11 - Núpcias

711 31 1
                                    

Madelaine

Nós dois estávamos na sacada do grande quarto de Matteo, com duas garrafas de uísque já pela metade, e já era quase uma da manhã, bebíamos e falávamos de coisas do nosso passado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nós dois estávamos na sacada do grande quarto de Matteo, com duas garrafas de uísque já pela metade, e já era quase uma da manhã, bebíamos e falávamos de coisas do nosso passado. O que era muito bom, relembrar, mas eu meio que me sentia mal por dentro, minha infância não era muito boa de se lembrar, a única coisa boa foi minha amizade com Matteo.

— A madre me odiava — digo dando um gole no uísque escorada na parede, observando as luzes distante.

— Colocou sal no chá dela, o que esperava? — Matteo ri, e olho pra ele que também estava escorado na parede, observando os grandes portões de sua casa.

— Era algo pessoal comigo, não era apenas isso — nego e ele me olha — você pintou a beca dela de vermelha, e nem por isso ela te odiava.

— Não viaja Mad.

— É sério Matteo — digo e ele ri fraco enquanto bebe no gargalo da garrafa.

— O que mais sente falta do orfanato? — ele pergunta e eu franzo o cenho e penso por alguns segundos, encarando o chão e sorrio fraco.

— Da madrugada, quando saiamos dos quartos pra roubar doce de leite na dispensa — digo rindo e ele concorda.

— Porra, aqueles doces era gostoso pra caramba — ele diz e eu apenas sorrio.

— Não se encontra mais daquele jeito, acho que a pessoa que os fazia, parou de fazer — digo pensativa.

— Sinto falta das corridas que fazíamos, se lembra?

— Eu cansava rápido, não gostava, odiava quando me chamava pra correr e nos afastar do orfanato — digo e ele ri assentindo — Quando você foi adotado eu amei que não precisava mais correr pelos arredores me cansando atoa — brinco e ele me olha.

— Mentirosa, detestou me ver partir, chorou feito uma criança — ele diz rouco.

— Eu era uma criança, idiota — digo e ele ri de canto.

— Quando me viu te visitando, quase chorou de novo.

— O seu pai foi incrível em te deixar me visitar, se não fosse por ele... acho que teríamos perdido contato — digo e ele assente, ficando um pouco mais sério agora. Sabia que ele sentia saudade do seu pai.

— Eu vou dar uma saída — ele diz encarando o celular que vibra.

— Cama só pra mim? Que ótimo, você ronca — digo e ele me ajuda a me levantar.

— Como sabe que eu ronco? Toda vez que acordo de madrugada, te vejo babando em um sono pesado — ele retruca e eu nego empurrando ele.

— Eca, eu não babo.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora