Número desconhecido (68)

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Nos primeiros dias nós passávamos vinte quatro horas em ligação, mesmo de longe não desgrudávamos, mas com o passar dos dias fomos nos afastando, nos falavámos pouco até não nos falarmos mais. As últimas mensagens eram minhas, mensagens essas que só foram visualizadas por ela e tive meu contato bloqueado.

Eu morria cada dia mais por saber que não tinha ela ali, sentia seu cheiro por todos os cantos, mas quando a procurava, não a encontrava.

Chorar na madrugada abraçada com seu travesseiro virou rotina, enquanto implorava aos Céus que ela voltasse para os meus braços.

Já não via mais graça em nada já quem trazia graça a minha vida era aquela loira. Transar com Fernando se tornou uma coisa horrível, fingir prazer não era comigo, então pra chegar não ápice eu lembrava de suas mãos em meu corpo, do jeito que ela me amava, e só assim conseguia. Isso não durou muito já que em uma das vezes que imaginei ela em meio a nossa transa acabei gemendo seu nome. Foi a primeira vez que ele me deu um tapa em cheio na cara, e me fez transar a noite inteira com ele alegando que me faria imaginar ele quando estivesse transando.

Mais uma noite abraçada em seu travesseiro enquanto via pela terceira vez nossa série tentando imaginar ela ali. Não tinha seus xingamentos, não tinha ela pra surtar quando seu personagem favorito morresse.

Não tinha ela.

- Metade... - Maraisa se aproxima.

Apenas a olhei.

- Eu trouxe umas frutas pra você comer, você não comeu nada hoje. - Ela se sentou na cama.

- Eu não quero frutas, eu quero ela.

Ela abaixou a cabeça suspirando pesado enquanto olhava um envelope em sua mão.

- Ela enviou o convite...

Me levantei rapidamente pegando aquele papel, abrindo enquanto me sentava para ler.

As letras eram douradas e delicadas, os nomes dos noivos em destaque e um pequeno discurso para os convidados, data, hora, e locais. Logo em baixo tinha meu nome, da minha irmã, Luísa, Lua e Fernando.

Eu lia aquilo com os olhos inundados, mãos trêmulas e o coração ainda mais quebrado. Escutei meu celular apitar, e quando peguei era um número desconhecido, mas resolvi abrir mesmo assim.

Desconhecido On:

- Oi... Bom, acredito que já recebeu seu convite, mas eu preciso complementar o que não veio escrito naquele maldito papel.

- Quanto mais o tempo passa, eu sofro calada. Eu nunca consegui tirar você dos pensamentos...

- Como eu lhe explico que estou apaixonada pela minha moranguinho?

- Passe o tempo que passar, eu espero você. Espero mais um dia... Ou quem sabe um mês. Uma vida talvez?!

- Moranguinho, o que eu quero mesmo te dizer é: Eu estou cansando, mas o amor da minha vida é você.

- Me perdoa por tudo. Eu espero que você venha, eu quero ver você, tô morrendo de saudade.🥺

- Mas se não for confortável pra você, por mim tudo bem.

- Até algum dia, moranguinho.❤️‍🩹

- Marilia?

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