03 - Noiva Delacroix

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Matteo Delacroix

Vê minha mãe furiosa daquele jeito já me era de costume, e ela andava de um lado para o outro tentando não surtar, e eu continuava sentado na antiga poltrona do meu pai, a observando

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Vê minha mãe furiosa daquele jeito já me era de costume, e ela andava de um lado para o outro tentando não surtar, e eu continuava sentado na antiga poltrona do meu pai, a observando. Por mais que ela estivesse furiosa, ela não surtaria, até por que ela é uma senhora de classe, não dá vexames.

— Quantas vezes eu pedi que sossegasse com uma mulher e você me dizia que não queria isso pra você, agora me aparece com essa ideia de se casar — ela nega passando as mãos em seu rosto — logo com essa... essa menina.

— Madelaine já está em minha vida a muito tempo — dou de ombros — nos reencontramos e vimos que não dar pra negar o que sentimos.

— Conta outra Matteo, sabemos bem que você não é assim, o que ela te prometeu? Ou o que ela te disse? — ela pergunta e logo arregala os olhos e eu franzo o cenho — Oh céus!

— Ela não está grávida — digo já sabendo que esse era um dos maiores medos da minha mãe, já quis até me fazer congelar esperma e operar de vez pra não acontecer nenhuma gravidez não planejada com qualquer mulher.

— Tem certeza? Só o que faltava, engravidar essazinha — ela diz com arrogância e eu rolo os olhos.

— Ela será minha esposa, e sua nora, então acho melhor deixar as desavenças de lado — digo e ela me encara.

— Ao menos me diz que o noivado vai demorar um pouco — ela respira fundo — ao menos até você se arrepender e vê que está maluco.

— Me caso com ela na próxima semana.

Digo observando ela cair sentada na cadeira e eu coço a nuca, mamãe não diz nada, apenas me encara com a mão no peito e eu respiro fundo, indo até ela.

— Você está me castigando por causa da Beatrice, é isso?

— Não tem nada haver com aquela palhaçada — digo pensativo.

— Ela sim é uma boa noiva filho, de uma família rica e principalmente, uma moça de etiqueta.

— Sei que consegue deixar Madelaine como uma moça dessas em uma semana até meu casamento.

— Isso é impossível, seria impossível até em um ano, aquela menina não tem modos de uma garota decente.

— Mãe — a repreendo e ela se levanta com raiva.

— Não me esqueci do que vi no seu quarto quando você completou quinze anos — ela diz e eu franzo o cenho — ela estava prestes a descer sua calça, uma pervertida a vagabunda.

— Ainda se lembra daquilo? — pergunto rindo.

— Claro que sim, vi meu filho ser molestado — ela diz e eu acabo que rindo mais.

— Eu tinha quinze anos e ela tinha doze, olhando agora, não seria eu a vítima ali, não acha?

— Não pode se casar com ela — ela diz batendo o pé.

— O próximo domingo mãe, ela será sua nora, então por favor, chega disso ok?

— Não pode estar fazendo isso comigo.

— Eu te amo, tome um remédio e relaxe.

Digo ao beijar seu rosto, e saio da livraria, notando Madelaine conversar com a empregada na maior intimidade e acabo que rindo disso, e vejo ela me olhar e a empregada se retirar.

— Ao menos a empregada me recebeu de bom humor — ela diz encarando minha mãe que também sai da livraria.

— Olá Madelaine — minha mãe diz e Mad sorri provocativa.

— Continua maravilhosa, Geórgia. Quer dizer, já posso te chamar de sogrinha né?

Mad provoca e minha mãe me encara e eu sorrio de canto notando o quanto as duas se detestavam, e logo puxo Mad pra subirmos a escada, e ela sobe admirando tudo, até as cerâmicas que pisava. E isso me faz lembrar o orfanato, Madelaine sempre foi curiosa. Quando cheguei no orfanato ela já estava lá, com seus cabelos laranjas e seus olhos arregalados como sempre, ela tinha seis anos e eu estava prestes a completar nove. Bastou alguns dias no orfanato pra mim e Mad nos tornarmos inseparáveis, e as freiras sofriam com a nossa dupla, fazíamos pegadinhas com todo mundo, nos sujamos e fazíamos a madre sempre surtar. Isso até eu ser adotado, pela minha mãe. Um ano depois que cheguei, e deixar Mad foi uma das piores fazes da minha infância. Sorte a minha que meu pai sempre me levou pra visitar ela, ou a buscava, fazendo as madres permitir sempre sua saída. Mad nunca foi adotada. E por mais que ela diga que não se importava com aquilo, eu sabia que a cada família que ia ao orfanato e saia com uma criança e não com ela, a machucava. E fiquei feliz quando ela completou dezoito anos e se mandou de lá.

Quando me mudei de Estrasburgo a quase cinco anos, o contato diminuiu, e no orfanato sempre recebia cartas, e Madelaine gostava de cartas, então sempre nos comunicamos, e as vezes via redes sociais, mesmo que eram poucas vezes, já que a adolescência me mudou um pouco. Mas o importante é que nunca perdi o contato com Madelaine.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora