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Ayla Miller

Tem muita mensagem do Ryan em meu celular, ele se envolveu em um assunto que não foi chamado, odeio quando esse mongol faz isso. Agora preciso garantir a segurança dele, porque tenho certeza que se esse cara descobrir que o loiro idiota está o seguindo, vai querer o matar na mesma hora.

Ryan
Eu descobri onde fica o lugar que aquele assassino vive. Não demorei achá-lo, além disso, aqui na vizinhança as pessoas estavam comentando que havia se mudado uma pessoa estranha para o prédio do andar de cima que fica aqui perto
Queria falar pessoalmente, mas você não compareceu ao colégio hoje. Enfim, o que acha de irmos bisbilhotar a casa dele? Assim podemos ter algumas respostas.

O que esse garoto tem na cabeça? A ideia não é ruim, mas é arriscada para ele ir. Droga! Não quero depender dos meus pais para salvar a minha vida, vou aceitar só porque quero acabar com isso o mais rápido possível.

Ayla
Certo. Manda a localização.

Ryan
Até que enfim! Pensei que tinha morrido.
Ok, irei te mandar. Ele sai pela manhã, por volta das oito horas, e só volta as dez, temos um tempo para vasculhar.

Ayla
Como sabe disso?

Ryan
Eu pesquisei! Não é difícil ficar de olho em uma pessoa, Ayla. Enfim, ele contratou uma equipe de dedetização para limpar o local de baratas, o que acha de irmos disfarçados?

Ayla
É sério isso? Eu tenho medo de baratas!

Ryan
Eu sei que consegue ficar em um lugar cheio delas por um tempo. Parece que ele deu uma ordem a recepcionista para deixar os dedetizadores subir enquanto ele estiver fora. Podemos dar uma ótima vasculhada.

Ayla
Certo! Mas com uma condição!

Ryan
Qual?

Ayla
Que após fizermos isso, você não se envolva mais. Ou aceita, ou não vamos!

Ryan
Qual é?! Estou tentando te ajudar, Ayla!

Ayla
Não quero você nisso! Sua vida é importante para mim, ok? Ou nada fechado!

Ryan
Está bem! Não vou me envolver mais.

Ayla
Ótimo! Até amanhã!

Ryan
Chata.

Desligo o celular, e ao olhar para a porta, no corredor com a luz acesa, uma sombra surge.

- Está com fome? - minha mãe pergunta do outro lado

Não a respondo.

- Está dormindo, filha?

Eu odeio o orgulho, porque eu também tenho. Enquanto eu não ouvir um pedido de desculpas, vocês não existem para mim.

Logo a sombra some, e seu andar vai se distancia até não ter mais nenhum barulho.

***

O prédio é bem pequeno, só tem três andares, como se fosse um pequeno hotel de beira estrada. Ryan está ao meu lado, e não acredito que vamos passar esse mico de disfarce. Céus! Como fui arranjar um amigo assim?

- Vamos fazer o seguinte... - o loiro se vira para mim - Tudo em que mexermos, coloca no lugar, provavelmente ele deve decorar onde fica cada coisa.

Na sua bolsa, ele tira um papel.

- Só consegui essa foto dele.

Pego da sua mão, e observo um cara alto, com um boné preto na cabeça. Uma metade do seu rosto não aparece, porém, a outra já é o suficiente. Os olhos pretos, irritados com algo, o maxilar travado, e pouco cabelo castanho escuro a mostra.

Ele me lembra alguém, mas não me vem à memória quem poderia ser. Sua pele clara sem nenhuma tatuagem a vista... Preciso saber mais quem é ele, a raiva em seu olhar me traz calafrios.

- Vamos entrar, não podemos perder tempo - Ryan tira a foto da minha mão e caminha na frente

Entramos na recepção, ele é atendido, e por um tempo, Ryan conversa com a moça do balcão, até ela nos deixar subir. Usamos as escadas até o terceiro andar, fomos até o quarto dezenove, a porta é aberta pela recepcionista, e as suas ordens é que limpamos tudo.

Coloco a máscara antes de ter atenção da mulher para mim. Entro primeiro, e o lugar é bem-arrumado, não tem índices de nenhuma pesquisa, porém, tem baratas pelo chão. Pelo visto tem algum esgoto por aqui, são tantas que me dá nojo e calafrios, não nego como estou com medo disso tudo.

- Seja rápida!

Pego o veneno, e onde vejo barata, eu jogo. Preciso fazer o "trabalho" para ele não desconfiar. Procuro pela casa toda, mas nada, porém, o quarto difere, tem mais baratas do que o normal.

Um cheiro podre me causa ânsia. Um cheiro... de morte.

- Tem um cadáver aqui - coloco a mão por cima da máscara - Reconheço esse cheiro em qualquer lugar.

Meus pais já trabalharam com corpos, escondia drogas em cadáveres para translocar para outro local.

- Como sabe? - Ryan aparece ao meu lado

- O que você acha? - olho para o loiro que só mexe os ombros

O cheiro fica mais forte quando nos aproximamos do closet, mas ao abrir, não tem absolutamente nada, porém, uma fileira de baratas nos leva para uma parede, para atrás dela.

- Segura para mim - estendo pro Ryan, e toco na parede - Parece que existe um lugar aqui.

Empurra, e ao abrir, o cheiro é pior, a vontade de vomitar também aumenta. Tem uma maca, e em cima dela, um corpo de um garoto. Tem baratas por todo lado, como também, fotos MINHA pela parede.

- Puta merda! - Ryan diz, e permanece do lado de fora - Vou ficar aqui e dar um fim nas baratas.

Me aproximo da mesa, as fotos são recentes, de todos os momentos. Em casa, no colégio, com o Isaac, no restaurante em que eu estava ontem... Deus... Esse cara está focado em mim. Tem um mapa, e alfinetes em cima de alguns lugares.

Que merda! Tem um em cima de onde o Isaac morava, e também na do Ryan, minha casa, do restaurante em que estava ontem, e do condomínio que Isaac mora agora.

Esse cara está de olho em mim há muito tempo e sabe de cada passo que dou...

Continua...

NOTAS DA AUTORA

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Obrigada por ler, não se esqueçam de votar, me ajuda muito! Vou postar mais um capítulo hoje para encerrar, até lá! ❤️

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