Saudade do seu beijo (16)

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- Onde vocês estavam? - Perguntou Léo, assim que viu a mãe e o avô entrando em casa.

- Resolvendo umas coisas. - Respondeu Marília.

- Marília... - Maiara parou a olhando de cima a baixo. - Por que sua roupa e suas unhas estão sujas de sangue?

- Por nada. Eu preciso me lavar.

- O que você fez, Marília? - Léo perguntou.

- Já disse, nada!

- VOCÊ QUER FERRAR A NOSSA FAMÍLIA? JA NÃO BASTA O QUE ESTAMOS VIVENDO?

- Léo, respeita a sua mãe... - Maiara tentou se aproximar.

- Não! Essa daí não é a minha mãe. Pra mim, a minha mãe morreu naquele acidente. - Disse e subiu até seu quarto.

Marília olhou para Maiara, mas não esboçou qualquer reação.

- Vou subir para tomar um banho e descansar um pouco. - Disse a loira.

- Nã-Não vai jantar? - Maiara se aproximou dela.

- Não. Aliás, não quero ninguém batendo na minha porta.

A mais velha se esquivou a ruiva e subiu, assim que trancou a porta, deixou com que as lágrimas descessem.

Mesmo não se lembrando, mesmo não conseguindo voltar a ser como antes com o filho, a dor ao escutar aquilo foi imensa e inexplicável.

Se sentou no chão apertando os fios de cabelo, batendo a cabeça na parede enquanto chorava descontrolada. Ela só queria se lembrar de quem era. Queria a família de volta.

- Você é uma inútil!

- Loira? - A ruiva bate na porta.

- Me deixa! Avisei que não quero ninguém me perturbando.

A mais nova não respondeu, apenas pegou a chave reserva do quarto e abriu a porta, vendo a loira encolhida num canto. Ela deixa o prato na cômoda e abraça a loira.

- Calma, eu estou aqui.

- Não. Não toca em mim! - Empurra ela.

Sem perceber, Marília usou a força, então Maiara acabou caindo no chão.

- Aí Marília! Droga! Eu machuquei meu pulso.

A loira não diz nada.

- Seja menos agressiva se não quiser perder o resto da sua família.

- Sai daqui.

- Esse quarto também é meu.

- SAI DAQUI! SAI!

- Marília...

Marília olhou em seus olhos negando com a cabeça.

- Eu já perdi minha família... E quer saber, não tem porquê eu estar aqui. - Se levantou indo até o closet.

- Marília, o que você está fazendo? - Maiara foi atrás.

Marília abriu uma mala qualquer e começou a por o mínimo de roupa de qualquer jeito, enquanto tentava conter o choro.

- Marília, para. - Segurou sua mão.

- Parar? Eu machuquei você, machuquei meu filho... - Se sentou no chão chorando.

- Marília, não...

A ruiva se sentou ali ao seu lado e a abraçou forte.

- Tá tudo bem. Está tudo bem.

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