A atividade resultou prazerosa. O tapete já estava limpo, verdade seja dita. Mas como Micaela recebeu ordens e não queria problemas, levou-o para limpar novamente. Encontrou um espaço de sombras na área da lavanderia, arejado e seco. Abriu o tapete e pôs a menina sentada em cima. Lhe deu uma escovinha e ficou com uma. As duas se colocaram a conversar e a trabalhar juntas. Era agradável, simples e leve. Fazia Micaela se sentir bem e ver que a pequena estava tão radiante.
Enquanto isso dentro do castelo...
- Senhor. – Disse branca feito papel se aproximando. Joseph e Nicolas tinham um mapa em cima da mesa e conversavam intensamente, desenhando rotas. Joseph ergueu o rosto, os olhos verdes a sondando sério.
Nina gaguejava. Joseph a iria matar. Isso era certo. Dito e feito. Enquanto ela foi explicando o rosto dele foi se transformando, se tornando ainda mais duro. Até que ele interrompeu.
- Onde está minha filha, Srta° Nina? – perguntou com a voz dura, Nicolas observava os dois.
- Eu não sei senhor. – Admitiu olhando o chão. – Eu a deixei em seu quarto, sentada em sua cadeira e vim trazer a bandeja do café da manhã. Quando eu retornei à porta estava aberta e ela já não estava. – Joseph largou a pena que tinha nas mãos, e Nina estremeceu. – Eu já procurei em todas as dependências do castelo senhor, mas ela não está em nenhum lugar. Não poderia ter subido para as torres, então eu...
- Pensei que fosse paga para que Suri fosse assistida. - Rosnou atravessando a sala. Ele abriu a porta gritando o nome de alguém. – Acredita em deus, Srta° Nina?
- Sim senhor.
- Pois ponha-se a rezar para que minha filha esteja bem. – Aconselhou e a ameaça por trás daquilo foi evidente.
- Fique calmo, a menina deve estar por aí
- Por onde Nicolas? – perguntou já ofegando de raiva – Correndo por aí? Brincando? Eu não creio.
O homem que Joseph gritou chegou e ele mandou que se reunissem com os homens e dessem uma batida atrás de Suri. Ele próprio saiu a procura da menina, acompanhado por Nicolas
- Eu creio que já esteja bom. Vai terminar por esfolar. -Disse se deitando no tapete. Suri riu se deitando também.
- Os do meu quarto são como estes. – disse passando a mão no tapete. Micaela passou a mão no rosto cansada. Olhando as nuvens.
- Tens tapeçarias em teu quarto? – Perguntou estranhando.
- Claro, tu não tens no teu? – Perguntou confusa.
- Não. – Disse ainda olhando as nuvens – Tua mãe deve gostar muito de ti, tapeçarias como essas são caras sabes?
- Não conheci minha mãe. – Micaela virou o rosto, olhando-a. – Mas papai diz que como uma princesa, eu vou superar isso.
- Teu pai te chama de princesa? – Perguntou sorrindo.
- Todos me chamam. – Disse cada vez mais confusa. Micaela riu.
- E tu és. – disse olhando a cadeira de rodas atrás da menina. Era tão injusto e triste que Suri tão pequena não pudesse andar.
- Papai diz que quando eu tiver idade e ele não estiver mais aqui , eu serei rainha. – Comentou, e Micaela parou. Olhando para cima.
- Como é teu nome? – perguntou encarando a menina.
- Suri, já não o disse? – perguntou confusa.
- Teu sobrenome. – Disse um nervoso a apanhando tão violentamente que a fazia tremer. – Quem é o teu pai?
- Sou Suri Marie Plotnikova( Eu não me lembro do sobrenome deles então coloquei esse porque achei o sobrenome forte)
Micaela arregalou os olhos quase sufocando.
- Sou filha do Rei Joseph Plotinkova. O que foi Mica?
Mas Micaela tinha se levantado em um salto. Ofegava e recuou um passo, estava perdida.
- Não é possível. Tu estás morta. – Disse passando a mão no rosto, era o que achava. A filha de Joseph Plotinkova morreu com a mãe, era o que Hades dizia a todos do reino. Não era possível que aquela menina... Mas Micaela olhou o vestido que usava, os tecidos que usava eram finos e delicados. A cadeira de rodas, o cabelo...
- Não estou não. – disse se amparando nos bracinhos para poder levantar. Custou um pouco mas conseguiu. – O que há? – Micaela nem conseguia respirar, se aquela menina realmente fosse a princesa...
- Eu estou morta, morta. – Gemeu com o rosto em pânico. – Porque não me disse antes Suri?
- Porque tu não me perguntaste.
- Vão me matar. Preciso levar você de volta. Agora! – disse indo até a menina. Apanhou a cadeira de rodas pondo-a no lugar.
- Mas por quê?
- Não tenho tempo, já devem ter dado por tua falta! Deus, o que eu fiz? – Perguntou se abaixando para poder apanhar a menina.
Mas então ...
- PARADA! – Ordenou e Micaela gelou empedrada no lugar. – ENCONTREI A MENINA! – Gritou, informado a alguém.
Um dos soldados de Joseph pondo Suri na cadeira de rodas a levando-a dali. Então uma pancada forte atingiu o rosto de Micaela, e ela desmaiou.
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Se entregando ao inimigo
Romance" Eu nunca pensei que conheceria meu verdadeiro amor desse jeito. Primeiro vi seu lado demônio e depois seu lado anjo" Micaela, uma formosa plebeia. Sendo perseguida e cobiçada pelo rei de seu próprio reino, sendo sua única saída fugir. Agora fugir...