Matteo Delacroix
E no dia seguinte, acordar e ver ela ao meu lado me trouxe uma felicidade que eu nunca havia sentido antes, e olha que já dormi ao lado dela várias vezes, mas hoje, depois de tudo, a vendo aqui, próxima a mim, com seus olhos fechados e rosto amassado no travesseiro enquanto dormia. Sorri de canto, e tirei sua perna de cima de mim, e sai da cama devagar, ainda admirando a ruiva adormecida na cama. Vi que ainda era sete da manhã, enviei um e-mail a Amanda, minha secretária, avisando pra desmarcar tudo e que depois eu explicaria melhor. Sei que Mad vai ficar entediada demais, ainda mais agora que precisa ficar numa cama o dia inteiro. Eu precisava dar uma atenção a mais pra ela. Até por que, acho que é isso que precisamos. Ficar juntos novamente, deixei o tempo nos afastar demais.
Tomei um banho rápido, no banheiro do quarto mesmo e enrolei a toalha em volta da cintura e sai do banheiro secando os pés, e notando a ruiva já sentada na cama, trançando seu cabelo.
— Te acordei? — pergunto e ela nega sorrindo fraco.
— Não, eu meio que já estava acordada — ela diz e eu apenas concordo.
— Vou pedir que tragam nosso café da manhã aqui, pode ser? — digo e ela concorda.
E eu apenas sorrio de canto, caminho até ela beijando sua testa, e sei que ela estranha isso, mas apenas saio do quarto indo até o meu, e vejo que minha mãe vê isso, por que passava por ali, mas a ignoro, não queria falar sobre isso, até por que não devo nada a ninguém, Mad é minha melhor amiga, ex namorada e esposa num papel, dormir no quarto dela e na mesma cama que ela, é algo que devia ser normal. E eu ficaria feliz pra caramba se fosse constante.
Visto uma roupa confortável, e um moletom, a manhã de hoje estava fria, ajeito meu cabelo úmido, e desço as escadas lendo algumas mensagens, e ignoro as da Beatrice, depois eu falaria com ela. Até por que não estamos juntos, e ela sabe disso, estávamos nos curtindo e em momento algum eu a prometi algo sério, ela sabia que isso... talvez pudesse acontecer.
— Leve o café da manhã da Mad e o meu para o quarto dela — digo a empregada que apenas confirma e vejo minha mãe entrar na sala já me olhando.
— Dormiu no quarto dela? — e é claro que ela pergunta.
— Algum problema? — pergunto.
— Espero que saiba que ela não pode fazer certas coisas Matteo — ela diz e eu concordo.
— Sabemos disso — digo sem olhar pra ela.
— Beatrice não estava te ajudando nisso? — ela diz e eu a olho sem entender, mas logo percebo o que ela quis dizer.
— Não, ela não tava me ajudando nisso. E não transar com a Madelaine não está sendo um problema pra mim mãe — digo sem paciência.
— Não? — ela diz, mas logo percebe que o assunto não está legal.
E eu saio da cozinha desejando um bom dia pra ela, e subo as escadas novamente, indo até o quarto de Madelaine. E quando entro percebo que ela não está na cama, mas logo sai do banheiro usando uma roupa mais quente e confortável, seu cabelo está alinhado e seu rosto brilhando, e seu sorriso me faz perder os sentidos, como ela pode ficar ainda mais linda, grávida?
— É melhor se sentar — digo e ela assente, voltando pra cama.
— Os remédios, pega pra mim? — ela pede apontando pra mesa e eu caminho até lá, pegando a medicação e entregando pra ela. Que bebe com a ajuda do copo de água ao lado.
E antes que eu pergunte se ela está com dor, as batidas na porta nos fazem olhar pra lá e em seguida vê a empregada entrar com nosso café da manhã, e pelo sorriso de Mad, sabia que ela com certeza estava faminta.
...
Assim que ajudei ela a se sentar na cadeira de rodas ela me encarou e negou.
— Eu acabei de comer panqueca com morangos, onde quer me levar? — ela reclama.
— Temos um jardim sabia? Que tal pegar um sol ruiva? — digo empurrando a cadeira de rodas pelo corredor.
— Vai me jogar da escada? — ela debocha.
— Acha que eu faria uma merda dessas?
— Claro que não, você não vive sem mim — ela diz rindo ao cruzar seus braços.
— É, pior que não mesmo — digo e vejo suas bochechas corarem e seu sorriso crescer.
Com ajuda dos empregados, pego Madelaine no colo e eles descem a cadeira, e depois de colocá-la novamente na cadeira, a levo pra fora da mansão, a direcionando ao nosso jardim que não era dos melhores.
— Moro aqui a meses e me pergunto por que nunca vim até aqui — ela diz sorrindo e eu me sento ao lado.
— Costumava ser mais bonito — digo e ela me olha.
— Não vai trabalhar? — ela pergunta e eu nego.
— Não brinquei quando eu disse que daria um tempo da empresa.
— Isso não vai trazer problemas? — ela pergunta preocupada e eu sorrio de canto.
— Vai ter alguém em meu lugar — respondo.
— Até por que meu filho será herdeiro da empresa, e não quero uma empresa falida pra ele — ela zomba e eu sorrio.
— Relaxa ruiva, nossa empresa não vai falir.
Digo enquanto sorrio e vejo seu sorriso e ela desvia o olhar para as flores ao lado.
— Queria te levar pra jantar fora hoje, mas como fomos recomendados a te dar repouso total, pensei em um jantar aqui mesmo, só nós dois — digo rouco e ela me olha e sorri meio que negando — pode escolher o que quiser, sushi?
— Não sou uma garota fresca, e não como peixe cru você sabe — ela diz e eu acabo que rindo disso.
— E o que você me diz sobre o jantar?
— Pode ser — ela dá de ombros, não mostrando muito entusiasmo, mas sei que está contente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
REDLOVE / A cor mais quente
RomanceMatteo não esperava que sua vida fosse mudar depois de um simples acordo com sua melhor amiga, ele sabia que Madelaine aceitaria, só não sabia que ela se apaixonaria. E Madelaine é durona demais, pra assumir que ela caiu no papo dele, que ela é mais...