Volta pra gente (08)

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Marília:

Não é possível. Eu não estou ficando louca! Não estou!

Me tiraram meu filho, e agora que acordei depois daquela merda de cirurgia tem uma mulher alegando ser minha esposa(?).

A última coisa que lembro é daqueles infelizes tirando meu filho dos meus braços e nada mais.

Minha cabeça doía. Meu corpo inteiro doía. Mas meu peito doía muito mais por um simples motivo: Ver aquela moça tão desesperada ao meu lado.

Aqueles médicos fizeram uma bateria de exames em mim e eu só queria saber do meu pequenininho, mas que ninguém sabia responder onde ele estava. Na verdade, todos disseram que eu não tive bebê. Tá tudo muito confuso. Eu sei que eu tive meu filho, como assim eles não sabem?

Levantei a droga daquele vestido de hospital e... E só tinha uma pequena cicatriz quase imperceptível.

- Não! Eu tive meu bebê. Eu tive meu bebê ontem... Ou hoje... Eu tô perdida, mas eu tive meu bebê! Alguém me diz onde está meu bebê. - Comecei a chorar.

Entrei em desespero perguntando para todos que passavam na minha frente sobre o meu bebê. Sai dali daquela sala indo a procura da maternidade, e quando achei, olhei todos aqueles bebês no berçário a procura do meu bebê, mas ele não estava lá...

- Marília... - Aquela moça veio até mim lentamente.

- Eu já falei para não chegar perto de mim! Eu não conheço você!

Ela nada falou, mas me abraçou.

Por uma estranha sensação, eu a abracei de volta me sentindo confortável.

- O Léo está na escola.

- Escola? Meu filho acabou de nascer!

Ela suspirou.

- Ainda temos umas coisas há conversar. Vamos voltar pro quarto.

Não respondi mas resolvi obedece-la. Fomos para o quarto outra vez e ela se sentou em uma poltrona ao meu lado. Sentei na cama a olhando esperando que ela falasse, quem sabe tirasse tantas dúvidas da minha cabeça.

- Ok, você provavelmente perdeu a merda da memória, mas vai ser passageiro. Até lá, preciso que saiba que, seu filho está bem, está na escola. Sim, ele tem quase dezesseis anos. Não tem só ele. A gente teve também a nossa filha, a Aurora.

Filha? Como assim eu tenho uma filha? Com ela?

O que tá acontecendo?

Eu nada respondi, mas fiquei obcervando-a. Ela batia o pé a cada segundo, mordendo o lábio, segurando as lágrimas.

Mas... Tinha uma beleza jamais vista por mim em toda a minha vida.

- Qual seu nome? - Perguntei.

- Maiara...

- Não, seu nome completo.

Ela me olhou meio confusa e pensou um pouco, suspirando em seguida.

- Maiara Carla Mendonça Pereira. - Desviou seu olhar.

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