72 - Pronto Socorro

341 17 0
                                    

Madelaine

Vi todos aqueles presentes sobre a grande mesa e tapete da sala e me sentei cansada de sorrir para todos, eu nem sabia quem era metade daquelas pessoas que estavam ali, e só aceitei fazer um chá de bebê para o Asher por que Geórgia pediu muito. Vejo Matteo entrar na grande sala, e seu olhar vim contra o meu e rapidamente o ignoro, mas sabia que ele caminhava em minha direção.

— Cansada? — ele diz e eu molho os lábios e concordo subindo meu olhar até o dele.

— Essas pessoas todas, perguntam demais — digo ajeitando meu vestido de seda na cor verde, onde destacava bem minha barriga de seis meses.

— Querem apenas saber se está bem ou se ainda estamos bem — ele diz se jogando no sofá da frente — dizem que o primeiro ano de casamento é sempre mais complicado.

— Ao menos o Asher ganhou muitos presentes — digo sorrindo fraco.

— Gostei das botas — ele diz encarando meus pés e sorrio, a mãe dele quase surtou quando me viu com essas botas — Se quiser subir, invento uma desculpa — ele diz e eu apenas nego.

E vejo seu sorriso e acabo que sorrindo também, mas paramos de nos olhar quando ouvimos passos e encarei a entrada da casa e vejo Beatrice, com um vestido verde rodado, sério isso?

— Oi — ela sorri meio envergonhada, e logo encara apenas o Matteo.

Vejo ele coçar a nuca e me olhar preocupado e eu ignoro os dois, e não demora para a Geórgia aparecer por ali.

— Pensei que não viesse, você demorou — Geórgia diz indo até ela onde se abraçam e eu encaro o Matteo, que me olhava com calma.

— Pensei que o Matteo me buscaria — Beatrice diz e eu acabo que rindo e coço meu cabelo por baixo da trança, incomodada.

— O importante é que veio — Geórgia diz.

— Eu trouxe presente para o Asher — ela diz e ouvir o nome do meu filho saindo da sua boca, é o fim pra mim.

Me levanto sem ao menos olhar para ela e caminho até a escada, e ouço eles conversarem mas não dou a mínima, e passos na escada me faz imaginar quem seja.

— Madelaine espera — a voz do Matteo me faz parar de andar no corredor e me virar pra ele.

— Invente uma desculpa para mim, estou cansada — digo e ele concorda.

— Eu não a convidei — ele diz e eu concordo.

— Com certeza foi sua mãe, não precisa me explicar — digo, realmente sem ânimo para discutir.

— Sei que esse é um momento seu — ele diz se aproximando — eu vou pedir que ela vai embora.

— Não precisa, eu quero dormir. Então a deixe aí, não vou vê a cara de Barbie moo dela mesmo — digo me virando e indo até meu quarto, e é claro que ele me segue.

— Tem algo que eu possa fazer? — ele pergunta assim que abro a porta do quarto e eu concordo, encarando minha mão na maçaneta, onde a aliança brilhava.

— Pode por favor pedir ao seu advogado que mande toda a papelada do divórcio pra mim?

Digo e olho pra ele e sei que ele está surpreso, ele molha os lábios, engole seco e continua me encarando e no fim, apenas assente.

...

Na manhã seguinte, acordo pensativa, estávamos cada vez mais distante, o que eu odiava, nunca pensei que um dia acabaríamos assim, um pra cada lado, como dois estranhos. Respiro fundo enfrente ao espelho, enquanto admiro minha barriga de grávida no espelho, e dou uma rodadinha, nem uma lingerie preta anda me salvando ultimamente, meu cabelo longo caído sobre as costas e olheiras que estavam bem notáveis em meu rosto.

Ouço batidas na porta e em seguida ela é aberta, e vejo Matteo, com seu terno preto.

E caminho até a cama pegando meu robe, o vestindo, e novamente olho pra ele que me encarava feito idiota.

— Eu estou indo pra empresa, quer que compro algo na volta para o almoço? — ele pergunta e eu apenas nego.

— Falou com seu advogado? — pergunto.

— Ainda não, tem certeza que quer isso?

— Tenho Matteo, já era pra isso ter acontecido antes — digo meio que estressada.

— Eu vou falar com ele hoje.

— Obrigada — digo me sentando e ele continua me olhando, e apenas assente e sai do meu quarto depois de um "bom dia".

E eu me deito, pensativa e cansada, eu só ando cansada ultimamente.

Mas logo visto uma roupa e desço as escadas para tomar meu café da manhã, e vejo Geórgia ao lado de todos aqueles presentes do chá de ontem.

— Olha quantos presentes — ela diz sorrindo e eu apenas a ignoro — o Sampaio até enviou um também.

— Ele e a noiva dele? — digo e ela me olha e logo ajeita o cabelo, sabendo que provoquei.

— Eu que convidei a Beatrice ontem, deveria ter falado com você, mas você disse que não queria ver a lista de convidados — ela diz e eu concordo indo até a cozinha.

— Tanto faz, logo eu fui dormir — digo e ela concorda.

— O que não foi muito educado já que o chá de bebê era do Asher e você é a mãe dele — ela diz e eu a ignoro, pegando bolinhos da travessa na mesa.

— Não me importo nem um pouco para o que seus amigos ricos pensam Geórgia — digo mastigando e ela rola os olhos.

— Serão pessoas próximas ao Asher — ela diz e eu a encaro.

— Está louca de achar que meu filho vai ser "próximo" de pessoas que eu nem se quer conheço direito — digo e logo dou risada — e se acha que a Barbie moo vulgo seu chaveirinho, será algo ao menos próximo do meu filho, está muito enganada.

— Isso é algo que não poderemos evitar, já que ela e o Matteo estão juntos, e ela é madrasta do Asher — ela diz, e na mesma hora que penso em revidar a resposta, sinto uma pontada no pé da barriga e coloco as mãos até lá rapidamente deixando o bolinho cair.

— Aí — digo sentindo a dor horrível aumentar, sinto até calafrio no corpo, e me abaixo com a dor e Geórgia rapidamente se aproxima preocupada.

E no mesmo segundo a bolsa estoura, e eu encaro o chão molhado negando, sem acreditar que isso estava mesmo acontecendo, eu completo sete meses daqui a uma semana, o Asher não pode nascer agora.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora