Egoísmo... (30)

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Continuamos no quarto da Lila vendo série quando a porta abriu. Levei meus olhos até ali e a vi com a sua miniatura nos braços, e logo atrás, Fernandez com um monte de bolsas nas mãos e braços.

O sorriso nos lábios da loira era o mais lindo, enquanto admirava seu pequeno dormindo em seu peito tranquilo.

Ela se direcionou até a cama se sentando ali, e eu fui ate ela admirando aquele pedacinho de gente.

- Ele é... É lindo! - Faço um leve carinho em seus cabelos.

- Puxou a mamãe! - Falou convencida. - Eu vou dar um banho nele e levar ele no cabeleireiro pra arrumar essa jubinha de leão. Fernandez, pode deixar essas bolsas aí no canto. A banheira põe no banheiro pra mim, por favor. Obrigada pela ajuda.

O homem sorri simpático e faz o que ela pediu, saindo logo do quarto. Marília admirava o menino com os olhos brilhando, fazendo carinho em seus cabelos.

- É... Mamãe, você não está esquecendo de nada? - Perguntei meio sem jeito.

Ela me olhou confusa.

- Do que está falando?

- Do meu beijo... - Digo meio tímida.

Ela abriu a boca um tanto quanto surpresa e veio até mim me dando um selinho demorado. Forcei minha língua ali para que ela pudesse abrir a boca e assim ela fez, me deixando aprofundar aquele beijo. Fiquei de joelhos na cama e peguei em seus cabelos, sentindo seu beijo ir esquentando, enquanto chupava minha língua e meus lábios. Tentei ir mais a fundo, afinal, estava com saudade do seu beijo, mas ela parou imediatamente ao ouvir os murmuros do filho que havia acordado.

- Oi, meu amor.

- Mama. - A olhou nos olhos.

Suspirei pesado sentindo um sentimento novo dentro do peito. Não posso dizer que era raiva, mas também não podia que não era. Era um tipo de "inveja".
Até então só eu a chamava de mamãe, e como ele chega assim?

Ela começou a brincar com ele, cantar pra ele, como todas as mães faziam com os filhos. Bom, menos a minha...

Eu abaixei a cabeça e voltei a atenção para a série que passava na tv, que já não fazia mais sentido. Vi Marília se levantar e ir até o banheiro com ele, escutei o barulho do registro sendo ligado e logo a banheira enchendo. Direcionei meus olhos para o banheiro, vendo ela o por em pé em cima do vaso sanitário fechado, e tirando sua roupinha velha fazendo palhaçadas com ele. Depois de dar banho nele, ela o vestiu com um boddy branquinho, um short folgado e um chinelinho preto, penteou seus cabelos e o pegou nos braços novamente.

- Cor de Mel, eu vou ali no salão, tudo bem?

Apenas assenti com a cabeça. Ela veio até mim e me deu um selinho, mas acabou por não retribuir.

- Eu não demoro, minha pequena.

Não respondi, a vendo sair com o menino nos braços.

- Aí que raiva! - Digo assim que a vejo sair.

- Calma! O que houve?

- Ela vai me trocar por ele. - Minha voz saiu embargada, com um nó gigantesco e dolorodo preso na garganta.

- Óbvio que não.

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