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Ayla Miller

Procuro por Alice, vamos embora porque precisamos comer, antes que o papai surte pela demora. A vejo um pouco distante, vendo algumas pessoas jogarem.

Como vulto, alguém chama minha atenção para o fundo da sala, uma pessoa, alta, de boné preto. Não só o boné, como também todo seu vestimento. Ninguém percebe aquela pessoa, apenas eu, e aquele homem está olhando fixo para mim, meu corpo lentamente se congela e as coisas ficam em câmera lenta, aquele olhar... um olhar que transborda ódio e sede de matar.

Se não for esse cara que estava no prédio aquele dia que atirou em mim, então eu não sei quem é. Esses dois se parecem muito, tem a mesma altura, e quando a arma tirada da suas costas é erguida, percebi que também é a mesma daquele dia.

Com uma velocidade que nunca imaginei ter, seguro com forço o braço da Alice e da Liz, e após um segundo disso, tiros começam a voar pelos ares. Fico atrás de uma máquina, segurando a cabeça das duas meninas enquanto balas batem contra o metal, a gritaria não ajuda, estou tentando identificar de onde o cara está vindo, mas está sendo impossível.

- Aly!

- Tudo bem! Continue agachada! - digo

De relance tento ver onde ele está. Do lado direito, ele mira, mas a bala novamente pega no metal. Faço as meninas irem para o lado oposto e tentarem correr para a porta, mas a multidão as impede de sair.

- Se esconde! - ordeno para a minha irmã

Respiro fundo, não sei onde Isaac está, mas não posso me preocupar com isso agora, preciso tirar a arma desse cara, pessoas vão sair feridas, e se continuar atirando, alguém vai morrer.

Minha irmã aparece na minha vista, vejo que está bem escondida, então, apenas mando ela ficar lá movendo os lábios lentamente para ela entender.

Respiro fundo, e uso as máquinas como escudo, parece que ele está focado mais em mim no que nas meninas. Permaneço agachada, procurando uma oportunidade para me aproximar, e foi no momento exato quando ele tirou o pente para recarregar.

Atravesso a sala e pego um bastão, com força, bato em sua cabeça antes dele atirar em mim. Tento pegar a arma, mas ele a chuta para debaixo do balcão, melhor assim, vamos na mão, vou te mostrar como uma mulher briga.

Jogo o bastão quebrado fora, e o cara alto se levanta, ele tem o tamanho do Isaac, é, vai ser difícil derrubar ele. O cara massageia seu ombro, e os olhos pretos mostra a raiva, como ela é assustadora.

- Por que está tentando me matar?

Ele não responde, apenas faz uma posição, a mesma que o Isaac usa para lutar boxe. Desvio dos seus socos, e uso o joelho para acertar o centro do seu estômago, o fazendo gemer de dor.

Dou um, dois e três socos em seu maxilar direito, mas essa porra não cai. O que é isso? Ele é feito de ferro? Me afasto com o punho doendo, e parece que o deixei ainda mais furioso.

- Que tal responder minha pergunta?

- Você morre, é tudo que precisa saber

Sua voz é grossa e robótica, está usando algum aparelho para esconder a verdadeira.

- Por quê?

Desvio antes da sua mão coberta por uma luva preta, tentar me pegar. Giro para um chute em seu rosto, mas ele, com uma facilidade incrível, segurou a minha perna.

Tento puxar, porém, é ele quem faz isso, me derrubando com força no chão. Droga, a dor nas costas me faz gemer, e isso não é hora, preciso de força se quero sair viva daqui.

Suas grandes mãos vão para meu pescoço e seu corpo senta sobre o meu, colocando uma puta força. Empurro o rosto dele para tente tirar as mãos, mas não consigo, estou começando a ser asfixiada.

- Seus pais precisam sentir a dor que senti.

Tento procurar algo com a mão, meu pulmão queima, mas não vou desistir. A única coisa que consigo alcançar, bato com tudo em sua cabeça, e um vaso se despedaça, o tirando de cima de mim.

Com pouca força tento me afastar, entretanto, as coisas não estão fáceis para mim. Meus cabelos são segurados, com força são puxados, e só vejo como um vulto uma máquina de ferro. A dor é enorme após a batida, e estou zonza, enxergando merda nenhuma.

Tento me mover mesmo estando no chão, fraca e desnorteada. Com a visão embaçada, o cara levanta e vai até o balcão onde estava a arma, não acredito que vou morrer aqui, e tudo isso devido aos meus pais.

Não, isso não é justo. Por que temos que passar por isso? Por que temos que sofrer pelos meus pais? Nos deixe em paz, eu e Alice não merecemos essa porra.

De frente para mim, a arma é apontada, o sangue não me deixa ver, apenas abaixo a minha cabeça esperando pelo que vou ganhar.

Porém, aquele corpo que estava em pé agora pouco, cai ao meu lado inconsciente, e a arma é tirada por um pé, que não demora para ficar na minha frente. Estou com muita dor de cabeça, e com uma suave mão em meus cabelos, a pessoa se agacha, e o cheiro já diz para mim quem é.

- Droga... Eu vou cuidar do seu ferimento... - as mãos do Isaac fica sobre meu corpo, e sua voz é calma

- Onde estava? - sou erguida, mas permaneço com os olhos fechados, as luzes daqui estão fortes

- Acalmando sua irmã para não ir até você e acabar morta.

Essa foi a última frase que escutei dele antes de apagar.

Continua...

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