13 - Desconfortável

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Matteo Delacroix

Madelaine andava pela calçada chamando alguns olhares, me fazendo observar como ela rebolava e como ela gostava de receber aqueles olhares todos, e nego rindo disso, e vejo que ela me olha sorrindo

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Madelaine andava pela calçada chamando alguns olhares, me fazendo observar como ela rebolava e como ela gostava de receber aqueles olhares todos, e nego rindo disso, e vejo que ela me olha sorrindo.

— O que foi?

— Não deveria rebolar tanto, fica mais alta quando não rebola — digo com as mãos enfiadas nos bolsos.

— Está olhando pra minha bunda Matteo? — ela ri.

— Não, só observei que rebola demais.

— E como observou? — ela pergunta e eu apenas nego e ela ri — O que esperar de um cara que transou com Sofia na véspera do natal dentro de um celeiro, com apenas quatorze anos — ela diz e eu rolo os olhos.

— E foi por isso que não te contei, sabia que ia me amolar com isso.

— Pervertido — ela diz e eu a puxo da calçada, evitando deixá-la pisar em uma merda de cachorro.

Madelaine me olha e ri e eu abaixo seu boné a provocando, e esses dias com ela está me trazendo boas recordações da nossa infância, alguns momentos das nossas vidas foram meios complicados, mas pra ser sincero tivemos muitos momentos bons pra se recordar. A ruiva se aproxima do lago e eu observo os caras encararem sua bunda quando ela se inclina pra vê os peixes.

Madelaine é uma ruiva bonita demais, e eu sempre achei isso, desde a adolescência, já que como criança ela não era tão bonita assim, sorrio de canto ao ver ela passar a mão na água, e vê os caras babando por ela não me surpreende.

— Não vai mesmo me dizer? — pergunto molhando o lábio e ela me olha sem entender — Quem foi o cara?

— Ainda pensando nisso? — ela ri.

— Estou curioso — dou de ombros me escorando no suporte ao lado.

— Jeff — ela diz encarando os peixes e eu franzo o cenho e nego.

— Está mentindo — digo, até por que Jeff era um dos meus melhores amigos no colegial.

— Não estou — ela me olha, e não estava mais rindo, ela estava um pouco séria — eu tinha dezesseis anos, você me buscou pra passar o final de semana na sua casa se lembra? — ela diz e eu nego — ele vivia na sua casa.

— Foi na minha casa?

— Você desceu pra jogar vídeo game com ele e seus amigos insuportáveis — ela rola os olhos — me deixando sozinha em seu quarto.

— Não me recordo — digo prestando atenção.

— Jeff vivia me amolando — ela diz e disso eu me lembro, ele a chamava de cenourinha e ela odiava os apelidos que ele colocava nela — aquele dia ele perdeu no jogo, e subiu pra fazer algo, me ver em seu quarto foi uma razão pra ele não descer mais.

— Mad, ele não te forçou, forçou?

Ela me olha meio sem jeito e se abaixa mexendo na água e eu nego preocupado com essa parada.

— Já faz anos Matteo — ela ri e eu nego.

— Isso é sério? Ou está me zombando?

— Ele não me bateu, nem nada do tipo — ela se levanta e eu encaro seus olhos e passo a mão no queixo já nervoso pra caramba — me beijou e eu mandei ele sair de perto, ou chamaria sua mãe.

— E o merda continuo?

— Lógico — ela rola os olhos — continuou me beijando, e não foi tão difícil assim descer minha calcinha naqueles vestidinhos ridículos do orfanato.

— Mad, tem noção do que está me dizendo?

— Eu não vou negar que o beijei também, mas... aconteceu e foi péssimo, doeu, eu chorei, ele subiu a bermuda e saiu como se nada tivesse acontecido.

— Porra — nego me movimentando e ela me encara, e eu fecho os punhos chocado com essa parada absurda, Mad segura minha mão e eu a encaro.

— Já faz muito tempo, eu nem penso mais naquilo — ela me conforta e eu nego.

— Ele abusou de você Mad — digo e ela molha os lábios e nega.

— Não é pra tanto.

— Você não queria, ou quis?

— Não — ela responde e eu concordo.

— Por que não me contou isso no dia? Você sempre me contava tudo.

— Não era algo que eu queria contar — ela diz dando de ombros e eu apenas a olho por alguns segundos e ela respira fundo — agora podemos deixar isso pra lá e ir comer pipoca?

Ela sorri encarando o carrinho de pipoca e eu nego, como ela consegue apenas fingir que isso não aconteceu? Ela era apenas uma menina, e por que merda eu não percebi isso antes? Eu e Mad éramos inseparáveis.

...

Enquanto ela segurava o saco de pipoca ao meu lado, eu caminhava em direção a minha sala na empresa, precisa apenas de um documento, Yara me olha surpresa por me vê ali e eu ignoro, indo pra minha sala com a ruiva me seguindo.

— Como consegue ficar dentro de uma sala o dia todo? — ela pergunta se sentando na minha mesa.

— Já me acostumei — digo mexendo nas gavetas.

— Deve ser um tédio — ela diz comendo a pipoca e eu nego rindo.

Dois segundos depois Yara entra em minha sala chamando atenção de Mad.

— Peço pra trazerem um café? — Yara pergunta e eu nego.

— Só estou de passagem, não é necessário.

Vejo que ela concorda e observa Mad por alguns segundos e Mad acena um tchau pra ela, e ela sai sem graça.

— Ela está apaixonada — Mad diz e eu franzo o cenho.

— Não viaja.

— Eu conheço mulher apaixonada, acredite, ela está — Mad ri e eu a encaro.

— E desde quando sabe de mulher apaixonada, nunca se apaixonou — zombo.

— Quem disse que nunca me apaixonei?

— E já?

— Já — ela dá de ombros — por você.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora