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Ayla Miller

Meu pai começa a bufar de raiva, não entendi porque está tão furioso assim, só porque as minhas notas estão ruins? De qualquer forma, sempre vou ser forçada a entrar nessa maldita máfia.

— Deixa eu ser mais claro — ele arruma seu sobretudo e se vira para mim — Eu e sua mãe concordamos que não vamos mais cobrar você para seguir os passos da família Miller.

Não consigo esconder o meu sorriso, mas logo desmancho quando ele fecha o rosto.

— Porém, você terá que ter notas boas, o suficiente para passar em uma ótima faculdade e fazer um ótimo curso. Você tem seu último ano para isso, e caso não consiga entrar em nenhuma faculdade decente ou fazer um ótimo curso, não importa a sua resposta ou sua opinião, você vai pegar o comando da máfia, entendeu?

— Mas eu tenho poucos meses...

— Se vira! — ele respira fundo e se encosta no banco — E nada de ficar fora de casa até tarde, ou ir em festas sem me avisar, beber e fumar, se não, colocarei seguranças na sua cola.

— Pai!

— Ayla! Você não tem direito de reclamar aqui, entendeu? — ele diz sem me olhar — Espero que você consiga, não quero colocar a minha filha pra fora de casa.

Ele sabe que vou recusar pegar o comando da máfia até a minha morte, por isso que está preocupado se eu não passar.

— Quando chegarmos em casa, evita falar com sua mãe, sobe para seu quarto e tranca a porta.

Ela furiosa é o próprio inferno...

— Ah! — olho para seu rosto que vira pra mim — Se ganhar uma suspensão ou detenção por se meter em brigas, irei tirar seu cartão e todos os meios para se divertir.

Entreabro minha boca, mas só foi seu dedo ser levantado, que a fecho novamente. Suspiro e olho para a estrada, não vou quebrar essas regras, por um motivo...

Pelo Isaac.

Ele é muito inteligente, posso pedir que me ajude a ter notas boas. Mas terei que inventar uma desculpa, ele não sabe sobre a minha família e com o que trabalham, na verdade, ninguém sabe. Todos acham que trabalham com empresas e são ótimas pessoas... Talvez se eu disser a ele que meus pais estão me pressionando para ter notas boas se não vou mudar de país, pode ser um motivo para ele me ajudar.

É claro que vou fazer bastante drama e darei outras ideias para ele aceitar. Isso vai ser ótimo para me aproximar dele.

***

Vamos lá, eu só preciso manter meu foco para dar certo. Estou esperando Isaac sair do clube de literatura, não vai demorar, só faltam alguns segundos, e a ansiedade me corrói durante esse tempo.

A porta se abre, e automaticamente arrumo meu corpo, observando cada aluno sair, e quando ele sai, seus olhos se encontram com os meus em segundos, até ele suspirar.

— Posso falar com você?

— Não. — ele continua reto, mas apresso meus passos até ficar ao seu lado

— Não vai demorar, eu prometo — imploro

— Estou um pouco ocupado.

— Eu só quero um favorzinho, por favor! — tento o acompanhar, mas nunca achei que andasse tão rápido — Isaac!

Ele para de uma vez e me assusto com isso, mas me mantenho calma e sorrio por conseguir o parar.

— Você tem um minuto — ele ergue suas sobrancelhas feitas

— Eu queria sua ajuda para os estudos... Tenho que tirar notas boas até o final do ano... Meus pais querem meio que... me mandar para outro país se eu não tirar notas altas e entrar em uma faculdade boa... eu não posso deixar Seattle, tenho amigos aqui, e começar de novo vai ser ruim.

— Às vezes é bom. — ele sorri e olha um relógio em seu pulso — Você tem trinta segundos

— Por favor, Isaac! Você é o único inteligente aqui o suficiente para me ajudar a ter notas boas em alguns meses! Eu pago se for preciso.

— Então contrate um tutor — ele diz olhando para o relógio — Dez segundos

— Isaac! Eu pago qualquer valor, só me ajuda.

— Cinco segundos.

— Porra, garoto! — digo irritada — Só quero ajuda com os estudos.

— Seu tempo acabou. — ele sorri falso e se vira, me deixando sozinha

Ele não ouviu o que eu disse? É sério?

— ISAAC!

O garoto alto simplesmente continua caminhando até não estar mais na minha vista. Fico perdida, sem o que fazer, não sabia que ele agiria assim, agora estou aqui, novamente com uma cara de otária pelo fracasso que foi.

Suspiro um pouco irritada, mas não vou desistir. Começo a fazer o mesmo caminho que ele, dane-se se ele foi para sala, não me importo, vou entrar e ainda ficar ao seu lado. Vou seguir até aceitar me ajudar!

Não posso morar na rua, e muito menos continuar sendo ignorada pelo garoto que gosto.

Vejo que ele entrou em uma sala, e vou também, empurrando a porta, dando de cara com o local cheio de alunos, e uma professora me olhando.

— Você não é dessa sala!

— Agora eu sou! — sorrio e aproximo do Isaac

Ele me olha de cima a baixo e fecha o rosto. Puxo uma cadeira e me sento ao seu lado, com todos, LITERALMENTE TODOS, me olhando.

— Pode continuar! — digo a professora

— Você tem que sair!

— Só saio se o Isaac sair — cruzo as pernas e finjo mexer nas minhas unhas

Continua...

NOTAS DA AUTORA

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NOTAS DA AUTORA

Isaac curto e frio

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