Você vai me destruir (65)

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Já era a hora do jantar, e eu como sempre bêbada. Me sentei a mesa vendo os dois lindos casais, Lua parece estar dormindo, e Léo ao meu lado.

- Mamãe, você está bêbada de novo? - Ele disse chateado, brincando com os talheres.

- Nã-Não filho.

- Você mal fala direito. - Ele me olha.

Fiquei calada. Peguei novamente meu copo e quando fui levá-lo até os lábios Léo o puxou da minha mão, derrubando uma boa quantidade do líquido em minha roupa.

- LÉO MENDONÇA! - Digo entre dentes.

- Marília, calma. - Disse Maraisa.

- Você tem que parar de beber! - Léo se alterou. - Eu já não aguento mais ver você desse jeito. Ninguém aguenta!

- Abaixa o tom de voz porque sou sua mãe! - Me levantei, mesmo bambeando.

- Não, você não é minha mãe.

Escutar aquilo foi sentir ele pegar os restos do meu pobre coração e esfarela-los. Imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas.

Ele veio até mim, parando em minha frente, levantando sua cabeça me olhando.

- A minha mãe nunca foi assim, e nunca vai ser. - Ele me dá as costas indo em direção a escada.

- Léo...

- D. Marília... - Fernando se aproxima.

Olhei para a minha ruiva, vendo ela me olhar um pouco triste e assustada. Olhei eles de mãos dadas, e pude perceber uma nova aliança.

Eu não respondi, só tentei correr até o quarto do meu filho, tropeçando nas escadas, quase caindo. O caminho até seu quarto parecia um labirinto, mas felizmente consegui chegar. Ele estava na cama, jogando no tablet com os olhinhos cheios de lágrimas, que caiam na tela.

- Filho... - O chamei encostada na porta.

- Não me chama assim, eu não sou o seu filho. Pelo que tenho visto, aí dentro minha mãe já morreu faz tempo. - Ele continuou olhando para a tela.

- Não... - Minha voz saiu falhada pelo choro.

- Sim! Por favor Marília, me dá licença?

Apenas abaixei minha cabeça e fui a caminho do meu quarto. Parei escutando Maiara e Fernando conversarem sobre o casamento. Parei na porta sem me preocupar se me veriam. Fernando estava sentado em sua frente e Maiara virada para a porta.

- Amor, mal posso esperar pra ver você toda de branco, entrando na igreja.

- É... - Ela sorriu.

Seus olhos se encontraram com os meus, e por um estante me esqueci de toda a dor que sentia, mas cai logo na real quando Fernando me olhou.

- Vocês... Vocês vão se casar? - Falei mesmo enrolando a língua.

- Sim. Ela aceitou meu pedido. - Ele disse empolgado.

- Qua-Quando?

- Antes do jantar. Iríamos contar no jantar... - Ele me responde.

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