De volta a minha cadeira inicial, via Bete me encarando nervosa, enquanto ouvia a acusação falar.
- Qual a sua relação com a réu, Srt. Elizabeth?
- A menina me considera como sua segunda mãe.
- E podemos saber o por quê?
- Seus pais trabalhavam muito e nunca ficavam muito em casa, então eu que cuidei, eduquei e sempre dei todo o meu amor tanto para a menina Marília quando para seu falecido irmão.
- Estava com a réu quando o menino foi supostamente sequestrado?
Supostamente? Ele foi sequestrado!
Que vontade de apenas sair correndo dali, já não aquentava mais toda essa tortura. Apenas abaixei novamente minha cabeça e fiquei ali escutando Bete falar toda a história enquanto tinha a certeza de que não teria meu filho por um simples fato: minha família. A acusação fazia questão de lembrar isso ao juíz e as testemunhas. Quando Martini tentava protestar, era negado. Uma de suas mãos estavam pousadas em minha coxa, apertando e as vezes até passando "sem querer" na minha intimidade.
Eu só queria que tudo aquilo acabasse logo...
Então, chamaram minha ruivinha.
Calma! A ruiva? Puta que pariu!
- Srt. Henrique, vejo que é bem próxima da réu, certo?
- Correto!
- Desde quando se conhecem?
- Desde o mês passado.
- E por que a Srt. mora com a Srt. Marília?
Engoli a seco. Perante juramento, não desconfio que Maiara conte a verdade. E se ela disser que temos um caso? Ou que comprei ela? Ótimo, daqui é direto pra prisão.
- Marília me conheceu em uma das festas que minha mãe frequentava, mas por um motivo desconhecido por mim, minha mãe me entregou aos seus cuidados e então Marília me levou para morar com ela.
Eu te amo, ruivinha!
Parece que tanto a acusação quanto as testemunhas acreditaram naquilo, pois não tocaram mais no assunto.
- E qual é sua relação com a réu?
- Bom, posso dizer que melhores amigas. - Ela me olhou.
Melhores amigas o caralho! Você ainda vai ser minha mulher.
Foco Marília!
- Por acaso melhores amigas dormem juntas?
Maiara se calou na mesma hora, me olhando um pouco desesperada e eu do mesmo jeito. Minhas mãos voltaram a tremer, então para disfarçar, mexi nos cabelos e olhei para Martini.
- A acusação tem provas disso? - Perguntou o Juíz.
Ele jogou a maldita pasta em frente a Maiara e tirou algumas fotos, uma deixou em frente a Maiara, outra em frente as testemunhas.
Eu aqui tentando pegar a guarda do meu filho e vou sair daqui algemada e indo direto para trás das grades por pedofilia. Eu sou uma idiota!
Maiara me olhou e agora parecia tranquila, porém não entendi o motivo da tranquilidade. Ela sussurrou algo como: "Está tudo bem". Preferi acreditar antes que caísse dura no chão.
Bom, do chão não passa, certo?
- Na casa da Marília sempre tem muitos atentados, por isso, eu tenho medo. Como melhor amiga e quase irmã, Marília me protege. Dormimos juntas porque o abraço dela me conforta e me tira o medo.
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O Leilão | Mailila
FanfictionMaiara, uma menina de quatorze anos, doce e muito carinhosa. vem de uma família pobre e rigorosa, porém muito maldosa. Após a venda de sua irmã mais velha, Maraisa, a mesma ficou so em casa com seus país. Sua inocência a fez acreditar que a irmã s...