34 - Estranhos

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Matteo Delacroix

Madelaine saiu do hospital ontem, e como o médico pediu que ela repousasse, ela não veio mais com a ideia de se mandar pra Estrasburgo, mas eu sabia que logo ela iria querer isso de novo, até por que nosso acordo já está quase acabando

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Madelaine saiu do hospital ontem, e como o médico pediu que ela repousasse, ela não veio mais com a ideia de se mandar pra Estrasburgo, mas eu sabia que logo ela iria querer isso de novo, até por que nosso acordo já está quase acabando. Sentado no sofá da sala, com meu copo de uísque na mão encarando o retrato do meu pai na parede. E isso me faz pensar no lance que eu pensava até ontem, na verdade nem tive a chance de pensar muito, preocupado com a Madelaine e tudo que estava acontecendo, não parei tanto pra pensar no lance que quase aconteceu, eu seria pai de alguém. Respiro fundo e bebo a bebida em meu copo, eu não estava pronto e nem preparado pra ser um pai, mas eu assumiria o papel. Tentaria ser o que eu não tive na infância, e é foda saber que quase aconteceu, mas foi apenas um "quase".

— Filho — a voz da minha mãe me faz olhar pra ela, usando um pijama e seu cabelo solto e desvio meu olhar dela — pode me ouvir agora?

— Não — bebo meu uísque e ela me olha com aquele olhar de quem chorou e não dou a mínima.

— Eu quero te explicar — ela diz e eu nego.

— Não quero saber como você e ele começaram, não dou a mínima — digo colocando o copo na mesa — e agora não é uma boa hora.

— Sinto muito pelo bebê, eu me sinto péssima — ela chora — foi culpa minha e...

— Diga isso a Madelaine.

— Eu sei que o casamento de vocês não passam de um acordo — ela diz e eu a encaro — mas também sei que estão começando a se gostar e eu começo a apoiar isso, por isso não comentei nada antes.

— Está errada.


— Matteo — ela diz e eu nego.

— Não amola mãe.

Digo e passo por ela, tirando minhas chaves do bolso, e já passava das onze da noite, eu precisava sair e tentar esfriar minha cabeça, e sabia que Mad queria ficar sozinha, não era uma boa incomodar ela hoje com a minha presença. E quando entro em meu carro, vejo a mensagem na tela e franzo o cenho ao ler o nome da Beatrice.


🍂 Madelaine 🍂

Acordo com a luz do sol em meu rosto e me mexo na cama, sentindo um pouco de cólica, e tiro meu cabelo do rosto me sentando e vejo no relógio que já era oito da manhã, escovo meus dentes e lavo o rosto e saio do quarto meio que reclamando de dores mentalmente, mas eu precisava beber um café, me sinto morta. E no corredor pronta pra descer a escada ouço risos e encaro a porta ao lado, que nunca havia entrado, mas sabia que era um quarto de hóspedes, a porta se abre e eu vejo uma loira sair, ela me olha e engole seco e eu continuo encarando ela, e ela abaixa o olhar segurando seus saltos nas mãos e descendo a escada e eu vejo Matteo aparecer na porta do quarto, com sua camisa social aberta e usando apenas uma cueca preta, ele me olha e eu continuo da mesma forma, meio que sonolenta e estressada.

— Não deveria estar de pé — ele diz e eu passo a mão no rosto e concordo.

— Estou enjoada — digo com a mão sobre a barriga, sentindo algo se revirar ali.

— O médico disse que seria um dos efeitos colaterais da quantidade de remédios — ele se aproxima e eu apenas concordo.

— Não fica muito perto, está cheirando a sexo — reclamo, descendo a escada devagar, mas era mentira, ele não cheirava a sexo, mas sabia que ele tinha feito sexo a noite toda com aquela loira magrela que saiu do quarto. E nem irei lembrar ele que tínhamos um acordo, ele me paga depois.

Meu estômago se revira ainda mais quando vejo Geórgia me olhar com olhar de pena e se aproximar.

— Mad, eu pedi que fizessem seu café da manhã, iriam levar até seu quarto — ela diz preocupada.

— Já estou aqui — digo e ela assente.

— Como se sente?

— Acabada — sou sincera e ela olha pro Matteo atrás de mim, que já estava usando sua calça, ótimo.

— O médico disse que precisava repousar, não disse?

— Estou com fome — digo e sinto a mão do Matteo em meu braço e eu o encaro, mas aceito sua ajuda, e ele me guia até o sofá, onde me sento e passo a mão sobre os olhos.

— Gosta de ovos mexidos? Eu pedi que fizessem com bacon, torradas e suco de manga natural — Geórgia diz meio que rápido e eu a encaro — se quiser comer algo doce eu peço que preparem panquecas e...

— Está ótimo Geórgia — digo e vejo Matteo ri de sua mãe.

Todos sabemos que ela está assim por que fez aquela merda toda com meu nome, e se culpa pelo que aconteceu, sobre o fato de ter acontecido um aborto espontâneo após a batida do carro. Mas eu sei que não foi culpa dela, ainda acredito que não era o momento pra ser mãe, e o destino quis assim e está tudo bem.

— Vou pra empresa, se precisar de algo, me liga ok?

Apenas concordo e ele assente, saindo e eu respiro fundo e rolo os olhos e vejo Geórgia me olhar.

— Sempre soube de tudo — ela diz e eu franzo o cenho.

— Do que está falando?

— Do casamento de fachada de vocês — ela diz e eu me mantenho calada — e aconteceu o que eu sabia que aconteceria.

— O que?

— Estão se apaixonando, e está virando verdade — ela sorri fraco — tudo bem que no início não gostei, não que fosse com você, nunca nos demos bem, só que... vi que Matteo é bem melhor com você.

— Está louca, eu e ele não estamos apaixonados — digo e ela ri e concorda — não viu a loira que saiu do quarto de hóspedes?

— Não se incomodou?

— Claro que não, ele é meu melhor amigo, apenas isso, por que eu me incomodaria?

— Já estiveram juntos, além da amizade.

— Sexo, sim, e não me importo nem um pouco dele fazer isso com outras.

— Até quando?

— Eu estou com fome Geórgia, pode pedir que andem depressa com o café da manhã?

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora