Relembrando o passado (81)

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- Mã-Mãe, eu... Eu posso explicar.

- Não me diga que virou ginecologista?

- É... Eu...

- Vista-se, Marília! - Desse e saiu.

Olhei para Maiara.

- Vem amor, vamos tomar um banho.

Ela levantou sem dizer nada e foi pro banheiro.

- Está brava comigo?

- Se você tivesse trancado a porra da porta, eu estaria gozando agora! - Diz irritada.

Céus! Como vou amansar duas feras agora?

Eu resolvi não responder, não estava afim de levar uma mordida de um gnomo ruivo ou quem sabe ser morta por ela.

Tomei banho junto a ela, que quando me olhava, eu via o fogo em seu olhar, e não era por desejo... Ela estava ao ponto de me matar, por isso, sai o mais rápido dali temendo pela minha vida. Vesti um hobby qualquer que achei em seu closet e fui até o quarto da minha mãe, batendo na porta.

- Mãe? Posso entrar?

- Entra.

Entrei fechando a porta vendo ela lendo um livro sentada na cama. Me sentei a sua frente, e ela fechou o livro me olhando.

- Mãe... É... - Tento procurar as palavras.

- Desembucha!

- Eu e a Maiara... Nós... - Suspiro pesado olhando minhas mãos. - Nós estamos noivas.

- Noivas? E como você me apresenta ela como sua filha, Marília?

- Calma... Eu vou explicar. Quando ela tinha quatorze anos, eu meio que comprei ela, só que eu me apaixonei assim que bati meus olhos nela e... E eu realmente me apaixonei... - Falei o final num suspiro, talvez não acreditando naquilo.

A vi tirar seus óculos e passar as mãos no rosto, suspirando pesado.

- Não me diga que...

- É, eu sei que é errado. E sim, a gente fica desde que ela tinha seus quatorze anos. O fato é que eu pesquisei tanto sobre ela. Eu aguardei tanto que seus pais a colocassem a venda pra tirar ela daquela casa antes que o pai fizesse maldade com ela que...

- Calma Marília! - Ela me interrompeu. - A Maiara é filha...

- Da Almira e do César. - Disse seria, olhando pra ela.

- Céus Marília! Onde você foi se meter?

- Eu queria tirar ela de lá desde que soube que seus pais fariam isso. Eu nunca permitiria que ela sofresse ali mais do que sofreu.

- Ela sabe?

- Não. Eu não contei e pretendia não contar, mas talvez ela tenha que saber a verdade do porquê eu tive tanto interesse nela. Não foi só pra não ficar sozinha e isso é óbvio.

- O Cesar...

- Aí mãe, eu não sei. - Passei as mais no rosto nervosa. - Ela diz que ele não tentou nada com ela, mas ela vem tendo pesadelos com ele e isso me faz acreditar que ele fez algo. Talvez a memória dela deve ter bloqueado essa lembrança mas eu tenho certeza que alguma coisa ele fez com a minha menina. E se ele fez, uma hora essa memória vai ser desbloqueada e eu tenho tanto medo disso... Porque se eu que não ligo tanto pra sentimentos até hoje me machuca lembrar, quem dirá ela que é tão frágil quanto porcelana.

- Espera! Como assim você, Marília?

- Eu não quero falar desse assunto.

- Me explica isso agora!

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