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Música do capítulo:
Hold on
— Chord  Overstreet.

“Nunca imaginei que ela diria algo que eu sempre quis ouvir, no meio de algo que eu nunca quis ver.”

Josh 🍻

Meus punhos cerrados estão dominados por preocupação. Bato outras vezes na porta, chamando por seu nome. Ela não responde e passo as mãos no cabelo mais uma vez, tapando o rosto. Fito o teto, na esperança que nesses segundos, ela rode a chave para eu poder ver seu rosto. Não ligo se ela não queira fazer por estar chorando. Conheço ela bem para saber que é isto que está acontecendo e que está pensando. Por Deus, só quero abracá-la e enxugar suas lágrimas.

— Ei — sussurro audível, depois de ter dado mais batidas na porta, com a lateral esquerda do meu corpo escorado nela. Só consigo escutar água escorrendo e o choro baixo. — Abre a porta, podemos conversar sobre isso.

Pressiono os dedos do punho e fecho os olhos quando o choro dela se torna mais alto. Respiro fundo e tento chamar sua atenção para mim.

— Tudo bem em não querer conversar. Só faz o que estou te pedindo, por favor.
   
Nada acontece. Os murmúrios que estão sendo emitidos dizendo coisas como “...não é nada, para...” faz meu corpo se afastar dois passos. Coloco a mão abaixo do quadril e olho para cima Sinto meus músculos se enrijecer por dentro da jaqueta que coloquei logo quando ela entrou no banheiro, e não sei porque fiz isso. Acho que foi num ato de realmente não saber direito o que fazer.
    
E é o que está acontecendo agora. Stella assistiu a merda daquele vídeo e se trancou no lugar em que aprendi a odiar, porque as vezes ela costuma ir para o banheiro quando se sente perdida. Não sei por quanto tempo ela ainda vai ficar lá. Chuto em ser até quando estiver se sentindo mais calma. Cessar o choro é uma das coisas que ela faz antes de aparecer em minha frente para conversarmos sobre como está no momento. Gosto desse seu lado de ser independente até na hora de se acalmar. Mas nunca dispenso em mim, a vontade de querer ajudar nisso.
  
Retorno os mesmos passos. Coloco a cabeça no meio da porta. As articulações dos meus dedos começam a doer por eu já estar colocando mais força para bater. O chuveiro deve estar ligado no último.

— Stella, me responde. Desliga o chuveiro.

Soco, apertando os olhos e meu maxilar ficando tenso.

— Ei.

— Vai embora...

Me assusto com a voz baixa dela; levantando repentino a cabeça e abrindo rápido os olhos, enxergando o marrom da porta. Quase não daria para ouvir, mas sei que Stella está dizendo. Consigo diferenciar de um jeito fácil. Rodo a maçaneta pela terceira vez desde há cinco minutos.

— Stella...

— Josh. — Finalmente o chuveiro é desligado. Barulho algum estava sendo soado por alguns segundos, até que um som agudo e falhado aparece com melhor nitidez que antes e sendo abafado atrás do cômodo. Ela está chorando pra caramba! — Não fique aqui. Vai embora, por favor...

Minha testa é outra vez colocada na madeira.

— Não me peça isso.

— É-é sério. Você... Você não vai querer me ver assim, não vai.

Nada do que está sendo dito, estou gostando. Umedeço os lábios, apertando o inferior. Nego com a cabeça. Dois passos longe da minha vontade de querer abraçar a minha namorada, e logo volto um pouco para mais perto dela. Não sei se minha respiração está passando normal em mim. Pressiono os olhos e lábios. Meus dedos, ansiosos, tremem quando soco duas vezes fracamente a porta, quase não sendo audível. É só para ela saber que com certeza não fui embora.

Te Irrito porque te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora