Ainda há resquícios...(08)

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Em frente a casa de minha irmã, Marília respirava fundo mantendo seu alto-controle. As portas são destrancadas então saimos. Marília se direcionou até a porta da casa e parou ali.

- Chama? - Ela quebra o silêncio.

- Uhum.

Com o punho, dou três batidas na porta e chamo pelo nome de minha irmã. Logo, a porta é aberta por meu cunhado.

- Oi, balada. - Ele disse sorrindo.

Seu olhar se direcionou para a mulher ao meu lado, a olhando de cima à baixo, parando em seus seios.

- Maraisa está? - Pergunta a loira.

- N- Não... - Ele gagueja desconfiado.

Marília não pediu permissão, apenas saiu entrando dentro da casa e eu fui atrás, escutando o homem brigando conosco. Marília rodou a casa - que não era tão grande- e ao chegar no quarto, abriu a porta sem bater, vendo minha irmã sentada no chão encolhida e chorando em silêncio.

Me bateu um desespero enorme, fiquei imóvel sem saber direito o que fazer. Já a loira, com toda a delicadeza e calma, se abaixou em sua frente levantando delicadamente seu rosto limpando suas lágrimas.

- O que houve? - Ela pergunta.

Antes que minha irmã respondesse, percebi os olhos de Marília se direcionado as marcas que haviam no corpo de minha irmã, olhou sua barriga e respirou fundo.

- Ruiva, pega o mínimo de coisas da sua irmã e põe em uma bolsa. E você, levante-se!

- Eu não...

Marília se levantou e estendeu a mão para a morena, que pegou e se levantou pondo a mão em sua barriga..

- Ajude sua irmã. Eu vou resolver uma coisa. - Ela disse e saiu do quarto.

Olhei para Maraisa e a abracei forte, logo sentindo suas lágrimas molharem meus ombros.

Os gritos nos assustaram...

O abraço ficou mais apertado passando segurança uma para a outra. Maraisa chorava como uma criança em meus braços.

Marília:

Ver tantas pessoas me ameaçando sem nem saber se eu realmente estava ali dentro me corroeu por dentro. Uma dor absurda e infelizmente acostumavel. Sim, eu havia me acostumado com tais ameaças de morte, com os pedregulhos que eram jogados em minha janela na maioria das noites, entre outras coisas horríveis.

E eu só tenho vinte anos...

Acariciando meu peito para amenizar a angústia senti os dedos da ruiva se entrelaçando nos meus, e então aquilo de certa forma aliviou tudo que eu sentia.
O carinho em minha mão fez com que meu coração palpitasse agora de outra forma, uma forma que não não explicar, mas não era por uma dor imensa e inexplicável.

Sinal de que sua barreira comigo estava se quebrando e aquilo era ótimo porque agora eu poderia ter uma companheira. Amigas talvez?

Após chegarmos no destino, respirei fundo desejando imensamente que ninguém ali me reconhecesse, então saímos do veículo. A ruiva a chamou e logo a porta foi aberta por um homem.

Um homem nojento!

Seus olhos passaram por todo meu corpo sem qualquer pudor, devorou meus seios ferozmente em seu pensamento e quase babando com aquilo. Que desconforto!

O Leilão | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora