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Stella 😠

Ligo a televisão para ver se está passando algo bom. Mesmo não sabendo qual é o filme, continuo assistindo. Nele, está tendo um diálogo sem contexto para mim. Descubro que é uma conversa entre uma mãe e uma filha.

Automaticamente, me lembro da minha mãe. De como era o nosso relacionamento. Não sei se é pelo o estado que me encontro, mas é que... estou sentindo muita saudade dela. Depois de tanto tempo, desde quando ela viajou para sua lua de mel, agora que o meu coração está apertando com mais força e causando muita dor.

Sempre quando eu ficava doente, ela me envolvia em seus braços calorosos e me enchia de beijos, mesmo depois que passei da fase de criança. Nunca mudava. Por mais que foram poucas vezes, ainda sim, continuava a mesma coisa.

Se for comparar, tem pouco tempo que nos distanciamos. Permito em me auto questionar se... Será que é por minha causa? Estou no hospital, ainda um pouco meio que desestabilizada, uma certa porcentagem com fraqueza, assistindo um filme qualquer, que está mostrando o bom relacionamento de uma filha com sua mãe. Talvez isso esteja engatilhando para o que estou sentindo. Acho que... são nesses momentos de fragilidade, que pensamos nas pessoas que mais amamos. E agora, no caso. É a minha mãe.

Me encolho na cama com o colchão confortável em embrulho com a colcha branca, super confortável também. Viro meu corpo para o lado, ainda me encolhendo enquanto murmuro para mim mesma:

— Queria tanto que ela estivesse aqui comigo...

Não sei por quanto tempo eu dormir, mas acordo com o barulho da porta se abrindo, revelando ser o Josh.

Ele entra com minha mochila rosa — que ganhei de presente de aniversário, nos meus doze anos, e que usei por pouco tempo. Eu gosto de guardar presentes de pessoas importantes. Meu semblante nubla em uma tristeza, ao me lembrar que foi um presente que a minha mãe me deu. E que amei muito.

— Como encontrou a mochila?

Ainda de costas, ele me responde:

— Fiquei procurando ela por horas... — Reviro os olhos mesmo ele não vendo. Ele solta uma risada baixa. — Um pontinho rosa no meio da escuridão. — Exagero. Ok, nem tanto. — É sério, Stella — continua, de costas. — Pensei que eu estava num cômodo sem luz e, de repente, vi algo parecido com uma saída. Mas quando percebi direito, eu tinha aberto era o seu guarda-roupa mesmo. — Agora, realmente, foi exagerado.

Ele se vira, provavelmente, achando estranho por eu não ter revidado, ou algo assim. Me encara, franzindo a testa e logo diz:

— Que foi?

— Nada...

Olho para minhas mãos.

— Sua mãe te ligou. — O olho imediatamente. —, tive que atender pelo seu celular. Ela estava eufórica, querendo muito saber como você está.

— E o que você disse?

— Que você estava dormindo.

Não mentiu.

Josh abre o frigobar e pega uma garrafa de água, coloca no copo, me entrega e depois vira na boca todo o líquido que ficou. Bebo um pouco da água. Abaixo as mãos com o copo de vidro nelas. Ele senta ao meu lado, em uma poltrona. Fico olhando para os meus dedos que estão inquietos. Respiro pesadamente.

— Josh — chamo baixo. Não o olho, mas ainda assim, consigo vê-lo com a cabeça erguida. — Você nunca se importou do seu pai ter se casado com outra... por quê? — questiono, dessa vez o encarando.

Te Irrito porque te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora