O Leilão | Mailila

O Pedido (71)

- Eu trouxe flores, chocolate e ursinho. - Ela disse em meu ouvido.

O sorriso foi espontâneo nos lábios.

- Ursinho? Sério? - Digo empolgada olhando pra ela.

- Ursinho não, ursão. Ele é quase do seu tamanho.

- Ebaa. - Digo dando pulinhos ainda em seus braços. - Eu quero ver, eu quero ver! - Eu estava parecendo uma criança de três anos.

Ela se soltou de mim e saiu do quarto pegando no corredor um urso grandão branco com um lacinho marrom no pescoço. Novamente eu estava pulando de alegria e corri pra pegar. Era um pouco pesado e não dava pra envolver ele todo em meus pequenos bracinhos, mas eu tava apaixonada nele.

- Agora eu te perdi pro urso. - Ela ri.

Eu fui até a cama colocando ele ali, e antes de poder me virar, senti seus braços envolverem minha cintura e seus lábios darem beijos em meu ombro.

- Feliz aniversário atrasado e feliz ano novo, moranguinho.

- Feliz ano novo, mamãe.

Ela tirou de não sei onde um lindo buquê de flores vermelhas. Peguei em minhas mãos e levei até meu nariz inalando o cheiro bom que elas tinham.

Era impressionante o fato dela conseguir me agradar com meras coisas. Mesmo com tanto dinheiro, podendo me dar tantas coisas caríssimas, ela sempre me deu o mais simples, e não por ser egoísta com seu dinheiro, e sim por saber que são as coisas simples que me agradam.

Era tudo muito simples, mas tudo tão genuíno...

Me virei pra ela ainda com as flores na mão, sorrindo feito besta.

- Larga aquele idiota... - Ela fez carinho em meu rosto.

Coloquei as flores na cama e a olhei novamente.

- Eu que falo isso pra você. - Me aproximei.

- Eu dei um jeitinho nele. - Ela me puxou pela cintura colando nossos corpos. - Depois eu termino o serviço.

- O que você fez?

- Nada mais me importa se não for você, Amor.

Senti sua mão entrar por meus cabelos enquanto a outra ia ao encontro da minha bunda, apertando ali. Seus lábios tocaram suavemente os meus, de uma forma quente... Foi impossível não sentir uma corrente de energia passando por todo meu corpo me fazendo estremecer e se arrepiar.

Ela me direcionou até a cama, me deitando ali cuidadosamente e ficando por cima sem deixar de me beijar. Envolvi sua cintura com as minhas pernas para ter a certeza de que ela não iria fugir.

Como era bom ter ela ali... Como era bom me sentir viva outra vez. Seus lábios tocando os meus me deixava tão... Eu não sei explicar, e acho que nem precisa.

- Eu amo você. - Sussurrei contra seus lábios.

- Eu também amo você, moranguinho.

- FELIZ ANO NO... - Minha irmã entra gritando mas para ao perceber a presença de Marília ali. - O que você está fazendo aqui? - Ela disse, agora com raiva.

Marília se levantou.

- Não... Volta. - Digo manhosa.

- Eu já vou, meu Amor.

- "Meu Amor"? Você se casa com outra pessoa e vem usar a minha irmã?

- Maraisa, se acalma.

- Sai daqui, Marília. Por sua culpa eu passei a madrugada com a minha irmã no hospital porque ela está desde o dia daquele seu casamento ridículo sem comer, sem dormir, sem fazer porra nenhuma que não fosse ficar em cima de uma cama imaginando você aqui. - Ela gritou.