- Aí minha morena... - Começou, embolado. - Estava com saudade da sua mão no meu corpo.
- Cala a boca, Luísa. Tem como você me deixar tirar logo sua roupa?
- Hmm... Vai me pegar de jeito? - Aperta sua cintura.
- Tira sua mão de mim! Eu só estou te dando banho pra depois não vir falar no meu ouvido.
Luísa suspirou pesado abaixando a cabeça e ficando "quieta". Maraisa tirou sua roupa e a colocou em baixo da água gelada, mas a mesma não reclamou.
- Vou fazer um sanduíche pra você e te levar pra não sei onde você está.
- Quero fazer um pra... Você também.
- Tá Luísa. Tá! - Disse irritada.
- Prefere maionese ou que eu... te chupe... - Morde o lábio de nervoso. - Ketchup! Foi... Mal! Foi o corretor. - Disse ficando vermelha de vergonha.
Maraisa segurou o riso e nada disse. Terminou seu banho, a vestiu, penteou seus cabelos e desceu com ela.
- O que vai querer?
- Que me... Perdoe. - A olhou nos olhos. Maraisa se arrepiou com aquele olhar, e então suspirou pesado virando as costas.
- Pode me explicar... Por que não acredita em mim? - Disse tentando se aproximar. Maraisa encostou sua cabeça na geladeira suspirando pesado.
- Você pode até não ter me traído, Luísa. Coisa que eu duvido que não tenha feito. Mas você sequer me olhava. Você não me beijava mais. Mal me olhava. Que droga de casamento era o nosso? Você só dizinha estar cansada...
- Sabe o porquê do meu cansaço? - Se aproximou mais. - Semana que vem, nós faríamos doze anos de casadas. Eu estava trabalhando... Igual uma filha da puta... Pra te dar de presente a viagem que você tanto sonhava... Eu queria o dinheiro pra te ver sorrir... Queria o... Queria não ter nenhuma trabalho pra atrapalhar a nossa... O nosso aniversário!
- Luísa... - A olha, a vendo com os olhos vermelhos, e dessa vez não era por bebidas, e sim por estar segurando o choro.
- Obrigada por me enxotar da nossa casa como se eu... Eu houvesse feito a pior coisa do mundo... Você fez a nossa filha... Me odiar. Sabe o que mais... Mais me dói? Foi sentir o desprezo dela, por sua culpa.
- Me... Me perdoa.
- Mas sabe qual é o pior de tudo? Se você... Jogar um ossinho, a cachorrinha aqui... Corre pra pegar. Ainda trás na boca e dá na sua mão.
- E-Eu... Eu sei que fui injusta, mas...
- Não! Esquece! Se pra você... Eu trai. Eu assumo: Trai! Trai sim! Se pra você eu não me interessava mais... Eu assumo: Não me interessava mesmo! Pronto. Era isso que queria... Ouvir? Ótimo!
Luísa saiu dali pegando a bolsa, tentando se equilibrar nos próprios pés, chamou um Uber e foi para frente da casa esperando o mesmo chegar.
- Luísa, calma... - Maraisa pegou seu pulso.
- Preocupa não, que eu não vou bater no teu portão. Preocu não, que não vai... Ver mais o meu nome nem uma ligação. Preocupa não, que eu vou... Tomar vergonha na cara. Preocupa não... Pra um bom entendedor, meia ausência basta.
- Luísa... Eu te amo!
- Sei que o "para sempre" virou pó, e na cabeça deu um nó. Mas eu tô bem consciente. Mas amei. Amei sozinha, mas por dois. Me conformei que agora e não depois, vou ter que seguir em frente. - Ajeitou os cabelos, olhando para o chão.
Maraisa nada disse. Apenas ficou olhando-a sem segurar o choro. O carro chega e Luísa entra sem ao menos se despedir. Maraisa entrou e se sentou no sofá chorando.
[...]
- Amor! - Maiara disse rindo.
- Toma banho tumigu tamem. - Disse manhosa.
- Eu já tomei banho, Lila! Deixa eu te dar banho vai.
Marília deitou em seu peito, a molhando toda. A ruiva riu fraco e continuou seu banho escutando ela cantarolar baixinho e embolado. Após dar banho nela, a colocou uma roupa e a deixou na cama.
- Amor? - Marília a chamou.
- Oi?
- Deita tumigu? - Disse fazendo biquinho.
- Claro, amor. - Se deitou.
A loira a puxou para seu colo, e então entrou com os dedos por seus cabelos, a beijando.
As mãos de Marília passavam por todo seu corpo, como se quisesse marcar na palma da mão cada curva de seu corpo, enquanto a beijava como uma louca apaixonada. Estava completamente embriagada, mas parecia que ao sentir seu corpo no da mais nova ficou inexplicávelmente sóbria.
Maiara estava apenas a guiando nos movimentos, com suas mãos em cima das mãos da mais velha, então, de repente, Marília entra com suas mãos por dentro da blusa do baby Doll que a pequena usava, o levantando e pegando firme em sua cintura. Ela parou o beijo e olhou nos olhos a ruiva.
- O que foi? - Perguntou a ruiva, meio confusa.
A mais velha levou o polegar até o rosto da pequena, fazendo um leve carinho delicado em sua bochecha, sorrindo feito boba.
- Tem algo errado? - Perguntou novamente.
- Seus olhos... Eles são lindos. São cor de mel, parecem com os seus cabelos.
A pequena sorri tímida. Mas imediatamente encheu os olhos de lágrimas ao lembrar...
- Teus olhos me atraem tanto. Me perco quando seus olhos se direcionam aos meus.
A mais nova apenas ficou olhando-a, vendo seus olhos brilhando.
Os dedos de Marília começaram a passar delicadamente por sua pele macia, admirando cada detalhe. Passou o polegar por seus lábios, seu queixo, orelha...
Aquilo deixou a ruiva ofegante e ao mesmo tempo em êxtase. Acompanhava o olhar da loira com seus olhos, sentindo o toque quente e suave da mais velha em sua pele.
- Vou passar a te chamar de Cor de Mel. - Disse passando o polegar nos lábios da ruiva.
Maiara não se conteve, deixou que as lágrimas caíssem tanto pela saudade, quanto pela euforia que sentiu.
- Calma pequena... Por que está chorando?
- Cor de Mel... Você sempre me chamou assim. Eu era sua Cor de Mel... - Marília a olhou nos olhos.
- Céus... - Disse meio surpresa.
- Eu te amo! Porra! Eu te amo! - A ruiva a beija.
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O Leilão | Mailila
Fiksi PenggemarMaiara, uma menina de quatorze anos, doce e muito carinhosa. vem de uma família pobre e rigorosa, porém muito maldosa. Após a venda de sua irmã mais velha, Maraisa, a mesma ficou so em casa com seus país. Sua inocência a fez acreditar que a irmã s...