REDLOVE / A cor mais quente

49 -Interrupções

Madelaine 

— Grécia? O que deu em você Matteo? Você tem reuniões, tem o aniversário da Beatrice.

Geórgia falava tudo bem alto e eu rolei os olhos sem paciência alguma de ficar ali ouvindo, apenas subi a escada e caminhei até o nosso quarto, indo para o closet puxando minha mala, e sorrindo boba sem acreditar que realmente ele topou essa maluquice, mas confesso que será uma aventura e tanto. Coloco algumas roupas dobradas na mala e mordo o dedo enquanto penso no que mais colocar, a Grécia é fria?

— Ei — Matteo me chama e me viro pra ele e vejo seu sorriso e sorrio também.

— Ela não te fez desistir?

— Não, viajamos amanhã — ele diz e eu caminho até ele.

— Sério?

— Pedi que a Yara compre as passagens ainda hoje — ele diz enfiando o celular no bolso e eu meio que desfaço o sorriso quando ouço o nome dela, mas ignoro e ele me puxa pela cintura — que foi, não está animada pra conhecer a Grécia?

— Você está?

— Animado em passar um bom tempo só contigo — ele diz descendo suas mãos até minha bunda onde a aperta e eu sorrio maliciosa.

— Você é um safado — digo e ele sorri de canto, descendo seu rosto até o meu, onde me beija devagar.

E não demora muito pra ele me levantar, me pegando no colo enquanto entrelaço as pernas em seu quadril e ele me coloca sobre a mesa do closet e não me importo em ouvir algumas coisas caírem. Matteo segura minha nuca enquanto me beija desesperadamente louco pra tirar minha roupa, mas não iríamos fazer isso agora, por mais que sua pegada e seus beijos estejam ótimos.

— A Grécia é fria? — pergunto e ele para de me beijar e nega, mas volta a beijar minha boca — É quente?

— Nessa época do ano sim — ele diz próximo a minha orelha me trazendo arrepios.

— Acha que com meus shorts vou passar frio lá?

— Eu te esquento — ele diz ao apertar minha bunda e eu nego rindo.

— É sério — digo e ele beija meu ombro e para com os amassos, agora prestando atenção em mim.

— Quer comprar roupas novas? — ele pergunta e eu nego.

— Tenho o guarda roupa cheio de roupas que sua mãe me obrigou a comprar, só preciso saber como é o clima lá na Grécia — digo e ele concorda.

— Nessa época do ano está quente, mas leve alguns casacos, iremos sair bastante à noite — ele diz e eu sorrio.

— Não me parece animado — digo e ele tira meu cabelo do meu rosto e nega calmo.

— Impressão sua, estou animado pra caramba — ele me beija — já que te fiz participar de um casamento de mentira, nada mais justo que uma lua de mel, não acha?

— Teremos outra noite de núpcias? — pergunto passando a mão devagar sobre seu peitoral e ele sorri de canto — Até por que sua noite de núpcias não foi comigo.

— Teremos nossas núpcias ruiva, relaxa, teremos quantas você quiser — ele diz rouco, e com aquele olhar que me deixava fraca, e sorrio o beijando e ele volta a me apertar e eu mordo seu lábio com calma.

— Faz a mala — digo e ele concorda beijando meu pescoço, e me ajudando a me descer da mesa.

E observo ele pegar as roupas dos cabides e acabo que rindo disso, e ficando meio pensativa, a algumas semanas se me dissessem que eu estaria realmente, namorando o Matteo eu daria risada e diria que isso nunca aconteceria, que era uma loucura. E hoje, eu o namoro, observo a aliança e o anel em meu dedo e nego pra mim mesma, esse casamento de mentira, fez coisas e mudou muita coisa, coisas que EU não esperava. E tenho medo de pensar de como será!

— Ruiva — a voz dele me tira dos pensamentos e observo ele me olhar — que cara é essa? Ainda pensando no clima da Grécia?

— Não — sorrio fraco — o que foi?

— Pra você — ele diz me jogando uma camisa no ar e eu a seguro e encaro ele.

— Pra mim?

— Já dormiu com ela um dia — ele diz e eu franzo o cenho o encarando — te achei gostosa nela.

Rolo os olhos rindo e ele ri colocando mais coisa em sua mala, e eu deixo a camisa ao lado, voltando a fazer minha mala, e vejo quando o celular dele toca e ele sai do closet para atender, e eu foco em terminar a mala, e sair dali logo.

A fecho e a empurro para o canto e saio do closet percebendo ele sentado na cama com um olhar não muito bom para o seu celular.

— Tudo bem?— pergunto e ele nega.

— Preciso sair agora — ele diz e eu concordo.

— Tá bom — ele mexe em seu cabelo e se levanta e sei que ele não está bem, mas não faço perguntas.

—Yara está com problemas — ele diz de costas para mim e eu franzo o cenho, mas apenas concordo.

Me sento na cama e observo ele me olhar, e ele se escora na mesinha antes de começar a se explicar.

— E ela não sabe resolvê-los?

— É um lance com o ex dela, e que acabou me envolvendo e sobrou só pra ela — ele diz e eu concordo, mesmo sem entender.

— Ok.

— Eu não vou demorar, ok?

— Ok.

— Não fica assim — ele diz e eu olho pra ele, que me encara nos olhos e eu nego, fingindo estar normal.

— Estou normal — minto.

— Confia em mim — ele se aproxima.

— Começamos agora, não me peça muita coisa — digo e ele ri de canto.

— Só vou lá tentar amenizar as coisas pra ela, apenas isso — ele diz e eu concordo.

— Pode ir, não sou sua dona, não me trata como se eu fosse aquelas namoradas paranóicas — digo e ele assente sorrindo de canto — e não demora por favor, não quero jantar sozinha com sua mãe.

— Eu não demoro — ele diz ao beijar minha testa e eu concordo.

Ele beija meus lábios, e eu sorrio fraco e observo ele pegar suas chaves e sair do quarto, e eu deito na cama respirando fundo e encarando o teto do quarto, umas das coisas ruins em relacionamentos é isso, as sensações nada agradáveis que vem massacrar a gente. E eu odeio essa sensação, nunca tive em um relacionamento, mas sei bem como é, e não esperava sentir.

E saber que ele está indo até a secretaria que ele transava até a semana passada, não me agrada em nada, até por que ela é uma vaca que sabe como seduzir ele, e cá entre nós Matteo é um galinha, e não é só por que estou com ele, que acredito que ele não caia em jogos de outras mulheres. Ele não me ama! O que significa que ele pode sim, fazer merdas que acabe rapidamente com o que acabamos de começar. E eu não sou, garotas que aceitam erros. Principalmente erros que afetam minha integridade.