Madelaine
É tudo tão lindo aqui, andava pelas ruas de Amsterdã fotografando várias coisas. Com o cara sério de casaco preto e com um bebê ruivo no colo ao meu lado, e quando fotografei ele admirando à ponte do outro lado do lado, vi que ele me olhou e sorrio sacana.
— Me dá aqui, me deixa fotografar você — ele pega e eu nego — qual é, precisa aparecer nas fotos.
— Eu tiro — digo e ele me puxa pra ele, e viro à câmera fazendo careta e ele beija o topo da minha cabeça.
Sorrio ao vê que o Asher saiu todo amassadinho na foto, e Matteo segura minha mão, me guiando até um restaurante. Onde entramos e ele pediu uma mesa, que tem uma vista linda de frente pro lado, Asher dormiu em seguida, e cobri ele com uma mantinha, seu pai bebia um vinho branco enquanto eu ainda olhava o cardápio. E não demorou para o garçom aparecer na nossa mesa.
— Madelaine? — à voz do garçom me faz olhar pra ele surpresa e quando franzo o cenho tentando reconhecer ele, me lembro de quem é e encaro o Matteo — Não se lembra de mim? Jeff, de Estrasburgo.
— É, oi Jeff — digo tirando o cabelo do rosto e vejo Matteo encarar ele — Caramba, vocês se casaram? Matteo.
— Sim — Matteo diz, e encaro suas mãos se fecharem e sei que o Matteo vai se lembrar da conversa sobre o Jeff que tivemos.
Seu antigo amigo da adolescência, aquele com quem perdi à virgindade na casa do Matteo em Estrasburgo.
— Cara quanto tempo — ele diz estendendo à mão.
Matteo não responde nem segura à mão dele e isso me deixa totalmente sem graça, Jeff fica com cara de tonto e eu pego o cardápio novamente.
— Jeff pode me trazer o principal da casa ok? Dois na verdade — digo tentando amenizar aquele clima péssimo ali.
— É, ok — ele anota no bloco em sua mão e logo me olha e olha para o Matteo e sorri ao vê o meu bebê ruivo dentro do bebê conforto ao lado.
— Foi bom ver vocês amigos — ele diz, antes de sair e eu coço à cabeça meio que com pena dele por essa situação.
— Foi muito grosseiro — digo e o Matteo franze o cenho.
— Se eu fizesse o que estava com vontade de fazer, me acharia mais grosseiro ainda — ele diz com raiva e eu acabo que rindo.
— Isso é pelo passado? Matteo já faz anos. Ele cresceu e eu também — digo e ele ri e nega.
— Não se apaga o que ele fez — ele diz e eu coloco à mão sobre à dele.
— Eu nem se quer penso mais naquilo, ok?
— Ele continua sendo um merda — ele diz e eu sorrio, sabia que ele estava apenas com raiva.
— Ao menos o trate bem, ele está trabalhando — digo e ele coça à nuca e bebe seu vinho me fazendo ri.
Logo à moça nos traz nosso almoço, e eu como quieta, meio pensativa, ainda sobre tudo que o Matteo me disse. E olhar o anel em meu dedo e o bebê ao lado, meio que me deixa medrosa. Eu nunca tive uma família, e agora ter uma, meio que me assusta, sobre à hipótese de um dia perder isso.
— Pensando em que? — Matteo pergunta ao tocar minha mão e eu encaro os seus olhos.
— Eu nunca fui adotada, eu nunca tive uma mãe ou um pai — digo e ele molha os seus lábios — nunca tive uma família antes.
— Agora tem — ele diz e eu concordo sorrindo e sinto meus olhos marejarem.
— Se eu disser que um dia desejei exatamente isso, acreditaria?
— Ter uma família?
— Ter uma família, com você — digo e ele franze o cenho e eu sorrio — quando te conheci, naquele orfanato.
— Já me desejava, pervertida — ele brinca e eu rolo os olhos rindo.
— Você era o garoto mais lindo daquele lugar que eu odiava — digo entre os pensamentos — acho que eu sempre soube que "talvez" isso acontecesse.
— Mad — ele diz e eu sorrio novamente.
— Eu sempre esperei alguém me tirar de lá, e no final, você me tirou da solidão que eu sempre carreguei, de não ter isso. Me entende?
— Entendo — ele responde e eu olho para o Asher.
— E isso foi o que eu sempre quis, e que bom que é com você — digo e ele assente ao sorrir de canto.
— Eu também não desejaria nenhuma outra mulher no seu lugar ruiva, já era pra ser você. Desde o primeira dia que te vi naquele orfanato — ele diz e eu sorrio, secando a lágrima que cai dos olhos e rolo os olhos, quando me tornei tão frágil?
Após à sobremesa, Matteo paga à conta e saímos do restaurante de mão dadas e sorri fraco para o Jeff que nos olhava e acenava um tchau, eu não o odeio e nem guardo mágoas, ele era um adolescente idiota, só isso, talvez ele tenha realmente mudado.
No hotel, Matteo colocou o Asher no berço portátil e eu caminhei até o banheiro olhando pra ele que me olhou malicioso, eu sabia que ele me seguiria até o banho. E bastou eu ligar o chuveiro pra sentir ele me abraçar por trás, já sem roupa.
— Depois da nossa conversa no restaurante, eu estivesse pensando em nós mudarmos — ele diz rouco e eu me viro, olhando em seu rosto.
— Pra onde? — pergunto e ele acaricia meu rosto.
— Pra uma casa só nossa, em Londres mesmo — ele diz e eu franzo o cenho.
— Mas, e sua mãe? — digo e ele nega calmo.
— Ela está tendo um relacionamento, talvez seja à hora de deixar ela ter uma privacidade maior — ele dá de ombros e eu sorrio.
— Ela vai pirar quando souber que quer sair de casa — digo.
— Não quer uma casa só nossa?
— Quero, só que... Geórgia já é muito sozinha — digo pensativa — acho melhor esperarmos mais um pouco, sabe como ela é apegada ao Asher.
— Quer dizer que não quer deixar dona Geórgia? — ele sorri me provocando e eu sorrio dando um tapinha nele.
E ele segura meu queixo, descendo seu rosto até o meu, onde me beija com calma e eu sorrio sentindo ele descer sua mão pelo meu corpo.
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REDLOVE / A cor mais quente
Roman d'amourMatteo não esperava que sua vida fosse mudar depois de um simples acordo com sua melhor amiga, ele sabia que Madelaine aceitaria, só não sabia que ela se apaixonaria. E Madelaine é durona demais, pra assumir que ela caiu no papo dele, que ela é mais...