É você (41)

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Depois de um tempo vendo os fogos sem trocar nenhuma palavra, nos levantamos e entramos novamente. Não nos preocupamos em por qualquer tipo de roupa, afinal, se dependesse de mim, ela andaria nua. Mas tenho ciúme!

Eu tenho ciúme de quem a olhar e ciúme do que a cobre. Isso é extremamente doentio. Psicopata.

Eu precisava dar seu presente, mas eu mal me aguentava de pé, quem dirá ajoelhada. Mas ok, eu iria tentar.

Ela se sentou no sofá, comendo um pouco de doce tentando manter o nível do álcool um pouco baixo para podermos beber mais. Tentei procurar pelo papel onde eu havia escrito o que eu diria, mas foi inútil. Eu não lembrava de uma palavra sequer que estava escrita no papel. Me dei conta de que precisaria improvisar, e eu era péssima naquilo.

Eu estava nervosa. Muito mais nervosa do que dá primeira vez que fiz aquilo. Mais nervosa até mesmo do que o dia em que ela me disse "sim" perante a Deus.

E então sem qualquer equilíbrio, me ajoelhei em sua frente, ou tentei, já que cai de bunda no chão. Ela riu da minha cara.

- Tá rindo de que, palhaça? Tem nenhum circo aqui não. - Digo rindo também.

- Tem sim, você! - Continuou rindo.

- Ridícula. - Tentei me levantar, mas cai outra vez.

- É você, chata. - Me deu língua.

- Vai se foder. - Ela riu. - Vai continuar rindo?

- Cala a boca. - Deixou o prato ao seu lado, me olhando.

Ela vai mesmo continuar rindo da minha cara de demente?

- Amor, você é muito palhacinha. - Cruzou suas perninhas em cima do sofá.

Ok... Eu olhei.

Olhei mas não vi malícia - por mais que realmente fosse uma cena deslumbrante do nosso filme pornô. Ela estava sem roupa, sem qualquer peça íntima, e ali, com as perninhas cruzadas e abertas. Se eu não estivesse tão apaixonada naquela risada e no seu jeito fofo de cruzar as perninhas, eu cairia de boca nela.

- Tô vendo circo nenhum aqui. - Digo emburrada.

- Tem sim. Você caindo é engraçado, amor!

- Idiota. - Faço bico.

- E voxe. - Me imitou no biquinho.

- Você é uma chata! - Cruzei meus braços em meus seios.

- Mas você ama eu. - Jogou os cabelos.

- Amo nada. - Deitei minha cabeça em suas perninhas, sentindo seus dedos brincarem com meus cabelos.

- Tá comigo por que então?

- Porque você é gostosa. - Ela riu da minha resposta. - Mas cê é chata. - A olhei.

- Cê também é e eu num digo nada. - Aperta minhas bochechas.

Eu dei língua pra ela, e daí pra frente começamos uma guerra de língua extremamente imatura. Ela pegou uma almofada e eu fiz o mesmo, começando uma guerra de almofadas e de língua. Estávamos pulando de um sofá para o outro bagunçando a sala inteira, até que numa dessas de pular, eu caí em um dos sofás. Ela parou de rir na hora vindo até mim.

- Eu... Tô bem. - Digo levantando a mão, ainda de olhos fechados.

- Sua filha da puta! - Começou a me estapear. - Você me assustou!

- Aí! Mas não morri. - Digo rindo dos seus tapinhas.

- Amoorrrr. - Ela me chamou manhosa.

- Diga?

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