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Matteo Delacroix

Saber que ela quer o divórcio, me deixa mais acabado ainda, eu não queria isso, mas como ela disse, isso é apenas um papel, até por que separados, já estamos fisicamente, o que me dói em dizer. Nego saindo dos pensamentos e solto a caneta sobre a mesa, encaro meu celular tocar e vejo a foto da minha mãe aparecer, e rejeito. Não estava muito afim de conversar com ela agora, ainda mais por que discutimos, sobre ela convidar a Beatrice para o evento de ontem, era uma coisa da Mad, e foi difícil fazer ela aceitar. Levar a Beatrice foi uma burrada grande.

— Senhor Delacroix — Amanda invade meu escritório e eu a encaro e ela parece nervosa — sua esposa, ela está no pronto socorro, parece que está em trabalho de parto.

— O que? — digo e ela assente e eu nego, puxando as chaves da mesa e meu blaser da cadeira e passo por ela indo para o elevador, pegando meu celular e ligando para minha mãe.

Até quem fim Matteo, vem para a clínica agora.

O que aconteceu?

Acho que o Asher vai nascer.

Mãe, ela está com seis meses — digo totalmente nervoso, com meu peito acelerado.

Eu sei meu filho, eu sei — minha mãe lamenta e eu nego, me desesperando.

E dirijo rapidamente para a clínica, onde por sorte não encontro trânsito, quando chego saio do carro batendo a porta e entro na clínica onde já vejo a enfermeira que me reconhece e guia até a sala onde Mad está, e a vejo sentada em uma poltrona já com uma camisola do hospital, e seu rosto me mostra o quão nervosa e assustada ela está.

— Matteo — ela diz e eu me abaixo até ela, segurando em suas coxas e vejo sua barriga não tão grande próximo e encaro seus olhos.

— Está bem? O que aconteceu? — pergunto e ela nega mexendo no cabelo.

— Não sei, acho que a bolsa estourou — ela diz meio que falha e eu encaro minha mãe.

— A culpa foi minha — ela chora — eu falei da Beatrice, disse que ela é madrasta do Asher e...

— Você disse o que? — digo me levantando e ela chora e eu nego, e encaro a ruiva que desvia seu olhar do meu.

— Não foi culpa sua Geórgia — ela diz sem olhar pra minha mãe.

— Onde está o médico? Ele já te examinou? — pergunto e Mad concorda.

— Ele já volta — a enfermeira diz e eu concordo, observando Mad meio que inquieta na poltrona.

E vê ela evitar me olhar, me faz me sentir um idiota total, por que merda eu estou deixando isso continuar?

— Não foi sua bolsa que estourou — o médico diz ao entrar no quarto.

— Não? — Mad pergunta — Não me pareceu xixi.

— Por que também não era xixi, foi a cerclagem se rompendo — ele diz e eu franzo o cenho.

— Como assim? — pergunto e ele encara a Mad.

— Estava repousando como eu pedi? — pergunta e ela concorda.

— Sim, eu mal saio de casa — Mad responde.

— Ela desce e sobe muitas escadas — minha mãe diz.

— Não poderá fazer mais isso, agora é repouso total, em uma cama — o médico diz e eu vejo Mad o encarar assustada — ou entrará em trabalho de parto prematuro.

— Não poderei nem me levantar? — Mad pergunta.

— Por uns 5 a 10 minutos por dia, para tomar um banho ou algo assim — o médico diz com folhas nas mãos — entendem que se entrar em trabalho de parto com seis ou sete meses de gestação é algo perigoso demais? Precisa chegar ao menos até os oito meses.

— Meu Deus — Madelaine diz se escorando na poltrona.

— Você consegue, pelo bebê — digo e ela me olha, e assente.

E eu saio da sala com o médico, deixando minha mãe e as enfermeiras com ela, que ajudavam ela a se vestir.

— Ela está passando por estresse em excesso?

O médico me pergunta e eu coço a nuca e concordo.

— Acho que sim, estamos em uma fase complicada — digo e ele concorda.

— Divórcio? — ele pergunta e eu franzo o cenho — Sei como é, mas terei que pedir a você que adie isso pra outro momento, ela precisa de um companheiro agora, um amigo e marido se possível, não vai ser fácil ficar em uma cama por vinte quatro horas por quase três meses.

— Eu farei o possível pra ajudar — digo e ele concorda, pegando em meu ombro e logo sai, e eu passo a mão no rosto.

...

— Eu levo ela — digo ao vê minha mãe empurrar a cadeira de rodas da Mad enquanto ela mexe em seu celular.

Seguro a cadeira de rodas e a empurro pelo corredor, saindo da clinica, a guiando até meu carro e de relance vejo ela pesquisar algo sobre parto prematuro, e sei que ela está preocupada.

— Pronta? — pergunto e ela encara meu carro e concorda travando seu celular.

A pego no colo com cuidado, e a coloco sentada no banco do passageiro, onde ela coloca o cinto e sem perceber, a olho demais e ela me encara esperando que eu feche a porta, e faço isso em seguida. Passando a mão em meu rosto antes de entrar no carro, e minha mãe me encara pelo retrovisor, o que me deixa mais nervoso, por que droga ela foi dizer aquilo a Madelaine?

Em casa, após subir com Mad em meus braços, a levo até nosso antigo quarto, que agora é dela, e a sento em sua cama, e ela geme devagar me deixando preocupado.

— Está com dor? — pergunto e ela nega, e sei que está mentindo — Não costuma mentir pra mim.

Ela me olha e respira fundo, e concorda devagar.

— Um pouco de cólica, mas me deram medicação lá na clínica — ela diz se ajeitando na cama — deve passar logo.

— Vou pedir que tragam um suco de laranja, ok?

Digo e ela concorda, e continuo ali, sentado ao seu lado encarando seu rosto, e ela me olha confusa e eu nego, não dá mais pra fingir que eu não penso em voltar com ela.

— O que minha mãe disse foi uma idiotice, não estou com ninguém, e ninguém será madrasta do nosso filho — digo e ela assente, sem me olhar, ela sempre encara suas unhas quando está nervosa e não quer me olhar — e eu só não estou com a mãe dele agora, foi por que ela não me quis mais.

— Não foi bem assim — ela diz e eu franzo o cenho e ela me encara — você chegou com marca de batom em casa, o que queria que eu fizesse? Pedisse um do mesmo tom?

— Você nem se quer quis me ouvir — digo e logo nego — e não vamos discutir, não com você assim, precisa repousar ok? Me desculpa por qualquer merda, mas... eu só quero ficar numa boa com você, e te fazer ficar bem.

— Três meses de cama, é... super fácil — ela diz se deitando e encarando o teto.

— Colocarei alguém em meu lugar, eu cuidarei das coisas aqui do escritório de casa — digo e ela me olha confusa — ficarei contigo, comprarei jogos de tabuleiros, alugarei uns canais de filmes da hora, teremos muitas coisas pra fazer.

— O que? — ela ri.

— Se você deixar, claro — digo e ela rola os olhos, ri e me olha, e sei que está contente por ouvir isso.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora