Mais tarde...
- A Marília acabou de chegar. - Disse minha irmã.
Eu estava tentando fazer o bendito bolo com a ajuda da internet, óbvio. Minha irmã estava ali só contando as fofocas, enquanto eu estava toda atrapalhada tentando fazer aquilo.
Senti um braço envolver minha cintura pouco tempo depois do anunciado da minha irmã, e seus lábios logo tocaram minha nuca num beijo macio e carinhoso.
- Está cheirosa, Cor de Mel. - Disse soltando um ar fresco em minha nuca de alguma bala não identificada por mim.
- Estou toda suada. - Me virei para ela, vendo seu filho dormindo em seu peito. - Alguém está cansado.
Ela direcionou seus olhos para o filho.
- Ele brincou muito hoje. Precisa de um banho, os cabelinhos estão cheios de areia. Ele quase que se enterrou na areia. - Acabei por rir daquele relato, mas a cara de desespero dela era o mais engraçado. - Não ri, vou passar umas duas horas só pra tirar isso do cabelo dele.
- Eu ajudo você, relaxa.
Marília me olhou estranho, um pouco assustada também, mas não liguei e voltei a fazer o bolo.
- Achei que estivesse brincando quando disse que faria o bolo.
- Também achei. - Acabo rindo e ela me acompanha na risada.
- Fernandez está trazendo umas coisas que comprei pro jantar, vou apenas tomar um banho, dar um banho nele, por pra dormir e desço pra gente fazer.
- Ok, vou acionar os bombeiros de agora pra eles não chegarem em uma situação já crítica.
- Só você viu! - Ela riu.
Marília pegou em meu maxilar virando um pouco meu rosto e me deu um beijo.
Ah, que saudade da sua boca na minha...
Entrei com meus dedos por seus cabelos e continuei aquele beijo, mas...
- Deixa eu só tirar ele do meio de vocês pra não esmagarem a criança inocente aqui. - Minha irmã disse pegando o pequeno dos braços da mãe com o maior cuidado.
Acabamos sorrindo ainda com os lábios colados, e então fui pega de surpresa por uma de suas mãos pegando firme em minha cintura e uma acochada no balcão. Ela sorriu puxando de leve meu lábio inferior com seus dentes para, logo em seguida, chupa-lo.
- Eu estava com saudade, ruiva. - Ela sussurrou contra meus lábios.
A respondi com um simples beijo calmo mas repleto de desejo. Não desejo de cama, mas desejo de senti-la, de saber que ela está ali. Um tipo de sensação nova. Nossos corpos estavam quentes e arrepiados, mas não de tesão. As línguas faziam movimentos sincronizados e gostosos, enquanto as mãos brincavam com as peças de roupa e apertavam o corpo com uma extrema delicadeza e loucura.
Ela me ergueu e me sentou no balcão, arrancando uma risada minha parando aquele beijo delicioso.
- Você ficou linda com esse avental, mas ele está grande demais pra você. - Ela acariciou minha coxa.
- Pois é, está igual um vestido. - Faço dengo.
- Quando eu descer, vou te dar um "presente".
- O que é?
- Sabia que a curiosidade matou o gato, mocinha? - Ela tocou a pontinha do meu nariz sorrindo.
- Aaah, por favor, me fala.
- Não, não. Vou lá, já volto, pequena.
Assenti. Ela pegou o filho com cuidado para não acorda-lo e me deu um último selinho antes de subir. A acompanhei com o olhar, até vê-las sumir.
- E esse sorrisinho bobo aí, Maiara? - Minha irmã provoca.
A encarei.
- Que sorriso?
- Esse aí no teu rosto.
Só então percebo que havia um sorriso estranhamente bom em meus lábios.
Bom, sempre que ela estava por perto aquilo acontecia...
Ou ela nem precisava estar tão perto, mas sim conectada aos meus pensamentos, me dando a sensação incrível de um "carinho a distância". Uma saudade misturada com a sua presença dentro de mim.
Eu não sei explicar...
Ela me confunde, e em partes, eu gosto dessa confusão.
- Idiota!
- É você que não se assume logo.
- Vai caçar um macho Maraisa.
Ela começou a falar ladainhas no meu ouvido mas eu preferi voltar a fazer o bolo.
Aaah, o beijo dela não saia da minha mente, meu corpo ainda estava com as sensações de seu toque e minha boca o gosto fresco de menta...
- Maiara, acorda! - Minha irmã chamou minha atenção.
Me dou conta de que estava parada feito uma boba olhando para as paredes.
- Me deixa em paz caralho. Vai dar esse teu priquito murcho.
- Não tô afim.
- Se não quer dar, usa o dedo, você está precisando urgente. - Comecei a lavar a louça que havia sujado.
- E você também.
- Não preciso não, a mamãe faz tão bem que posso esperar por uma semana, embora eu não queira. Faço estoque de calmaria pós-sexo.
- Isso porque só tem quatorze anos... Deus é mais!
- Ah Maraisa, vai pensar em como vai ser o quarto da criança e me deixa em paz.
Ela riu e por glória, se calou. Continuei arrumando tudo que havia bagunçado - O que não era pouca coisa. Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas pude ouvir o barulho dos chinelos se chocando com o piso de porcelana, e sem ao menos olhar para trás, sentindo o doce aroma de baunilha... Aquele cheiro me deixa louca.
Assim que olho para trás, vejo a loira com seus cabelos molhados, rosto limpo - O que transpareceu o seu cansaço nítido, mas uma alegria enorme no olhar.
Metade de seu corpo era coberto por um hobby de ceda na cor preta, com uma fitilha da mesma tonalidade amarrada em sua cintura. O leve decote me fez ter a certeza de que por baixo daquela veste só avisa uma coisa: uma lingerie extremamente sexy, que julgo ser da mesma cor que seu hobby.
Ela estava... Estava linda.
Gostosa! Uma puta de uma gostosa!
Aaah aqueles lábios rosados... Poderiam fácil fácil ficarem vermelhos com os meus beijos.
Seus passos clássicos de direcionaram a mim, e meu coração acelerou ao sentir o cheiro de baunilha se aproximar cada vez mais, junto com seu corpo.
- Respira e não pira. - Minha irmã sussurrou em meu ouvido.
Pra falar a verdade, não entendi muito bem o que ela havia dito, estava focada na bela imagem da loira andando em câmera lenta até mim.
Ao vê-la parada em minha frente, encarei seus lábios, os vendo fazerem movimentos. Por um instante, me irritei por vê-los trabalhando e não ser em minha boca.
- Cor de Mel? - Ela chamou minha atenção e eu recebo uma cotovelada da minha irmã, me trazendo de volta para a realidade.
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O Leilão | Mailila
FanficMaiara, uma menina de quatorze anos, doce e muito carinhosa. vem de uma família pobre e rigorosa, porém muito maldosa. Após a venda de sua irmã mais velha, Maraisa, a mesma ficou so em casa com seus país. Sua inocência a fez acreditar que a irmã s...