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...conseguiu atirar no alvo que mais quer."

Maratona Terapia: 2/4

Stella ♥️

— Ei. — Arrasta as duas letras e segura meu rosto, levantando. — Me desculpe, não vai dar. — Espreme os lábios. — O meu antigo treinador me ligou e marcou uma reunião. Não posso faltar, essa pode ser a minha chance de voltar a jogar. — Meus ombros se decaem junto com minha expressão. Modifico a direção do meu olhar, engulo a saliva e puxo um pouco o ar. Meus lábios se mexem, tudo isso sem eu realmente querer, não sei. — Stella, ei, me desculpe. Eu queria ir, mas você sabe...

— Não, tudo bem — corto. Descruzo os braços e dobro eles, colocando no peitoral dele. — Só queria que você fosse comigo na minha primeira vez no Grupo de Apoio também. — Abaixo as íris na altura do pescoço e das suas clavículas. Traço uma linha curvada na gola da blusa preta de mangas que ele está usando. — Eu só queria. — Levanto as pálpebras. — Bobagem minha, não é?

Josh beija meus lábios calmo e rápido.

— Vai ficar chateada?

Nego, minimamente.

— Tem certeza?

— Fico feliz de que esteja com o seu maior sonho. — Ele faz uma expressão de desconfiança. Rodo os olhos, sem muito ânimo. — É sério. Por mim, tudo bem.

Abro o guarda-roupa e olho as gavetas.

— Me ligue quando chegar. — Murmuro uma resposta enquanto procuro com os olhos. — Vou abastecer o carro e te pegar, não vai dar para completar uma corrida com ele daquele jeito.

Meus pés fazem um barulho quando freio eles, diante de Josh.

— Não esqueceu nada, meu amor?

Por alguns instantes, fecho os olhos, suspirando. Pego a bolsa da mão dele e coloco no ombro.

— Não, onde estava? — Seu dedo aponta para a cama. — Meu Deus!

Passo por ele, saindo do quarto e entrando na cozinha. Josh abre a geladeira, pega um copo e coloca no mármore. Ponho as costas no armário, perto dele. Estamos de lados opostos.

— Fiz suco pra você. — Me entrega. Bebo bastante. As íris dele ficam em mim por um tempo. Ele abre a porta a cima da minha cabeça e pega outro copo, bebendo um pouquinho do suco de maracujá junto comigo. Depois que termino com todo o líquido amarelo, ele tira o copo das minhas mãos, segurando. — Se acalme. Vai dar certo.

— Não estou nervosa. Não como no corredor. É... — Estou suspirando quando o teto vira meu alvo. — Meio que estou um pouquinho animada, sabe? Não sei... — O encaro. — Sabe quando você sente que está indo para um lugar legal, mesmo quando nunca ouviu falar dele antes? Não sei bem explicar, mas estou sentindo assim sobre o Grupo de Apoio. Ungl! — Reviro os olhos. — Não porque tem pessoas para apoiar, claro que não! Lá parece ser um lugar diferente.

— Diferente?

— É, diferente da sala da terapeuta e do ar-condicionado com cheiro de morfina. Será um bom sinal?

Ele concorda, entrelaçando nossos dedos. Caminhamos até atravessarmos o balcão. Pego meu casaco de cima do sofá e Josh, as chaves na mesinha.

Te Irrito porque te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora