Duas bêbadas (26)

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- Mãe? - Léo a chama entrando na cozinha.

- Oi, querido? - Ambas respondem juntas, sorrindo em seguida, arrancando uma risada do filho.

- Eu... Eu queria chamar a Mariá pra um cinema, jantar... Não sei.

- Ebaa! Finalmente! - Maiara comemora. - Quando? Eu te ajudo. Desde que seja consciente.

- Hoje ou amanhã. - Se sentou ao lado da mãe na mesa. - Eu realmente estou gostando dela, mãe. Eu não paro de pensar naquela boca... E a gente ainda nem se beijou.

- É... Eu atrapalhei. - Coçou a nuca meio sem jeito.

- E você mãe, o que acha? - Olhou para a loira.

A mais velha olhou para ambos meio perdida, e então suspirou pesado abaixando a cabeça.

- Alguém... Alguém pode me dizer quem é Mariá? Eu... Eu não me lembro. - Mordeu o lábio de nervosismo.

- Droga! Esqueci! É minha melhor amiga mãe. Você sempre disse que queria que ela fosse sua nora. Eu tô gostando dela e eu queria realmente tentar algo a mais.

- Ah... Ela é uma pessoa boa? - O menino assente. - Então... Tudo bem, eu ajudo você. Eu... Vou subir pra tomar um banho. - Saiu da cozinha.

Maiara e Léo se entreolharam.

- Ela... Por que ela ficou assim? - Perguntou o menino, meio confuso.

- Vou falar com ela. - Subiu.

Entrou no quarto e viu Marília tentando não chorar de todas as formas.

- Ei minha vida, por que está assim? - Se aproximou.

- E-Eu não sei nada da vida do meu filho. Ele está apaixonado e eu sequer conheço a garota. Eu... Eu me sinto tão mal. Por que tudo de bom na minha vida foi apagado assim? Por quê? - Disse entre soluços.

- Talvez... Isso tem um lado bom.

- Qual Maiara? Qual lado bom? Eu não lembro da vida do meu filho. Não lembro da vida da minha filha. Eu não lembro quem eu sou!

- Nós nos acertamos amor. Isso trouxe o nosso amor de volta...

- E daí? Quer que eu aplauda de pé os danos que essa merda me causou? Eu tô nem aí pra isso, eu só queria ao menos lembrar dos meus filhos. - Disse sem pensar.

Os olhos da ruiva se encheram de lágrimas imediatamente, e então Marília percebeu o que havia dito.

- Não... Eu não dizer isso. Amor, me perdoa.

- Recupera seus filhos, Marília. Corre atrás do prejuízo porque ele é grande. - Disse e saiu dali.

Marília foi atrás dela, pegando em seu pulso.

- Amor, me perdoa. Por favor, eu... Eu falei sem pensar. Ter você de volta foi a melhor coisa que...

- So... Só cala a merda da boca Marília! Não me magoa mais. - Se soltou dela e saiu andando.

- Mai? Amor... Olhos lindos? - A chamou ainda parada no mesmo lugar. Maiara parou de andar na mesma hora, e então abaixou a cabeça suspirando pesado.

- Vai atrás dos teus filhos, Marília. - Entrou na primeira porta que viu.

Marília magoada consigo mesma deu um soco na parede.

- Porra! Você faz tudo errado... Tudo. - Diz chorando. Ela foi onde a esposa estava, mas mesmo batendo e implorando para que ela abrisse, Maiara não falou nada.

Ela suspirou pesado e então desceu atrás do filho, também não encontrando ele. Deduziu que havia saído, então resolveu sair também para esfriar a cabeça e descidi conversar com a ruiva mais tarde.

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