A noite de filmes...(14)

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Maiara:

Me encontrava deitada na enorme cama de Mendonça, com seu edredom cobrindo nosso corpo.

- Ah não, eu quero ver filme de terror, ruiva!

- E eu quero ver filme das princesas.

- Mas isso é coisa de criança!

- Por favor, Lila. - Peço fazendo biquinho.

Ela me olhou por longos segundos, e pude ver um sorriso em seus lábios. Sua mão veio até meu rosto, fazendo um carinho delicado.

- Tudo bem, filme das princesas. Vai querer comer alguma coisa?

Fiz uma cara de quem estava pensando em algo importante: com o queixo apoiado em minha mão, olhando o teto. Escutei sua risada e logo a senti levantando.

- Vou querer brigadeiro com pipoca!

- Vai ter que me ajudar a fazer! Bora, levanta e vamos.

Ela disse batendo palma animada. Sorrio e dou um pulo da cama, saindo saltitando dali, a ouvindo vir atrás.

Me detestei por um tempo por não conseguir manter minha barreira com ela, mas me entreguei por ver em seus olhos que ela não merecia aquilo. Por um lado, Marília só precisa de alguém que possa cuidar dela, que se importe, que dê atenção a ela e a faça sorrir, e é isso que quero fazer! Quero retribuir tudo que ela está fazendo por mim e pela minha irmã, de quebra ainda pelo meu sobrinho (a). Ela poderia pouco estar se importando com eles.

Entramos na cozinha e quando a olhei ela mesma estava perdida. Ri com a mão na boca a vendo procurar de armário em armário o que precisávamos.

- Ei! Por que está rindo? - Ela disse emburrada.

- Você não sabe onde fica as coisas?

Vejo ela ficar vermelha de vergonha.

- É que minha trajetória antes de vocês chegarem era do meu quarto a mesa de jantar, da mesa do jantar até meu escritório e novamente meu quarto. - Ela abaixa a cabeça - Não tinha porquê eu ficar andando por aí sem companhia.

- Uma casa imensa e você não aproveitava? - Pergunto me aproximando.

- É...

- Aposto que tem cômodos aqui que você não faz a mínima que existe. - Nós rimos. - Vamos explorar a casa de madrugada?

- Por que de madrugada?

- É mais legal. Mas só vale depois de um belo filme de terror.

- Ah não, Mai... - Ela disse manhosa com medo.

- Ah sim! Vamos achar os ingredientes vai, eu quero comer logo.

- Vai, procura do outro lado que eu procuro aqui.

Fui até o outro lado da cozinha procurando e ela fez o mesmo.

A cozinha era imensa, vários armários espalhados e completamente cheios. Um balcão no meio da mesma com um fogão implantado, cadeiras chiques em volta do balcão. Tudo em tons diferentes de preto.

- ACHEEEEIIII!! - Gritei feliz

- AAAH! - Ouço seu grito.

A olhei preocupada e a vi me olhando indignada com a mão no peito respirando aceleradamente. Cai na risada vendo seu estado.

- Porra, ruiva! Quer me matar? Meu coração já é sofrido demais pra tomar esses sustos.

- Que te matar o que, não sou igual eles. - Me refiro ao povo da cidade - Vem, eu achei o leite moça. Achou o chocolate? - Ela assente - Eu faço o brigadeiro e você a pipoca, pode ser?

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