora esteja muito pouca, ainda se dava para escutar murmuros, mas eu não liguei.

Ela não me deixou fazer aquilo por mera conhecimento, ela realmente se entregou. Sentia seu corpo vibrar em minhas mãos, sentia ela se arrepiar.

Eu confesso, perdi minha sanidade ao sentir sua mão quase pegando em meus seios, a desejei como nunca desejei ninguém e naquele momento, já havia esquecido quem nós éramos, esqueci idade, antepassados, onde nós estávamos. Eu havia esquecido... Até sua irmã aparecer.

Obtive uma espécie de nervosismo misturado com prazer em me ver desgovernada tentando fingir que nada havia acontecido quando na verdade era bem óbvio o que havia acontecido, e sabe-se os Céus a quando tempo ela estava ali.

Continuei ali parada como uma idiota olhando para a porta esperando que ela voltasse, esperando para retomar seus lábios nos meus como antes ou até melhor.

Mas ela não voltou...

Sua discussão com a irmã cessou, e eu não escutei mais nenhum barulho dentro daquela enorme mansão.
Com uma provável carinha de cachorro abandonado me levantei juntando o resto dos papeis e objetos lembrando dela em cima daquela mesa me olhando completamente vergonhosa. Sorrio com a minha imaginação indo longe demais.

Arrumei minha mesa e me sentei ali novamente, olhando fixamente para a tela do notebook.

O que vou fazer agora?

E se o delegado me sentenciar? Na certa ganharei muitos anos...

- Sra. Mendonça? - Disse Huff na porta de meu escritório.

Apenas o olhei por cima da tela.

- O detetive está aqui, disse que é urgente!

- Mande-o entrar imediatamente!

O que ele faz aqui? Sua última vinda tem um ano e não foi com boas notícias.

Me aprecei em levantar, pegando o hobby que havia no sofá vestindo o mesmo o amarrando na frente, arrumando os cabelos e ficando em frente a minha mesa, com a mesma pose de alta classe de sempre.

O Leilão | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora