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Ayla Miller

Com o cigarro na mão, eu fumo enquanto observo as pessoas lá embaixo. Estou com a mesma roupa de ontem, não tive tempo de colocar meu uniforme e nem de pegar a minha mochila, mas aqui é meu único refúgio, o colégio.

Não sei para onde eu vou, e como vou viver a partir de hoje, mas quero resolver esse assunto de quem está atrás de mim. Vou dar o meu jeito, e tentar dar um fim nisso tudo sem matar ninguém, vou provar para meus pais que ninguém precisa morrer para resolver um problema

- Até que enfim te achei.

Olho para o loiro que caminha até mim, mas seu olhar se torna preocupado enquanto se aproxima.

- Então... vai me dizer o que houve?

- Bem, tirando o fato que quase fui morta ontem, tem assassinos atrás de mim e da Alice, o governo nos querendo preso, que soquei o nariz do garoto que gosto, e após isso ele me alimentou e beijou, a discussão que tive com a minha família hoje, fui expulsa de casa e não tenho onde ficar... Hm... Tirando isso, não houve nada - sorrio

- Caralho, pensei que tinha acontecido alguma coisa - ele entra na brincadeira, me fazendo rir - Pelo visto as coisas não estão sendo boas para você.

- E quando foi que as coisas foram boas?

- Bem... pelo menos teve dias que era mais "normal" - ele se apoia no muro - O que você vai fazer?

- Tentar descobrir quem quer nos matar, e resolver esse assunto eu mesma.

- E como vai fazer isso?

- Conheço algumas pessoas que pode me ajudar. Vou pesquisar, olhar algumas câmeras, e achar esse cara antes que me ache.

- Sabe que posso te ajudar, não é? - seus olhos azuis observam meu machucado na testa

- Não vou te envolver nisso. Esse assunto é meu, e quero manter apenas comigo, entende?

- Claro...

Ryan apenas fica ao meu lado, e o silêncio me mantém calma.

- Pode comprar alguns sprays? Quero fazer uma coisa. - olho para ele

- Claro. Mas só se deixar eu ajudar.

- Você sempre ajuda.

Ryan sorri e caminha até a porta do terraço, dizendo que volta logo. Continuo na minha vibe de fumar e apreciar as pessoas lá embaixo, são tão pequenas, parecem formigas.

A porta é aberta, atrai a minha atenção, até pensei que fosse o Ryan para dizer que o diretor estava vindo aqui, mas, é o Isaac. O garoto de cabelos pretos se aproxima, e em suas mãos, tem uma sacola branca com algo dentro que parece ser uma vasilha.

- Não conseguiu trocar de roupa? - pergunta já estando próximo

- Não... Eu fui expulsa de casa - solto a fumaça

- Imaginei - sussurra, mas eu ouvi com clareza - Deveria parar de fumar, pode te matar.

- Essa é a intensão - novamente puxo um pouco de fumaça para dentro de mim e logo solto

- Ayla... - ele respira fundo após me chamar - Sempre vai haver problemas, tanto como fortes e fracos... Você é forte, lute por eles como uma mulher guerreira que você é. A vida não é fácil, e temos que sempre estarmos preparados para os problemas que vier. Caso não consigo sozinha... Só me fale o que está sentindo e tentarei te ajudar de alguma forma, sem julgamentos. Você é importante pra mim... de alguma forma.

Sou importante pra ele? Bem... eu percebi isso ontem, porém, não imaginava que estava falando sério. Suas palavras foi algo muito significativo para mim, ele é como uma paz que sempre procuro no dia a dia...

- Você não é um fracasso e caso perdido, mesmo sua família dizendo isso. Não precisa se machucar fumando até ter uma doença para morrer. Você é necessária. É amada pelas pessoas a sua volta. - ele encara meus olhos, sem desviar uma vez - Você não está sozinha, Ayla... Eu acredito em você! E sei que... as coisas vão melhorar.

- Obrigada pelas palavras, Isaac - encaro o cigarro em minha mão, e o apago contra o cimento - Você é um menino de ouro... - sussurro, e deixo o cigarro apagado cair do prédio

- Está com fome?

Meus olhos ficam na vasilha roxa que se abre com vários tipos de comida separados por pequenos lugares.

- Fez pra mim?

- Bem... eu já imaginava que você seria expulsa de casa, então, sim. - ele estende a vasilha

Fico feliz ou triste?

- Obrigada! - olho seu nariz roxo, mas não quero tocar sobre esse assunto

Pego a vasilha e começo a comer, ele fez tudo isso pra mim? Um pouco de cada? Acho que eu deveria ficar feliz pela preocupação.

- Tem lugar para ficar?

- Não. - digo, apenas saboreando o que como.

- Pode ficar-

- Eu até aceitaria - coloco a minha mão na boca - Mas meus pais podem descobrir que estou lá, e vão expulsar vocês e eu. Vou dar um jeito em relação onde dormir.

- Certo... E os estudos?

- Vamos continuar - termino de engolir e vou direto no bacon - Estava pensando em fazer veterinária.

- Invejosa!

- Não é inveja! - olho para ele - Só por que decidi fazer essa faculdade eu sou invejosa? Então as outras pessoas também são.

- Hm... - ele estreita seus olhos como se eu realmente fosse invejosa - Tem medo de algum animal?

- Apenas de barata, mas quem cria isso hoje em dia?

- Muitas pessoas, mas são baratas raras de outros países, não estou falando das do esgoto. São aquelas baratas grandes - ele faz um gesto com as mãos - Que chega dá gastura, pesquisa depois uma, o nome dela é Blaberus giganteus.

- Isaac!

- O quê? - ele abaixa suas mãos

- Estou comendo!

- E eu estou falando de baratas gigantes. Se brincar, elas são até maiores que você.

Tento bater nele, mas o garoto se afasta com um sorriso no rosto.

Continua...

NOTAS DA AUTORA

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NOTAS DA AUTORA

Isaac, um grande homem!

Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar para me ajudar aqui, e mais tarde postarei o último. Até lá, beijos! ❤️

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