Uma bela história de vida (02)

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Marília:

02:39 eu permanecia em meu escritório arrumando as asneiras que os funcionários fizeram.

Geralmente essa era minha rotina, trabalhava madrugada a dentro, dormindo quatro da manhã ou até mais.

Sou dona das maiores empresas de Veneza (Itália), o que me fez se tornar a mais "poderosa" por aqui, mas eu não desfrutava desse privilégio, mal colocava os pés fora da imensa mansão em que morava.

Decido ir dormir sem ligar mais pra tantos problemas, então desligo todos os aparelhos, guardo os papéis nas gavetas em baixo da minha mesa.

Levantei me espreguiçando, peguei meu celular e saí trancando a porta.

Andando pelo corredor imenso daquela casa, suspiro olhando para cada porta, onde poderia estar cheia.

Devem estar se perguntando onde está minha família, ou se sou casada, tenho filhos. Vou contar um pouquinho pra vocês...

Família Dias... Uma família bem cobiçada por toda a Itália. Qual motivo de tanta ganância em cima de nós? Extorsão de dinheiro, tráfico, assassinatos, etc.

Minha família era a pior da Itália, todos queriam matá-los mas também tinham medo.

Éramos em quatro, meu pai Mário, minha mãe Ruth,  meu irmão mais velho João e eu, Marília. Meu irmão infelizmente faleceu após um tiroteio que a polícia armou em nossa casa.

Todos foram expulsos daqui, mas eu fiquei. Ninguém sabia da minha existência, meus pais me escondiam a sete chaves por medo de que algo acontecesse comigo, eu era a princesinha de todos dentro da enorme casa.

Após a polícia entrar em nossa casa, escutei minha mãe me mandar se esconder, então pensei com a minha cabeça ingênua que poderia me esconder onde sempre me escondi para não levar bronca ao fazer merda, e também meu lugar seguro. Era um sótão muito bem camuflado que ficava logo em cima do meu quarto. E realmente ninguém me achou. Não foi por falta de procura.
Bom, eu tinha dezoito anos, poderia enfrentá-los junto aos meus pais, mas não fiz isso, eu estava com muito medo.

Até hoje não sei onde estão meus pais, se estão vivos ou não, onde moram ou o que fazem da vida.

Devem também se perguntar como eu me tornei a mais rica de Veneza... Meus pais tinham em seu quarto um cofre com bilhões dentro, então me agarrei naquilo.

Passado uns dias, a menção onde morávamos estava sendo vendida pelo governo, então eu fiz documentos falsos pondo meu nome em Marília Mendonça, tirando o Dias de tudo, e comprei novamente minha casa.
Com o restante do dinheiro, comprei uma empresa e dela consegui mais bilhões, comprando mais e mais. Hoje, sou dona de quase todas as casas de show, boates, e empresas de diversos tipos.

Mesmo minha casa vivendo cheia, me sinto sozinha.

Cheguei a cogitar em adotar uma "criança". Fui até o orfanato, e achei uma menina linda. Tinha seus cabelos longos e morenos, olhos verdes e pele branca, treze anos. Entrei com todo o processo, e no final, fizeram um processo de "identificação", pegando minha digital descobrindo realmente quem eu era e de meus ancestrais. A notícia logo correu por toda a cidade, e os ataques começaram. De cinquenta seguranças espalhados pela enorme mansão, agora eram setenta.

Vocês se perguntam: por que ela não se muda?

E eu de imediato respondo: Porque eu não quero!


Consegui um acordo com o governo, e eles viram que não sou uma ameaça, então sigo livre, menos de todos os ataques em frente a minha casa. Aquilo era um saco!

- Me chamou, Sra. Mendonça? - Perguntou um dos meus seguranças.

- Murilo! Sim, chamei. - Eu entro em meu quarto e ele faz o mesmo.

Joguei-me na enorme cama confortável que tinha no centro do quarto. Estava de vestido, então seus olhos se direcionaram de imediato as minhas pernas e foram subindo até minha pequena calcinha.

- Vai ficar parado ai? Tranque a porta e venha! - Ordeno.

Murilo era um homem alto, forte e com um corpo definido. Tirando a cabeça. Era enorme! (A cabeça de cima, viu? A de baixo não faço propaganda).

Eu curtia os dois lados da sexualidade, e nunca me importei com isso. Murilo me satisfazia. Embora seja apenas um sexo sem compromisso, era bem gostoso.

Após terminarmos, já estava batendo quase quatro da manhã, então fiz o que sempre faço, me levanto e vou para o banho, escutando a porta bater.

Depois de um belo banho, nua mesmo me joguei em minha cama, me cobri inteira pelo ar-condicionado estar no mínimo possível e apaguei.

Acordo horas depois com raios de sol entrando pelas cortinas que a horas atrás esqueci de fechar. Me levantei sem mais delongas bufando de sono e decepção. Fiz minhas higienes matinais e me vesti, pondo um vestido colado que ia até os joelhos em um tom preto, seu decote era profundo e exalava sensualidade, deixo meus cabelos soltos e nos pés um salto da cor do vestido.
Pego meu celular e desço até a cozinha.

- Fernandez, não se esqueça daquele leilão está tarde! Eu quero a garota. Pode dar os maiores lances. O dinheiro não será problema.

O segurança confirma com a cabeça continuando em sua pose de defensa.

Havia visto a alguns dias sobre um leilão de uma garotinha linda. Não sabia seu nome, estão ao pensar nela, a chamava de ruivinha. Ela tinha seus olhos cor de chocolate, os cabelos longos e ruivos que pareciam ser naturais, e pequenina.

Não me julguem, eu vou sim comprá-la, mas não vou maltrata-la. Se não posso adotar, devo apelar para o dinheiro, coisa que tenho de sobra.

Eu não iria para esse leilão, deixaria que Fernandez fizesse isso por mim, quando ela chegar eu dou as boas-vindas.

Me sento em frente a mesa do café e novamente sozinha tomo um pouco de café.

Olho para todo o canto daquele cômodo e suspiro.

Queria apenas uma companhia, nem que fosse em silêncio. Eu amo ficar sozinha, mas as vezes só precisava de alguém que ficasse ao meu lado nem que seja para compartilhar o silêncio.

Após terminar meu mera café, horário que era para eu estar almoçando, eu me levanto e lavo a louça, mesmo Lúcia querendo me bater por meu ato "nobre".
Subo para meu escritório e lá fico o resto do dia.

O Leilão | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora