O Leilão | Mailila

O vestido amarelo... (16)

Maiara:

Lutando para não acordar, podia sentir seu braço em minha cintura, melhor dizendo, por baixo do fino pano do meu pijama. Estávamos grudadas uma na outra e aquilo me dava uma sensação tão boa.

Logo me lembrei do que aconteceu a horas atrás. A imagem dela nua por baixo de mim. Eu não sei o que deu em mim, mas eu estava completamente fora de órbita e louca pra senti-la em meus braços.
A ouvir sussurrar meu nome, nua e tão entregue à mim.

Olhei o relógio, onde indicava dez horas da manhã, e ao me virar lentamente para seu lado, a vi de olhos fechados, sentindo o cheiro de meus cabelos.
Embora quisesse continuar ali, preferi me levantar para não acordá-la. Lentamente fui tirando seu braço de minha cintura, mas em uma pegada rápida a mesma me puxou para ela, abrindo seus olhos.

- Onde vai, mocinha?

- Está acordada, mamãe? Perdão.

- Ruiva... Não tire meu eixo.

Apenas soltei um sorriso, e me aproximei de seus lábios, dando um breve selinho.

- Bom dia, mamãe.

- Bom dia, gatinha.

Ela se levantou, e meus olhos percorreram por todas as suas curvas bem marcadas pela camisola apertada e sexy que a mesma vestia. Mordi meu lábio nervosa e sentindo uma pontada em meu útero, me fazendo respirar fundo e me ajeitar na cama.

- Onde foi depois que me deitei? Acordei duas vezes e não lhe senti na cama.

A mesma me olha se escorando na porta do banheiro.

- Sai para respirar. Certa pessoa não pegou leve com a mamãe, meu Amor. - Ela pisca para mim e entra para o banheiro.

- Percebi mesmo... Suas mãos não deixaram meu corpo em paz um só minuto antes que saísse.

Ela rapidamente me olha.

- Vo-você estava acordada? - Ela gagueja nervosa.

- Isso é abuso, sabia, mamãe? - Ando até a mesma.

- Eu... Ruiva... Eu preciso tomar banho, tenho muitas coisas para resolver hoje. - Ela fecha a porta.

Solto uma risada baixa e me sento novamente na cama.

Por que o nervosismo? Ela ficou vermelha e isso foi engraçado.

Rindo feito boba, passei meus olhos por todo seu imenso quarto, reparando em porta-retratos, e uma linda foto dela na parede... Vestido longo amarelo, e uma barriga linda.

Então ela realmente tinha um filho...

Ela estava tão linda naquela foto. Deslumbrante! Muito mais que todas as outras. Mais uma vez me peguei sorrindo feito idiota.
Inalei todo seu perfume que rodeava aquele quarto,e feito boba, abracei seu travesseiro sentindo o cheiro de seus cabelos.

Logo ouvi o barulho do registro ser desligado. Fiquei ali, encarando a porta do banheiro ainda fechada. Em poucos minutos, a vejo sair enrolada em um roupão, com uma toalha em seus cabelos.
A encarei profundamente, desta vez nos olhos, reparando em suas olheiras e olhos avermelhados. Sua fase parecia cansada, ou melhor, exausta.