Ayla Miller
Fecho a porta de casa atraindo o olhar de toda a família Miller. Que ocasião mais linda, todos reunidos esperando eu e Alice chegarmos.
- Querida! - minha mãe caminha na direção da garota que segura a minha mão
- NÃO! - Alice grita, até eu me surpreendo - JÁ ESTOU CANSADA DISSO.
Meus avós, tanto paterno e materno, estão aqui. Quando eu digo a família toda, é realmente a família toda. Respiro fundo quando a minha mãe me olha, e aquele olhar preocupado, se torna furioso.
- O que eu disse pra você? - disse com um tom raivoso - Falei para não sair. Você me ouviu? Não, claro que não! Nunca escuta os mais velhos, e pelo visto, a noite para vocês foi longa. Não venha querer brigar conosco, a culpa foi sua por quebrar uma regra.
Sempre minha culpa! Tudo é minha culpa nessa porra! Eu não pedi para vocês serem assassinos, mas isso também é a PORRA DA MINHA CULPA.
- Tenho certeza que a vida da Alice ficou em risco. Tudo por causa de quê? Da sua desobediência! Aonde foi que errei com você, Ayla? - ela se aproxima um pouco - Dei tudo de bom e do melhor, sempre te tratei melhor que o Marcus e a Alice, e você se tornou essa rebelde... Não! Agora eu sei onde eu errei! Foi quando eu comecei a te tratar como filha única, a dar tudo que você pedia, foi aí, o meu erro! Te mimar. Agora você coloca a Alice também contra a gente!? Tem noção do caos que a nossa vida está virando?
Ela continua falando e falando, enquanto tento me controlar. Mas todos nós um dia chega ao limite, e o meu, foi hoje.
Com a bolsa na mão, arremesso com tudo no vaso, o quebrando em pedaços, a fazendo se calar.
- Você quer me culpar, mamãe? - solto a mão da Alice - SIM! A GENTE QUASE MORREU ONTEM! Mas a culpa não foi minha. Enquanto eu estava sendo sufocada por um cara, ele me disse: "seus pais precisam entender a minha dor". A culpa é sua e do papai... não, na verdade, a culpa é da família toda.
- Como-
- VOCÊ QUER VIR ME CULPAR POR VOCÊS SEREM ASSASSINOS? AQUELE CARA TINHA RAIVA NOS OLHOS, SEDE DE SANGUE, MAMÃE! Eu e a Alice não estamos seguras aqui, e você sabe disso! Somos fracas, e eles também sabem disso! Sabem que nunca vamos conseguir matar uma pessoa, NOS TORNAR MONSTROS IGUAL A VOCÊS. Provavelmente vocês mataram uma pessoa inocente, e aquele cara quer vingança. POR CAUSA DO SEUS ERROS, EU E A ALICE ESTAMOS PAGANDO POR ELES.
- Ayla! - meu avô paterno bate sua bengala - Olha como fala com sua mãe!
- NÃO ESTOU FALANDO SÓ COM ELA, É PARA TODOS VOCÊS! E ela não é minha mãe.
- AYLA! - dessa vez foi meu pai
- Eu sei que tem mães que não se importam muito com os filhos, mas você, Daiana, diz que se importa! Se realmente seus filhos importasse, você não mexeria mais com essa vida estando grávida do Marcus. Você iria tentar nos dar uma vida melhor, longe de toda essa PORRA!
- Eu estava preocupada! - ela começa a ficar irritada
- Estava? Você nem mandou uma mensagem para saber onde eu e a Alice estava, mãe! Nem ligou quando eu e ela passamos a noite toda fora. Eu quase fui morta, mãe, por culpa de vocês! Por culpa do que são! Já ouviu aquela frase? "Aqui se faz, aqui se paga"? Mas quem vai pagar por essa porra toda, são seus filhos.
O silêncio fica no ambiente, e minha mãe permanece com a cabeça em pé, com o olhar frio que congela até a alma de qualquer pessoa.
- Onde você estava quando eu quase fui morta? - pergunto
- Trabalhando.
Começo a rir ironicamente.
- Corrigindo, matando pessoas - sorrio para a mulher que permanece séria
- Isso. Tentando descobrir quem são eles para trazer a paz de volta a vocês.
- Paz? - ergo minhas sobrancelhas - Nós nunca teremos paz estando nessa família. Isso é um fato, mamãe. Eu estou farda disso tudo - tento segurar meu choro, mas está sendo impossível - Só queria ter uma família e uma vida normal.
- Temos uma vida normal.
- MATAR PESSOAS NÃO É SER NORMAL MÃE! Se as pessoas soubessem quem somos, elas iriam nos menosprezar! É por esse motivo que sou rebelde, porque estou a busca de não ser como vocês, de ser normal. - minha boca começa a tremer pelo choro, e os soluços não dão para esconder - Enquanto... você e Rafael estiverem vivos, quem irá mais sofrer aqui... é eu e a Alice.
Novamente o silêncio fica sobre aquela sala, e apenas meu choro ecoa pelo local.
- Eu odeio a vida que tenho, e odeio você, mamãe.
- JÁ CHEGA AYLA! - meu pai quebra outro vaso, fazendo todos os olhar - Estamos lutando para fazer vocês viverem em paz! Fiz sua mãe mudar de ideia e deixar você longe da máfia, e é assim que agradece?
- EU QUASE FUI MORTA RAFAEL, ENQUANTO ISSO, VOCÊ ESTAVA MATANDO PESSOAS!
- Abaixe o seu tom pra mim, mocinha! Eu não sou o seu amiguinho para deixar você falar nessa altura! - seu dedo ergue na minha direção, e apenas sorrio para ele
- Agradeço pelo que fez por mim, papai, mas... também te odeio. Eu olho para você e tento ver um pai normal, mas aí lembro, que cada dia, uma pessoa morre pelas suas mãos. Não consigo ver essa família como pessoas normais, eu sinto muito. Alice só tem dez anos, e vai sofrer graças a vocês.
- Saia dessa casa! - ele aponta para trás de mim - E só volte quando pedir desculpas para sua mãe.
- Então eu nunca vou voltar.
- Ótimo!
Pode parecer pesado, mas é normal para mim ouvir isso. Sorrio para eles e apenas levanto meu dedo do meio, mostrando para todo mundo.
- Vão se foder todos vocês!
Apenas me viro, e saio da casa.
Continua...
NOTAS DA AUTORA
E aí? Vocês acham que ela pegou pesado, ou eles mereceram ouvir tudo isso?
Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar para me ajudar, estarei aqui mais tarde para os outros dois capítulos, até lá! ❤️
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O Nerd
FanfictionApós alguns anos estudando no colégio Owls, Ayla percebe um garoto. Isaac Willian, o cara mais inteligente do colégio Olws, um exemplo de aluno e filho, sonho de toda mãe, educado, bonito, inteligente e focado em seu futuro. Tem uma inteligência ún...