Maiara:
Calada estava. Calada fiquei.
Olhava Marília mexendo no celular. Eu fazia o mesmo. As crianças já estavam dormindo, então já estávamos na cama.
- Como foi o trabalho? - Ela perguntou sem tirar os olhos da tela.
- Bom. E o seu? - Volto a olhar o celular.
- Bom. - Pontuou.
Desligamos os celulares, viramos de costas uma para a outra e dormimos.
Acordamos no dia seguinte com o dispertador, levantamos dando apenas um bom dia uma para a outra e fomos tomar banho. Após isso, nós nos vestimos e fomos ver as "crianças", que já estavam acordadas.
Tomando café, ouvia minha filha falar de como está legal a escolinha nova e Léo também. Aurora havia entrado agora pra escolinha, estava com seis aninhos. Marília estava calada, apenas respondia o que nossa filha falava com um sorriso no rosto.
Me assustei... Seu sorriso já não me fazia sorrir...
A algum tempo nos perdemos.
As brigas começaram e com isso já nem lembramos mais o gosto da boca uma da outra. Não tendo em casa, acabamos procurando na rua.
É... Fomos pro ralo.
Enquanto a vida acontecia, o amor saiu pela porta afora.
Nós tentamos. Juro que tentamos. O problema é que parece que nenhuma de nós sabe ouvir. Já tentamos conversar diversas vezes, inclusive semana passada, mas nunca dá certo, nós sempre acabamos em brigas e isso assusta nossos filhos, por isso, preferimos deixar como está.
Confesso, é uma merda. Uma merda me deitar com outra pessoa pensando nela. Mas o que posso fazer? Eu não consigo mais me satisfazer com ela, nem ela comigo.
Nenhuma de nós consegue pedir o divórcio. Parece que quando tentamos falar, perdemos a voz.
Eu sinto saudade da minha mulher...
- Maiara, eu estou indo. Quer carona? - Disse ela, se levantando.
- Claro.
- Vamos, amores. - Disse para as crianças.
As crianças pegaram as mochilas e a gente as bolsas. Fomos pro carro e ela foi dirigindo.
- Essa noite eu vou sair, ok? - Comecei.
Ela se ajeitou no banco suspirando pesado. Sabia o que eu iria fazer...
- Ok. - A única coisa que disse.
O caminho foi em silêncio entre nós, já as crianças, cantavam e dançavam. Deixamos as crianças na escola e então Marília foi me levar até a minha empresa.
- Se for com homem, ao menos se previna. - Ela disse, sem me olhar.
Apenas assenti.
Bom, ultimamente eu ando ficando com alguns homens. Por quê? Não sei. Ela eu não sei... Ela não me dá satisfação sobre isso.
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O Leilão | Mailila
FanfictionMaiara, uma menina de quatorze anos, doce e muito carinhosa. vem de uma família pobre e rigorosa, porém muito maldosa. Após a venda de sua irmã mais velha, Maraisa, a mesma ficou so em casa com seus país. Sua inocência a fez acreditar que a irmã s...