40

1.1K 117 104
                                    

Josh 🍻

Com a minha visão totalmente otimista, consigo ver os Dragões no maior evento mundial do futebol americano; Super Bowl. Foi esse jogo que me fez ser um cara otimista, que, praticamente em todos os momentos, pensa sempre na hipótese das coisas derem certo. Não faria sentido algum, se eu participasse das disputas acirradas, já pensando na possibilidade de ter a derrota. Para acontecer as coisas que tanto queremos, precisamos primeiro, pensar que elas vão dar certo. E ter confiança em nós mesmos.

“Nós somos os Dragões, ou não somos?" — Não é atoa que usamos essa frase sempre que a reunião termina.

Depois de me hidratar outra vez, começo a fazer as flexões, mas, sou interrompido quando alguém bate na porta. Estou tão focado aqui no treino, que nem percebi que alguém estava chegando. Abro. Meu rosto ruboriza um pouco. Porra! É o meu pai.

— Josh — começa, e então ergue a mão. Ergo também e nos cumprimentamos em um aperto.

Ele entra colocando as mãos em sua calça social azul claro. Me encara virando levemente o rosto para o lado direito. Jogo a toalha de rosto por cima do ombro. Espero realmente que ele não fale nada sobre a minha mãe.

— Tenho umas papeladas pendentes e muito importantes que deixei para resolver no mesmo instante em que eu voltasse da viagem. Porém, eu vim conversar com você primeiro.

Toco a mandíbula e retorso os lábios. Limpo sujeiras invisíveis nos cantos da minha boca e depois coloco as mãos na cintura. Aperto os olhos de leve e, em seguida, abro-os.

— Pai, eu não quero falar da minha...

— Festa — me interrompe significante e ergue os braços. — Bebidas de todo o tipo — vai falando e usando os dedos para listar. — Uma quantidade elevada de drogas e o volume do som mais de quinze quilômetros no meio da madrugada? — Franze o cenho. — O que você pensa que a minha casa virou? Josh, eu te disse que não era para convidar meio mundo! Mas óbvio, como sempre, você não me escuta!

— Como sabe disso?

— Meu sono foi interrompido, para o meu amigo delegado me dizer que o meu próprio filho, estava incomodando os vizinhos. — Passa os dedos na testa. — E se alguma redação descobrisse, hein? A minha reputação estaria manchada!

Eu só quero saber, quem foi o merda que ligou para a polícia, para inventar e deixar parecer que a droga era minha. Mas, eu prefiro que somente esse seja o assunto da palestra que o seu Jorge está fazendo. Só esse.

— Eu não tenho nada a ver com porra de droga nenhuma! Foi um cara que trouxe aquela merda pra cá! Mas se não quer acreditar, beleza!

— Filho — me chama, baixando a voz. Viro o corpo para lhe encarar. — Sobre aquele assunto...

— Pai, por favor — peço, pairando as mãos e fechando os olhos. Suspiro e abro eles lentamente. — , eu já disse aquele dia na primeira ligação: Eu não quero conversar sobre esse assunto. — Meu timbre é firme.

Ele coloca as mãos nos bolsos, afastando a blusa do terno. Entorta a cabeça para o lado e me olha bem fundo, através das lentes de seus óculos.

— Uma hora ou outra, nós vamos ter que sentar para conversar.

Jogo a toalha de rosto em qualquer lugar e passo as palmas das mãos no rosto, bagunçando o cabelo logo em seguida.

— Não vai ter hora nenhuma, pai! Não vai!

Eu praticamente grito, com a mão direita inclinada para frente e o meu olhar severo. Ficamos nos encarando por longos e mais longos segundos.

— Mas, filho...

Te Irrito porque te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora