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'“Eu estava mal pra caramba, e o abraço dela foi o suficiente para me dar forças e fazer a minha mente clarear.”

Josh 🍻

O dia de hoje foi um dos piores. Acordei muito mal. Fui ao cemitério conversar com minha mãe e fiquei aqui o dia inteiro, não só para evitar Stella, mas era para me sentir mais perto da minha mãe também.

E mesmo eu nomeando o dia de hoje como o “pior”, a Stella conseguiu tirar grande parte da minha dor. Caramba... só precisou de apenas um abraço. Dela. 

— Sinto muito que eu não posso arrancar essa dor de dentro de você — solta, baixinho e passeando as mãos em meu cabelo.

Levanto os olhos e fixo em suas íris castanhas. Ela para.

— Você quebrou todas as minhas defesas particulares, Stella.

— Mas eu não fiz nada.

— Você está aqui. E ainda me abraçou. Aquela hora que te liguei, nossa... — Fecho os olhos e abro-os em seguida. — Eu precisava tanto do seu abraço como lá naquele restaurante. E como se estivesse lido a minha mente, você fez exatamente o que eu pensava. — Coloco minha mão em uma das dela, seguro na altura do meu peito e começo a deslizar o polegar nela. Ainda a olhando, afirmo outra vez: — Você realmente é a minha casa.

Ela sorri. Beija meu nariz e depois minha testa. Passamos longos minutos com minha cabeça em seu colo e ela soltando meus fios. Comigo a todo tempo com os olhos fechados, absorvendo o toque dela enquanto meu interior se alivia.

— Você foi uma ótima conselheira.

— Eu?

— Você me disse o óbvio. Que eu não estava enxergando. — Levanto de seu colo. — Desculpa por eu ter duvidado da sua capacidade de aconselhar sozinha o seu time.

— Foi o conselho que a minha mãe me deu. Mas eu ainda não acredito que consegui ajudar alguém com as minhas palavras, sem usar o Google ou outra pessoa como uma cobaia.

— Pelo visto, o seu histórico também estava tatuado em minha mente.

— E pode se tratar de desgastar a tinta.

(...)

Stella levanta, cruza os braços e começa a andar pelo cômodo, olhando por todo o local.

— Por que as coisas de sua mãe estão aqui?

— Eu queria um lugar para deixar tudo dela. A memória da minha mãe... — Encosto a cabeça no sofá e respiro fundo. — Esse foi o único lugar mais reservado e longe dele que consegui.

— Se importa se eu abrir algumas caixas?

Nego de leve com a cabeça.

Ela começa a abrir várias caixas e retirar várias coisas; olhando com cuidado cada uma delas. Stella fita um retrato e vira-o para mim, balançando, pronta para rir a qualquer momento. Na foto eu estou com uns dois anos e pelado. Fala sério...

— Ah, Stella, qual foi? Deixe isso aí, por favor.

Sentado de qualquer jeito e com o pescoço tombado para trás, continuo olhando para ela. Vendo cada movimento em cada caixa em que ela abre e faz questão de olhar tudo que está dentro.

— Medidores de pressão, de glicose, tabelas periódicas... — Uma pausa. — Josh — tem um tom de indignação e curiosa em sua voz quando me chama. — Por que tantas tabuadas? Eu nem sabia que existia em números romanos.

— Minha mãe era fascinada por números. Essa de romanos ela que ganhou numa premiação em Roma.

— Uau! E o que mais?

Te Irrito porque te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora