Ayla Miller
Fui no banco de trás do seu carro o caminho todo, tentando manter os filhotes calmos numa caixa, enquanto a mãe estava na maior plenitude. Isaac pega a cachorra maior e eu a caixa, com uma ajudinha dele, consigo sair do carro sem passar vergonha.
A porta é fechada, e admiro o prédio médio em minha frente, bem decorado e iluminado, deixando a mostra para pessoas a distância verem. Caminho atrás do garoto grande em silêncio, e a maioria das pessoas que trabalham aqui, são mulheres.
- Isaac!
Uma linda moça de cabelos pretos com um sorriso encantador. Parece que vou ter vários obstáculos pela frente, só pelo olhar e sorriso que deu a ele. Conheço mulheres quando gostam de alguém, além disso, sou do mesmo jeito que ela.
- Que linda... Onde você a achou? - a garota mediana pergunta para o Isaac - Os filhotes estão bem?
- Sim, estão com a Ayla. Um amigo dela levou para a casa.
- Quem é Ayla?
Estou literalmente ao lado dele, e vem perguntar quem é Ayla?
- Essa é a Ayla. - Isaac apenas apontou com seu polegar na minha direção
- Ah... oi! - ela sorri, mas consegui sentir que não queria
- Oi-
- Então Zack! - ela simplesmente me interrompe - Você não veio ontem, aconteceu alguma coisa?
Zack? Ela o chamou de Zack? Porra! Se acalme Ayla, ele não é seu...
Ainda.
Isaac entrega a cachorra para a garota e pega a caixa da minha mão enquanto conversa com ela. Estou sendo ignorada aqui, simplesmente ninguém está falando comigo, odeio ser excluída em uma conversa. Caminho até uma sala que Isaac entra, a menina entrega a cachorra para outra pessoa, mas a bonitinha me para com sua mão levantada.
- Você não pode entrar.
- O quê? - digo
- Apenas funcionário! - ela sorri e aponta para a placa, fechando a porta em seguida
Mexo meu queixo tentando manter minha calma, puxo bastante ar pela boca, e viro meu corpo caminhando para a saída e repetindo "não se irrite" várias e várias vezes. Fecho a porta atrás de mim e fico encostada na parede ao lado, observando a rua calma e em silêncio.
Meu celular vibra no bolso, e rapidamente pego, vendo o número do Marcus. Pensei em não atender, mas como conheço meu irmão, ele não vai parar.
- O que foi?
Me surpreendo com sua respiração acelerada, parece estar correndo.
- Marcus?
- T-Tem... Porra! Tem um pessoal me seguindo.
- Como assim? - já me desencosto da parede
- Eu não sei quem são..., mas acho que trabalha para o governo - escuto barulho de tiro, e automaticamente meu corpo pula - Que porra! Preciso da sua ajuda!
- Como? - procuro com os olhos por um táxi - Onde você está?
- Você vai ter que roubar um carro.
- O quê? Eu não vou fazer isso!
- Ayla! Se você não fizer isso, eles vão me levar, e toda a nossa família poderá ser morta. Você sabe... sabe muito bem como o governo nos odeia e procura pela nossa família a anos.
Desde quando eu era pequena, sempre tive que me mudar bastante de vários lugares. O governo nunca soube quem é a família mais perigosa dos Estados Unidos, e nos procura desde então. A sentença para toda a família, é a morte! Eles falaram uma vez que não poderíamos nos procriar por sermos monstros no mundo que precisa sumir.
Não discordo deles, realmente a família Miller é um monstro, mas não quero morrer! Posso fazer minha família mudar de ideia, sei que vai ser difícil, mas não custa tentar.
Agora a pergunta que não quer calar... Como eles nos acharam? Droga! Agora que as coisas estavam indo bem... Não quero me mudar!
- Onde você está? - começo a correr pela calçada, até achar um carro, bem distante de onde estou
- Na rua Clambiston, estou correndo entre os becos. Seja rápida!
Tiro um grampo do meu cabelo e arrombo a porta do carro, tirando os fios de fazer ligação direta. Consigo de primeira, e saio como um furacão para onde ele está. Aperto na localização que chega para mim, Marcus está perto.
Viro em uma rua cantando pneus, e abro a porta para o garoto que corre mancando até mim. Tiros vão pelos ares, abaixo a minha cabeça, não quero morrer aqui
Marcus entra, e saio cantando pneu, deixando apenas fumaça para trás. Olho pelo retrovisor, mas as pessoas que aparecem estão completamente de preto, não consigo distinguir quem são.
- Que merda! - Marcus reclama, até sua perna começar a sangrar - Como o governo descobriu a gente? Nos escondemos por tanto tempo, era impossível saberem.
- Eu não sei... - digo eufórica, apenas acelerando o carro - Talvez...
- Talvez alguém contou - falo ao mesmo tempo que meu irmão - Mas quem?
- Não sei! - respondo - Eu não-
- Você disse para alguém? - ele pergunta com bastante dor
Tem o Ryan... Mas ele nunca faria isso comigo. Somos amigos de infância, confio nele de olhos fechados, e aquele loiro sabe da minha vida há muito tempo. Ele não falaria agora... Mas alguém descobriu, agora, é saber quem.
- Não. - respondo - E você?
- Não. É um segredo que vale a vida da nossa família, nunca diria a ninguém. - ele geme de dor, e aperta mais sua perna - Vamos para casa.
- E se eles nos seguir?
- Não vão... - o garoto pálido me olha - Eu furei os pneus dos carros que eles vieram - logo um sorriso fraco surge em seu rosto
Sorrio de volta, mas saber disso, que estamos sendo perseguidos, não vai ser legal para mim daqui em diante.
Continua...
NOTAS DA AUTORA
Eita que o trem vai ficar doido!
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O Nerd
FanfictionApós alguns anos estudando no colégio Owls, Ayla percebe um garoto. Isaac Willian, o cara mais inteligente do colégio Olws, um exemplo de aluno e filho, sonho de toda mãe, educado, bonito, inteligente e focado em seu futuro. Tem uma inteligência ún...