Madelaine
Beatrice Sampaio, então era aquela a pretendente do Matteo que a Geórgia encontrou e ele recusou. Não entendi a razão dele não querer, ela é linda, anda com a postura reta, usa saltinho fino, vestido abaixo do joelho e tem um cabelo bem alinhado, e o cheiro que vinha dela, eu não sabia se era o perfume misturado com seu hidratante ou se era seu cabelo misturado com o gloss espalhado em seus lábios.
— Adorei sua pulseira — a garota que deve ter uns vinte anos, diz ao me encarar meu braço. E era uma pulseira surrada, ela estava apenas sendo educada imagino.
— Obrigada — digo observando Geórgia e a mãe dela conversarem afastadas — é do Perú?
— Éramos, nos mudamos a alguns meses — ela responde e eu concordo.
— Conheceu Matteo por agora?
Quando pergunto ela concorda sem jeito, com certeza imaginando que sou uma noiva ciumenta, o que não sou.
— Ele me falou de você — digo sorrindo e me divertindo com a inocência da garota — e é bem mais bonita do que ele disse que você era.
— Ele disse isso para você? — ela pergunta meio surpresa e eu concordo.
— Nossa relação é bem aberta sabe — digo sussurrado e ela franze o cenho sem entender.
— Mad — Matteo diz me fazendo olhar pra ele — Beatrice.
Matteo a cumprimenta e ela assente o cumprimentando também, e vejo as bochechas dela ficarem vermelhas.
— Com licença, vou ao toalete — ela diz se afastando e vejo Matteo me encarar.
— Sério? — ele diz.
— O que?
Ele nega e eu rolo os olhos rindo um pouco da cara dele, e sinto sua mão em minha cintura quando seu avô bate na taça que estava em suas mãos.
— Queridos familiares e amigos — o avô dele começa e eu olho pra cima, pra ser mais exata, olho para o Matteo que é mais alto que eu — como já sabem, daqui a cinco dias meu neto se casará, o que nos pegou um pouco de surpresa, já que há um tempo, ele me fez pensar que ele não sossegaria nunca com uma só mulher — todos rirem — mas ele achou sua Madelaine, e finalmente viu que precisa de uma mulher ao seu lado para ser feliz de verdade.
Geórgia me encara com um olhar não muito agradável e eu ignoro, voltando a olhar sorrindo para o agradável avô do Matteo.
— Desejo felicidade a vocês dois, que são jovens e estão descobrindo o amor, seja bem-vinda a família Madelaine.
— Obrigada — digo baixo, mas sei que ele lê meus lábios e sorri.
— Ok papai, sem Rum para o senhor — Geórgia diz roubando alguns risos.
— Espera, quero vê o casal juntos, queremos vê esse momento — o avô dele diz e eu não entendo e todos concordam me deixando confusa — se beijem.
— O que? — sussurro e todos começam a bater palmas em coro, dizendo "beija, beija" e eu olho pro Matteo assustada.
Ele ri fraco e desce um pouco seu rosto até o meu, e eu fecho meus olhos sabendo que ele me beijaria, o que é bem estranho, mas eu já estava acostumada com ele perto de mim, sempre fomos de expressar afeto e carinho, mas sentir sua boca na minha me deixou estranha, bem estranha, não gostei muito. Mas logo ele se afastou e vejo todos sorrirem batendo palmas.
E por fim, fomos todos comer aquele banquete, e é claro que eu fiquei perdida encarando aquela quantidade de garfos e eu não me lembrava de nenhum que a Ducarmo me ensinou, apenas do de salada.
— Sempre funciona de dentro pra fora, use o primeiro pra entrada, o segundo pra refeição, e o terceiro pra salada, o último pra sobremesa — Matteo murmura e eu olho pra ele que estava sentada ao meu lado na enorme mesa.
— Se elas tivessem me ensinado assim, eu teria decorado — murmuro e ele ri de canto, e vejo que Beatrice nos observava.
Encaro aquela coisa no prato e não entendo o que seja, parecia uma planta, uma geleia grudada na planta ou algo assim, não sabia nem como comer. E vejo Beatrice ri e eu a encaro e ela mostra o garfo, pegando o treco e colocando na boca, como se me ensinasse, ok, eu pego o garfo e tento fazer o que ela faz. E franzo o cenho ao vê que o treco era até gostoso.
— O que é isso? — pergunto ao Matteo enquanto limpo minha boca e ele me olha.
— Nabos com ovos de peixe — Matteo diz e eu faço careta encarando o prato e ele ri e eu volto a encarar ele.
— Que nojo — digo colocando a mão na boca querendo cuspir o que comi.
— Queria um frango assado né? — ele diz e eu concordo.
E pego uns docinhos na vidreira à frente colocando na boca e começando a comer, notando a textura estranha, não era doce.
— E isso é a massa das tripas do peixe — Matteo diz e no mesmo instante eu cuspo sobre o prato limpando a boca e ouço sua risada ser mais alta, e vejo Beatrice e sua mãe e outras pessoas mais próximas me encarar com nojo da cena — era brincadeira, isso é apenas petiscos de queijo.
— Idiota — digo dando um soco em sua coxa por baixo da mesa e ele continua rindo da minha cara.
E a refeição era ostras, da pra ficar pior? Esse pessoal é tão rico e come só coisa nojenta, Matteo me observa, já sabendo que eu não comeria aquilo, me escoro na cadeira e vejo quando ele se inclina na mesa pegando uma tabloide de torta de frango imagino, e colocando sobre meu prato, quase próximo as ostras.
Eu sorrio agradecida e como, ouvindo ele e um dos seus tios conversarem sobre alguma coisa da empresa que eu não fazia ideia do que era. E vejo Geórgia se levantar encarando algo e me viro notando ser uma mulher morena de terninho feminino e saltos chegar.
— Eu já volto — Matteo diz se levantando, indo atrás da mãe dele que puxava a mulher pra fora dali, e franzo o cenho sem entender.
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REDLOVE / A cor mais quente
RomanceMatteo não esperava que sua vida fosse mudar depois de um simples acordo com sua melhor amiga, ele sabia que Madelaine aceitaria, só não sabia que ela se apaixonaria. E Madelaine é durona demais, pra assumir que ela caiu no papo dele, que ela é mais...