Madelaine
Matteo abre a porta do carro pra mim, que desço observando o restaurante a nossa frente, ajeito o short em meu corpo e puxo o moletom verde pra baixo, que cobria quase meu short todo, minhas botas marrons nos pés e cabelo solto com um boné verde militar na cabeça. Estávamos aqui pra almoçar, quase três da tarde, já que Matteo depois de chegar e apagar, acordou agora a pouco.
— Então, essa Yara e você são fixos? — pergunto me sentando e ele me olha surpreso e nega.
— É uma parada meio complicada — ele diz se escorando na cadeira.
— Como assim complicada?
— Um lance aberto, já te falei.
— Então, vocês estão juntos — dou de ombros e ele nega passando a mão no queixo.
— Transo com ela sempre que dá vontade, ela é uma das que não enjoei, ela não faz muitas perguntas, não me amola quando transo com outra, e o lance da certo.
— É estranho — faço careta — não sabia que você estava se envolvendo assim com alguém, porém continua um cafajeste.
— Sou um homem casado agora, não fala assim — ele zomba e eu nego rindo.
— Cafajeste.
A garçonete se aproxima e fazemos nosso pedido, observo o cara da mesa ao lado me olhar nos olhos e sorrio desviando o olhar.
— Falei com meu advogado, ele vai tentar fazer a papelada andar o mais rápido possível, quem sabe em um mês e meio consigo tudo que preciso — ele diz e eu concordo.
— E sua mãe, ela está de olho na gente — digo e ele assente coçando a nuca.
— Ela está preocupada com o fato de eu ter passado a noite fora — ele diz e eu concordo — mas sua mentira não foi tão mal assim.
— Ela deve me achar uma corna mansa.
— Quem sabe ela comece a gostar de você agora — ele dá risada.
— Ótimo amigo você, não? Me faz parecer uma tonta — digo e ele nega.
— Qual é ruiva, ela sabe que você é como eu — ele diz e eu sorrio.
— Posso levar aquele cara pra sua casa?
Pergunto e ele franze o cenho e vira pro lado notando o cara me olhar, e eu sorrio acenando pro cara e o Matteo me chuta por debaixo da mesa.
— Aí — digo quase gritando e ele nega — você me chutou?
— Não faz merda, o que não quero é meu nome na boca do povo como corno.
— Como é? — pergunto passando a mão no local que ele chutou de leve.
— Muita gente aqui conhece minha mãe, me conhece, entendeu?
— Mas não me conhecem — reclamo.
— Agora que estamos casados, vão conhecer, você é Madelaine Delacroix agora.
— Não acredito que me chutou — digo com raiva e ele nega e ri.
— Nem foi forte, fresca.
— Se pensa que não vou pegar ninguém nesse um mês e meio, está bem enganado ok?
— Não dá pra esperar?
— Você pode e eu não? Também quero zelar pela minha reputação ok? Corna não combina comigo, acha que combina? Olha pra mim Matteo, quem me trairia?
Ele ri, e nega me fazendo chutar ele por debaixo da mesa, que segura meu pé me fazendo desistir.
...
Matteo estava no sofá da sala assistindo a uma série bem chata por sinal, e eu deitei em seu colo, sentindo ele mexer em meu cabelo.
— Matteo — digo com preguiça e ele não me olha, diz apenas "hum?" — se lembra do dia que me beijou no orfanato?
— Não — ele diz me olhando e eu sorrio rolando os olhos.
— Estávamos brincando de pique esconde, não lembra? Me roubou um beijo dentro do quartinho de limpeza.
— Foi um selinho — ele concorda pensativo e eu me sento rindo.
— Eu te soquei — digo e ele ri se escorando no sofá com mais relaxo.
— Por que está pensando nisso agora?
— Me beijou duas vezes desde que cheguei, me fez lembrar daquele dia — dou de ombros e ele apenas assente pensativo, não havíamos falado sobre os beijos que aconteceu desde que cheguei — aliás, eu deveria cobrar por isso, dois beijos meus, custa muito caro sabia?
— Ah é?
— Sim — brinco e ele me puxa me fazendo deitar novamente enquanto assistimos a série.
— Também beijou o João, não beijou?
— Ele eu beijei, ele não me roubou — digo me lembrando.
— Me lembro da irmã dele, a Sofie — Matteo diz com um sorriso lerdo — bons tempos.
— Sofia — o corrijo e ele me olha — a beijou naquele celeiro, não beijou? Safado.
— Perdi a virgindade com ela, durou três minutos — ele diz passando a mão na nuca e eu nego incrédula.
— Me disse que tinha sido com uma menina da escola, seu mentiroso — bato em seu braço — você tinha dez anos, não tem como ter transado com Sofia.
— Quatorze anos, quando te visitei no natal — ele diz e eu nego mais incrédula ainda.
— Você é um safado, mentiroso sabia?
— Eu não menti, eu só não te contei na época — ele dá de ombros — com Sofia não valeu, foi um lance de três minutos e eu nem cheguei a gozar.
— Ela tinha dezesseis anos — digo e ele assente.
— Me deu um fora depois daquilo — ele ri — porra, eu nem gozei.
Ele diz pensativo e eu rolo os olhos e ele ainda me encara.
— Falando nisso, não me contou quem foi o cara que transou pela primeira vez.
Ele diz e eu fico séria, e ele percebe por que puxa meu braço me fazendo olhar pra ele.
— Não é um lance que eu goste de contar — dou de ombros.
— Pior que o meu, impossível.
— Acredite, foi bem pior — digo ao me lembrar — e não vou te contar.
— Não vale, eu te contei — ele diz e eu nego.
— Você mentiu, não valeu — digo e ele rola os olhos.
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REDLOVE / A cor mais quente
RomanceMatteo não esperava que sua vida fosse mudar depois de um simples acordo com sua melhor amiga, ele sabia que Madelaine aceitaria, só não sabia que ela se apaixonaria. E Madelaine é durona demais, pra assumir que ela caiu no papo dele, que ela é mais...