85 - Apenas nós

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Madelaine

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Madelaine

É tudo tão lindo aqui, andava pelas ruas de Amsterdã fotografando várias coisas. Com o cara sério de casaco preto e com um bebê ruivo no colo ao meu lado, e quando fotografei ele admirando à ponte do outro lado do lado, vi que ele me olhou e sorrio sacana.

— Me dá aqui, me deixa fotografar você  — ele pega e eu nego — qual é, precisa aparecer nas fotos.

— Eu tiro — digo e ele me puxa pra ele, e viro à câmera fazendo careta e ele beija o topo da minha cabeça.

Sorrio ao vê que o Asher saiu todo amassadinho na foto, e Matteo segura minha mão, me guiando até um restaurante. Onde entramos e ele pediu uma mesa, que tem uma vista linda de frente pro lado, Asher dormiu em seguida, e cobri ele com uma mantinha, seu pai bebia um vinho branco enquanto eu ainda olhava o cardápio. E não demorou para o garçom aparecer na nossa mesa.

— Madelaine? — à voz do garçom me faz olhar pra ele surpresa e quando franzo o cenho tentando reconhecer ele, me lembro de quem é e encaro o Matteo — Não se lembra de mim? Jeff, de Estrasburgo.

— É, oi Jeff — digo tirando o cabelo do rosto e vejo Matteo encarar ele — Caramba, vocês se casaram? Matteo.

— Sim — Matteo diz, e encaro suas mãos se fecharem e sei que o Matteo vai se lembrar da conversa sobre o Jeff que tivemos.

Seu antigo amigo da adolescência, aquele com quem perdi à virgindade na casa do Matteo em Estrasburgo.

— Cara quanto tempo — ele diz estendendo à mão.

Matteo não responde nem segura à mão dele e isso me deixa totalmente sem graça, Jeff fica com cara de tonto e eu pego o cardápio novamente.

— Jeff pode me trazer o principal da casa ok? Dois na verdade — digo tentando amenizar aquele clima péssimo ali.

— É, ok — ele anota no bloco em sua mão e logo me olha e olha para o Matteo e sorri ao vê o meu bebê ruivo dentro do bebê conforto ao lado.

— Foi bom ver vocês amigos — ele diz, antes de sair e eu coço à cabeça meio que com pena dele por essa situação.

— Foi muito grosseiro — digo e o Matteo franze o cenho.

— Se eu fizesse o que estava com vontade de fazer, me acharia mais grosseiro ainda — ele diz com raiva e eu acabo que rindo.

— Isso é pelo passado? Matteo já faz anos. Ele cresceu e eu também — digo e ele ri e nega.

— Não se apaga o que ele fez — ele diz e eu coloco à mão sobre à dele.

— Eu nem se quer penso mais naquilo, ok?

— Ele continua sendo um merda — ele diz e eu sorrio, sabia que ele estava apenas com raiva.

— Ao menos o trate bem, ele está trabalhando — digo e ele coça à nuca e bebe seu vinho me fazendo ri.

Logo à moça nos traz nosso almoço, e eu como quieta, meio pensativa, ainda sobre tudo que o Matteo me disse. E olhar o anel em meu dedo e o bebê ao lado, meio que me deixa medrosa. Eu nunca tive uma família, e agora ter uma, meio que me assusta, sobre à hipótese de um dia perder isso.

— Pensando em que? — Matteo pergunta ao tocar minha mão e eu encaro os seus olhos.

— Eu nunca fui adotada, eu nunca tive uma mãe ou um pai — digo e ele molha os seus lábios — nunca tive uma família antes.

— Agora tem — ele diz e eu concordo sorrindo e sinto meus olhos marejarem.

— Se eu disser que um dia desejei exatamente isso, acreditaria?

— Ter uma família?

— Ter uma família, com você — digo e ele franze o cenho e eu sorrio — quando te conheci, naquele orfanato.

— Já me desejava, pervertida — ele brinca e eu rolo os olhos rindo.

— Você era o garoto mais lindo daquele lugar que eu odiava — digo entre os pensamentos — acho que eu sempre soube que "talvez" isso acontecesse.

— Mad — ele diz e eu sorrio novamente.

— Eu sempre esperei alguém me tirar de lá, e no final, você me tirou da solidão que eu sempre carreguei, de não ter isso. Me entende?

— Entendo — ele responde e eu olho para o Asher.

— E isso foi o que eu sempre quis, e que bom que é com você — digo e ele assente ao sorrir de canto.

— Eu também não desejaria nenhuma outra mulher no seu lugar ruiva, já era pra ser você. Desde o primeira dia que te vi naquele orfanato — ele diz e eu sorrio, secando a lágrima que cai dos olhos e rolo os olhos, quando me tornei tão frágil?

Após à sobremesa, Matteo paga à conta e saímos do restaurante de mão dadas e sorri fraco para o Jeff que nos olhava e acenava um tchau, eu não o odeio e nem guardo mágoas, ele era um adolescente idiota, só isso, talvez ele tenha realmente mudado.

No hotel, Matteo colocou o Asher no berço portátil e eu caminhei até o banheiro olhando pra ele que me olhou malicioso, eu sabia que ele me seguiria até o banho. E bastou eu ligar o chuveiro pra sentir ele me abraçar por trás, já sem roupa.

— Depois da nossa conversa no restaurante, eu estivesse pensando em nós mudarmos — ele diz rouco e eu me viro, olhando em seu rosto.

— Pra onde? — pergunto e ele acaricia meu rosto.

— Pra uma casa só nossa, em Londres mesmo — ele diz e eu franzo o cenho.

— Mas, e sua mãe? — digo e ele nega calmo.

— Ela está tendo um relacionamento, talvez seja à hora de deixar ela ter uma privacidade maior — ele dá de ombros e eu sorrio.

— Ela vai pirar quando souber que quer sair de casa — digo.

— Não quer uma casa só nossa?

— Quero, só que... Geórgia já é muito sozinha — digo pensativa — acho melhor esperarmos mais um pouco, sabe como ela é apegada ao Asher.

— Quer dizer que não quer deixar dona Geórgia? — ele sorri me provocando e eu sorrio dando um tapinha nele.

E ele segura meu queixo, descendo seu rosto até o meu, onde me beija com calma e eu sorrio sentindo ele descer sua mão pelo meu corpo.

REDLOVE / A cor mais quenteOnde histórias criam vida. Descubra agora