Os Dias estão de volta! (14)

2.1K 256 121
                                    


- A menininha da foto é a Aurora : ) - Autora

Narrador:

Vida vazia.

Sem sorrisos, sem brincadeiras, sem cor... Parece que as páginas do livro da vida ficaram brancas, sem vida...

Por um lado, Maiara. Em vista de que sua vida já não tem muito o que ser contada, afinal, perdeu o amor da sua vida, perdeu a alegria da filha, e consequentemente, também do filho. Como contar algo que não tem o que se contar?

Tentar sempre foi uma opção, mas uma hora as forças acabam...

O loop infinito que se tornou sua vida, não tem mais graça. Passa o dia cuidando da menina, e no final, bebe até cair apagada na cama. Abandonou o trabalho e todos os planos futuros. Ela simplesmente vive no automático.

Pelo outro lado, Marília. O que contar quando não se lembra de nada? Não tem vida... Viver todos os dias em uma tortura psicológica de saber que tem tudo, mas não se lembra de nada. Não conseguir olhar para os supostos filhos, nem para a suposta esposa a deixava atordoada.

Se sentia culpada por não dar suporte a eles. Culpada por vê-los sofrendo e não conseguir fazer nada.

Só que um lado, já não tirava a boca daquela ruiva da mente. Queria puxa-la pra si e beija-la com toda a vontade, mas não conseguia.

Um mês depois:

- Maiara? - Marília a chama.

Não obteve respostas.

Maiara estava jogada na cama de bunda pra cima, apenas com uma camisola curta e colada. Como sempre, bêbada.

- Maiara? - Continuou sem respostas. - Já que não me atende pelo nome, vou te chamar de ruiva... Ruivinha.

Maiara a olhou. Reconheceu bem aquela frase, por isso, se ajoelhou na cama a olhando.

- Você... Você lembra?

- De?

Ela suspirou abaixando a cabeça.

- Nada, esquece.

A loira asseente.

- A droga... Começou a chover outra vez. - Resmungou a mais velha.

- Chuva... - Olha nos olhos dela. - A gente ama a chuva.

A olhou confusa, e um pouco hipnotizada pelo par de olhos que a fez perder a noção. Os olhos tão profundos mas tão sem vida...

- Eu amo chuva?

- É...

- Detesto chuva, ruiva.

- Não... - Disse com a voz falha. - A gente ama quando chove. A gente toma banho de chuva, brinca, se ama...

Marília suspirou pesado abaixando a cabeça.

- Desculpa...

Maiara passou por ela e desceu, mesmo cambaleando. Já Marília, se sentou na cama dando tapas na cabeça enquanto chorava forçando para se lembrar, mas nada ajudou.

- Você é uma inútil! - Disse pra si mesma.

- Mamãe? - Aurora a chamou, com a pepeta na boca e segurando sua bonequinha.

O Leilão | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora