Ayla Miller
Resolvemos nos encontrar amanhã em um parque para conversarmos, já que é sábado, estou livre. Malcolm disse que iria me manter informada sobre o Layam.
O jantar está sendo horrível, apenas Alice que conversa, contando como foi na escola e sobre as tarefas que fez. Todos estão um pouco perto, apenas eu estou distante, em silêncio, pensando se o Isaac levou aquela menina pra cama, como também me levou.
Espero muito que não. Meu coração já está triste por o ver com o outra, não quero ele todo despedaçado por saber que dormiu com uma menina que sua mãe arranjou.
Eu sei que ainda não me confessei, mas estou com medo. Tenho medo dele querer me afastar com isso, como afastou a Tifanny por se confessar, não sei se vou aguentar sua rejeição, quero ter a certeza primeiro.
- Onde estava?
Uso o garfo para mexer na comida, não olho para meu pai, estou perdendo o apetite.
- Com o Malcolm.
- O diretor ligou, disse que você desmaiou um garoto hoje.
- É. - dou de ombros
- É? - sua voz se altera, então o olho - O que eu disse sobre você se meter em brigas?
- Aconteceu! Ele bateu na minha cabeça primeiro, então, devolvi. Não foi assim que me ensinaram a fazer? Se te baterem, bate de volta.
Meu pai respira fundo, enquanto Alice tenta quebrar esse clima pesado que está entre a gente.
- Seu cartão e sua mesada está cortada, até você aprender a ter bons modos.
- Queria que deixasse ele me bater? E quem disse que estou ligando pra porra do dinheiro?
- Olha a boca! - dessa vez é a minha mãe que se pronuncia - Cadê os modos enquanto estamos comendo?
- Enfiei no cu do presidente. - começo a rir, até as fortes mãos do meu pai bater na mesa
- O que deu em você, garota? - diz irritado, com a fúria em seu olhar - Simplesmente está se tornando em outra pessoa.
- Vocês que estão fazendo isso.
- A gente? - ele aponta para si mesmo - Você que está mudando, e tenho certeza que é por causa daquele seu amigo loiro idiota.
- Não coloque ele nesse assunto, pai - dessa vez eu bato na mesa - A culpa é de vocês. Essa merda toda que está acontecendo, é sua culpa, e da senhora Daiana. Vocês fizeram merda, muita merda.
- JÁ CHEGA! - ele se levanta derrubando tudo - JÁ ESTOU CANSADO DE VOCÊ! Só sabe colocar a culpa na gente, não vê o esforço que estamos fazendo para descobrir quem está atrás de vocês. Estamos tentando, Ayla! Juro que estamos tentando manter você na família, mas está por aqui! - ele faz um gesto acima da sua cabeça - Só sabe julgar e apontar o erro! EU SEI QUE EU ERREI! Sei da merda do meu passado-
- ENTÃO, POR QUE NÃO PARA? - fico de pé - Está se esforçando para encontrar quem está atrás da gente, pai? Que engraçado, eu nem fiz tanto esforço e já sei quem é - seus olhos raivoso vão se tornando surpresos - Não estão fazendo porra nenhuma! Só querem manter a imagem que as pessoas lá fora têm da gente. Se está cansado de mim, me deserda! Não pedi pra nascer.
- Você é desobediente, uma garota mimada, rebelde, que não sabe seu devido lugar! Dei tudo do melhor pra você, mas é ingrata, não consegue ver isso, não é? - ele se aproxima com passos rápidos - Não culpe sua mãe por isso! Ela está com muito peso nas costas, e suas falas estão sendo como facadas na gente.
- É? E o pedido de desculpas que estou esperando até hoje? Vocês são orgulhosos! Não sabem pedir desculpas, apenas dar presente, achando que as coisas vão melhorar! Não se preocupe, papai, eu vou resolver esse assunto sem matar ninguém, E VOU MOSTRAR PRA VOCÊS, que não me tornei um monstro. Se quer me deserdar, faça isso agora!
- Por que você tem que ser assim? Tão... teimosa!? - seu maxilar permanece travado - Me diz quem é, e eu vou resolver isso, no outro dia poderão viver sem precisar se preocupar com mais-
- Nos preocupar? Se esse cara veio atrás da gente por vingança, mais virão. O que a família dele fez pra vocês? Só por que desobedeceu uma maldita regra?
- Seguimos as regras, querida! Vem de muito tempo atrás, e não podemos quebrá-las. Precisamos seguir os princípios da família. - minha mãe diz dessa vez
- FODA-SE DAIANA! Essas regras, eu quero que elas vão pra puta que pariu! Matar pessoas praticamente por diversão não é normal, é doentio, e isso te torna uma doente!
Aquele olhar frio... Como eu odeio esse maldito olhar, sem amor, sem remorso, apenas frio!
Olho para o meu pai, e antes de encerrar essa conversa, um forte tapa me faz cair no chão, a força é enorme, comparada com dois socos seguidos.
No chão, eu sinto a ardência em minha bochecha, a dor que se espalha. Sinto sangue em minha boca, e lágrimas nos meus olhos.
Nunca apanhei antes do meu pai, e receber um tapa no rosto é uma coisa enorme pra mim. Seguro o choro, não vou cair aos prantos na sua frente.
- Feliz, Rafael? - me coloco de pé, limpando minhas mãos em seguida - Se sente melhor após me bater?
Encaro aquele rosto, a tristeza, confusão, e arrependimento em uma expressão só. O silêncio fica, até choros da Alice surgir pela sala de jantar.
Olho para a minha mãe, e pela primeira vez, vejo a expressão de choque em seu rosto, lágrimas escorrendo em seguida por aquele rosto vermelho. Permaneço firme, e sem nenhuma palavra, me direciono para a saída de casa, batendo a porta com força.
Continua...
NOTAS DA AUTORA
Como eu disse em alguns capítulos atrás quando uma briga aconteceu, foi certo ela falar isso?
Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar, é uma forma de me ajudar, beijos ❤️
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O Nerd
FanfictionApós alguns anos estudando no colégio Owls, Ayla percebe um garoto. Isaac Willian, o cara mais inteligente do colégio Olws, um exemplo de aluno e filho, sonho de toda mãe, educado, bonito, inteligente e focado em seu futuro. Tem uma inteligência ún...