A bebida fala o que o coração guarda a sete chaves (60)

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Mais uma noite de sono perdida...

Eu estava terminando de me arrumar, fazendo a maquiagem forte como sempre pra me enfiar dentro do escritório e encher a cara até de madrugada, mas um pequenino entrou no meu quarto com um lindo sorriso e veio saltitando até mim.

- Vamos descer pra tomar café, mamãe.

- Mamãe precisa trabalhar, amor.

- Não mamãe, vamos comer primeiro! Espero você.

Ele se sentou em minha cama enquanto desenhava e ficou ali me esperando. Terminei minha maquiagem e me levantei pondo meus saltos e indo até ele.

- Vamos, amor?

- Vamos, mamãe. - Ele me olhou por inteiro. - Você está... Uma gata!

- Obrigada, príncipe. Vamos.

Peguei em sua mãozinha e descemos, vendo na mesa Maiara, Maraisa, Luísa e Lua.

Maraisa e Luisa haviam se casado a mais ou menos um ano e meio. Luísa assumiu a Lua, que hoje tem dois aninhos e chama as duas de mãe. É um pouquinho confuso, mas é lindo!

Era o meu sonho... Um bebezinho com os nossos sobrenomes e chamando nós duas de mamãe.

Limpei meus pensamentos e me sentei com meu filho, colocando seu café e apenas um dedo pra mim, só para não dizer que não tomei.

- Bum dia, titia Lila! - Disse Lua, animada.

- Bom dia. - Digo para todos da mesa, olhando meu filho.

Eu não conseguia olha-la. As imagens dela sem roupa com outro passavam como um filme diante dos meus olhos.

- Dormiu bem, Lila? - Perguntou Maraisa.

Assenti com a cabeça.

- Como foi a viagem, metade? - Maiara perguntou.

- Ótima! Os pais da Lu amaram a Lua, eles ficaram encantados com tanta beleza, e encheram ela de mimos.

- Que bom.

- Mamãe, come! - Léo me repreendeu.

- Não, amor. Mamãe não está com fome.

- Então eu também não como! - Ele largou seu pãozinho e cruzou os braços fazendo bico.

- Léo, come. - Digo respirando fundo.

- Marília, você precisa comer também. - Maiara falou, pondo sua mão sobre a minha na mesa.

Eu olhei para as nossas mãos e subi meu olhar para ela. Senti todo meu corpo se arrepiar como se eu houvesse tomado um choque ao olhar em seus olhos, me fazendo puxar minha mão pondo em minha coxa e voltando a olhar meu prato fazio.

- Amor, pega um pãozinho pra mamãe então.

Ele sorriu e pegou pra mim, pondo no meu prato e voltou a comer. Eu olhava pra qualquer lugar, menos pra ela. Comia o bendito pão como se fosse cimento, não decia de jeito nenhum mas eu forçava pelo meu pequeno.

O Leilão | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora