Matteo não esperava que sua vida fosse mudar depois de um simples acordo com sua melhor amiga, ele sabia que Madelaine aceitaria, só não sabia que ela se apaixonaria. E Madelaine é durona demais, pra assumir que ela caiu no papo dele, que ela é mais...
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Madelaine
Hoje faz duas semanas que o Asher nasceu, e como estou? Pra pirar, ele dorme o dia todo, não dá trabalho durante o dia, mas na madrugada, ele praticamente me enlouquece, ele chora, não dorme e quer toda minha atenção. E eu só choro e peço pra ele tentar dormir, como se ele fosse me entender. Matteo sempre aparece em meu quarto, pra me ajudar e eu confesso que só consigo dormir por que ele fica com o Asher.
Hoje era domingo, Asher como sempre dormia até as dez da manhã, ao menos ele me deixava dormir até tarde já que eu durmo todos os dias quase três da manhã. Enquanto ele dormia, eu tomava meu banho com os olhos fechados, mas sempre dando uma olhadinha na babá eletrônica no suporte ao lado. Desligo o chuveiro e saio do banheiro enrolada na toalha, caminho até o closet colocando um short jeans e uma regatinha, me olho no espelho e me preocupo, eu estava seca, meu rosto além de pálido estava magro, como se eu perdesse um peso absurdo. Quando saio do closet vejo o Matteo, com o Asher no colo, que já mexia suas pequenas mãos.
Matteo me olha e sorri fraco, e eu tiro meu cabelo úmido dos ombros.
— Está bem? — ele pergunta com a voz um pouco rouca e eu apenas concordo — Vi que demorou à dormir ontem, ele dormiu em meu colo primeiro que você.
— Dor de cabeça — digo e ele franze o cenho — troca ele pra mim? Estou com fome.
— Pode ir lá — ele diz e eu sorrio fraco, pego meu celular e saio do quarto.
Desço as escadas e vejo que Geórgia estava na sala, ela meio que está sendo uma super vó, mesmo me tirando do sério quase sempre, quando dar palpite em tudo que faço. Ela até tenta me ajudar de madrugada, mas o Asher chora ainda mais quando ela pega ele quando ele está irritado. Então ela me ajuda levando um chá quente ou oferecendo algo para comer.
E eu já tinha entrado em contato com a babá que ela me indicou, e a mulher tinha um excelente currículo, bem melhor que o meu, mas entendo, empregados de ricos, são praticamente ricos também. Garanto que a futura babá do meu filho, seja melhor de vida do que à mãe dele era à um ano atrás.
— Eu pedi a empregada pra fazer aquele molho de camarão que você gosta — Geórgia diz me vendo comer panquecas na cozinha.
— Obrigada — digo e ela sorri fraco e sei que está querendo algo.
— Se quiser tirar o dia pra descansar, dormir um pouco — ela diz e eu à encaro — pensei em passear com o pequeno Asher.
— Ele não pode sair ainda, só tem duas semanas Geórgia.
— É no parque ao lado, é bem tranquilo e...
— Beatrice vai estar com você? — digo limpando os dedos no pano ao lado — Por que se for, já é mais um motivo para não deixar o Asher sair com você.
— Que isso Madelaine, sou avó dele — ela reclama — e não ia chamar Beatrice.
— Quem sabe quando ele fizer um mês, ok? Está muito cedo, à imunidade dele é baixa.
Digo e saio da cozinha, subindo às escadas e voltando para o meu quarto. Vejo à cama ainda bagunçada e fralda espalhada junto à roupa que o Asher usava, ouço o chuveiro e caminho até o banheiro, notando Matteo apenas de cueca, debaixo do chuveiro com meu filho em seus braços, pelado e calmo.
— O que está fazendo? — pergunto e ele ri calmo.
— O garoto se cagou todo, não teve outra opção — ele explica.
E eu acabo que rindo, admiro os dois e vejo como o Asher fica calmo com a água caindo sobre seus pezinhos e olhando para o Matteo, não consigo não notar como ele continua um tremendo gostoso, os gomos em sua barriga, os músculos saltados, o volume admirável em sua cueca molhada na cor preta. Oh céus, que pecado!
Ele me olha, e tento disfarçar que estava olhando pra ele, caminho até o quarto, pegando à toalha do Asher, e logo o busco. E enquanto vou até minha cama com ele brincando com ele, vejo meu belo melhor amigo sair do banheiro com uma toalha branca enrolada na cintura, e o cabelo úmido. Ele sai do meu quarto e eu respiro fundo, rolo os olhos rindo fraco e volto minha atenção ao bebê ruivo pelado na minha cama.
...
Depois de vestido, Asher mama sua mamadeira tranquilo enquanto me sento na poltrona da sacada com ele, que não demora à dormir novamente. Coloco ele no berço, ajeito minha cama e pego meu celular, notando à mensagem de um número não salvo, e vejo que era um carinha francês que eu fiquei à um tempo atrás, à quase dois anos, sorrio e respondo sua mensagem.
— Ruiva — Matteo me chama na porta, chamando minha atenção e caminho até lá notando ele de terno.
— Vai sair? — pergunto e ele concorda.
Desde que o Asher nasceu ele não vai muito à empresa, ele sempre está por aqui pra me ajudar, mas eu sabia que ele uma hora precisaria voltar.
— Tenho uma reunião importante, tento voltar antes das duas horas, ok?
— Tudo bem — digo e ele assente.
E quando ele sai, caminho até minha cama, me sentando e olhando o Asher dormir, respiro fundo encarando meu celular e nego pra mim mesma.
Como minha vida pode ter mudado tanto em um ano? Eu nem se quer me reconheço mais, não sei mais quem sou ou o que desejo pra mim.
...
Geórgia estava na sala com o Asher em seu colo enquanto eu dobrava algumas roupinhas do Asher e as guardava na cômoda, e quando terminei. Desci tendo o desprazer de vê Beatrice na sala. E por sorte Geórgia não estava ali com o meu filho.
— Matteo está? — ela pergunta e eu à encaro de cima abaixo.
Como Matteo pode ter se interessado por uma patricinha à besta como ela? Me lembro dele ter tido gostos melhores.
— Não se finja de boba, sei que é inteligente o bastante, e não viu o carro dele lá fora — digo sem paciência.
— Eu só vim trazer o relógio dele, ele esqueceu no meu apartamento — ela diz deixando o relógio sobre à mesa e eu sorrio de canto.
— Isso é pra me dizer que ele dormiu na sua casa? — cruzo os braços sorrindo, ela é patética.
— Não — ela diz respirando fundo — eu só quis devolver mesmo, não que seja da sua conta. Não estão mais juntos. Né?
Entendi o jogo dela, ela era ingênua demais pra disfarçar sua insegurança.
— Não procure culpados Beatrice. Talvez ele não quis te assumir por que realmente, ele não desejava isso — dou de ombros — sou melhor amiga do Matteo, conheço ele à anos. Entende né? Você foi apenas um dos casinhos dele, apenas.
Vejo ela me olha chateada e irritada, e nega molhando seus lábios e franzo o cenho aguardando sua resposta.
— Não acho que tenha sido só isso, já que ele disse que me amava — ela diz convencida.
