74 - Ainda sou o mesmo

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Madelaine

Quando as caixas de pizza são colocadas sobre a cama sobre os lençóis brancos eu nego rindo, Geórgia o mataria se o visse fazer isso. Matteo usava uma calça moletom na cor cinza, e uma camisa branca, ajeito meu cabelo caído nas costas e seguro a barra da minha camisola longa e me sento na cama, e ele ainda encara o relógio pra vê se realmente gastei menos de 10 minutos no banho. Deito na cama cheia de travesseiros que ele colocou e encaro a televisão onde ele escolhia o filme para assistirmos, vejo a jarra de suco com pedras de gelo e sorrio fraco.

— Terror? — ele pergunta e eu nego — Pensei em um drama, o que acha?

— Minha vida já é um drama Matteo — digo e ele ri, e coloca uma comédia romântica que já assisti por sinal, mas não digo nada.

Ele se senta ao meu lado, e pega uma fatia de pizza e eu vejo que ele quase suja a cama, e nego rindo, pegando um guardanapo pra ele, e logo pego a pizza, comendo e esperando o filme começar.

— Quer suco? — ele oferece e eu concordo.

E ele me entrega um copo, e é claro que o suco era de laranja, ele não erra nunca. Não nisso! O filme começa e comemos em silêncio, assistindo, só que quando ele deita na cama e seu celular vibra e eu vejo de quem era mensagem chegando, eu começo a sentir a raiva dele novamente.

Ele apenas guarda o celular e assisti o filme em silêncio, quando já não aguento mais a pizza, as coloco sobre a mesinha e me ajeito na cama, puxando o grande edredom. E ele se embrulha também, o que me deixa meio estranha, estávamos na nossa antiga cama, juntos novamente e isso me trás sentimentos que eu não queria sentir novamente, não agora.

— Agora não filho — reclamo sentindo os chutes do Asher e Matteo me olha, e ignoro.

Mas sinto ele se aproximar, e encarar os meus olhos, e sinto sua mão por debaixo do edredom, onde toca minha barriga que estava bem dura por sinal.

— Ele mexe muito a noite? — ele pergunta e eu concordo.

— Principalmente nas madrugadas — digo e logo o Asher chuta e vejo o sorriso brotar no rosto do pai dele.

— Imaginou isso algum dia? — Matteo diz baixo e rouco — Você grávida, de um filho meu, poxa.

— Não estava nos meus planos — digo rindo.

— Mas confessa, que foi a melhor coisa que te aconteceu — ele diz convencido.

— Acha mesmo?

— Sei que estou te magoando e te decepcionando muito — ele diz pensativo, e a conversa começa a ir para um lado que eu não queria — não quero isso pra você, não quero isso pra gente. Somos melhores amigos a anos, eu amo você pra caramba, e você sabe disso.

— As coisas mudaram tanto Matteo — digo e ele concorda.

— Meu sentimento ainda é o mesmo.

— O meu também, eu acho — confesso — ainda é o meu melhor amigo.

— Só que me detesta agora, não é?

— Eu não te detesto — digo rindo e ele encara meus olhos e sorri de canto — ok, as vezes eu detesto sim.

— Sinto falta da gente — ele diz e eu molho meus lábios — de tudo entre a gente, nossa amizade, nossos momentos...

Ele diz rouco, e sua mão quente sobre minha barriga não ajudava muito, meu coração já estava disparado e a garganta secando.

— Sinto falta de te tocar, de te beijar...

— Matteo — eu nego olhando em seus olhos e ele nega, levando sua mão até meu rosto e isso acaba comigo.

— Só me escuta Mad — ele pede — desde o dia que eu te pedi em namoro, desde aquele dia... juro pra você, eu nunca quis outra pessoa.

— Não? — franzo o cenho.

— E se fiquei com outra pessoa depois que terminou tudo, foi tentando te esquecer — ele confessa e isso não comove.

— Não funcionou — digo fria.

— Claro que não — ele acaricia meu queixo e eu nego, tentando tirar meu rosto de sua mão — se eu soubesse que transar com a minha melhor amiga me deixaria tão dependente dela, eu teria tentado evitar.

— Você não sabe o que fala — digo e sinto sua mão ir até meu quadril e encaro seus olhos, Matteo me puxa lentamente pra ele e eu engulo seco, seus olhos são penetrantes demais.

— Sei exatamente o que falo Madelaine, e também o que sinto, posso ser o que for, mas você sabe o quão sério eu sou nesses assuntos, eu não digo se eu não sinto, e digo demais quando sinto.

— E o que você sente? — pergunto próximo ao seus lábios.

— Que eu sou um louco apaixonado por você e que não aguento mais ficar tão longe — ele murmura e eu sorrio fraco e rolo os olhos.

Ele segura minha nuca me puxando pra ele selando nossos lábios em um beijo calmo, sinto seus lábios passarem nos meus, assim como sinto sua língua invadir minha boca, deixando o beijo ainda mais intenso, e correspondo, fazendo o beijo se tornar um ato de saudade, de desespero, nos mostrando o quanto sentimos falta disso. A mão dele desce até minha bunda a apertando em seguida e apoio as mãos em seu peito, levando uma das mãos até seu rosto, segurando nele enquanto nos beijamos, e quando a falta de ar chega, colamos nossas testas, de olhos fechados e respirações ofegantes.

— Acredita em mim quando eu digo que amo você, por que sinceramente, eu amo, eu sempre amei, só que agora, como um homem ama uma mulher, e não apenas como um amigo.

E foi aquelas palavras sussurradas que fizeram borbulhas aparecerem em meu estômago, abri os olhos devagar, observando seu rosto, sorri devagar e ele me deu um selinho demorado, me abraçando em seguida, me deixando em seu peito, enquanto mexia nos meus cabelos.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora