Capítulo 21

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Joseph, ao chegar fora direto ao seu quarto. Precisava de um banho. Estava ansioso para ver Micaela. Se ela estivesse gravida, agora já tido seu fim... Ele não gostava de pensar nisso. Preferia pensar na primeira opção. Ela não estava gravida e nunca saberia o que havia em seu prato. O estaria esperando, saudosa. Ele gostava de pensar nessa opção. Porém, foi com um estrondo que a porta do seu quarto abriu, enquanto ele ainda desabotoava o punho da camisa.

- VOSSA MAJESTADE! – disse ironicamente, após abrir as duas portas do quarto aparentemente com um murro. Havia um sorriso quase maligno em seu rosto.

Joseph parou, em choque vendo a imagem a sua frente. Micaela estava morta. Sua Micaela, a Micaela que ele aprendera a gostar, a respeitar, estava morta. Não era aquela mulher em sua frente. Aquela não tinha uma inocência em seu olhar, e parecia carregar o mundo nas costas. E o cabelo... Onde estavam os cachos que hipnotizavam ele? Ele não tinha reação ao vê-la parada ali.

- Micaela, o que... o seu cabelo... seu... meu deus. – ele não sabia como dizer.

- Oh, sim. Meu cabelo, está aqui alteza. – Foi então que ele percebeu o que ela tinha nas mãos, em uma um lençol e na outra... ah meu deus...É todo seu, sei que lhe agrada. – Ela se aproximou e colocou o cabelo cortado delicadamente nos pês da cama dele. – A proposito... – Ela apanhou o lençol que se arrastava no chão e o abriu em cima da cama dele. A mancha de sangue seco no tecido branco era grande. – Parabéns papai. – disse com a voz quase em um fio.

- Micaela... – suspirou, passando a mão no rosto. É claro que tinha que ser a opção mais difícil.

- Senhor? – perguntou debochada. Ela estava espumando de raiva.

- Não me chame de senhor. – tentou dizer, respirando fundo – Escute – como explicar? – Eu não a quis fazer mal

- Então envenenar meu filho foi um acidente? – perguntou falsamente curiosa.

- Não. Mas tente entender. Eu não podia assumir essa criança... – tentou dizer.

- VOCE NÃO TINHA O DIREITO DE MATA-LO! – gritou tremula de ódio – NÃO ERA SEU FILHO! ERA MEU! APENAS MEU! COMO PODE? JOSEPH EU CONFIEI EM VOCE! VOCE É UM MONSTRO!

- Não altere a voz para mim! – disse e o comando em sua voz era clara. Era um lembrete. Ele era rei, já ela não era ninguém.

- Eu cuidaria do meu filho, nunca pediria nem que você se dedicasse a conhece-lo. Mas foi mais fácil pra ti derrubá-lo como um inimigo, sem nem saber seu nome, sem nem ao menos ter visto seu rosto. – disse quase em um murmúrio.

- Era necessário. – disse, com a voz dura.

- É claro que era. Não vou gastar meu tempo com você. - disse passando a mão no cabelo, bagunçando a franja. Ele sentiu falta dos cachos. – Eu pensei que você era diferente. Depois de tê-lo conhecido, eu realmente achei que você so era uma vítima pelo que fizeram a Camila, mas não. Você é como Hades, Joseph. – disse com um olhar duro.

- Cala-te, minha paciência acabou, assim como teu show Micaela – disse se irritando.

- Não. Você vai ouvir. – disse pensativa. – Chame teus guardas e mande me matar se quer me calar, já que faz isso com facilidade. – disse debochada – Hades matou Camila porque queria derrubá-lo, tinha um motivo por trás. Mas Tu, realmente é pior que ele. Tu matas-te teu próprio filho para que todos não soubesse que você ENGRAVIDOU UMA CRIADA! - gritou furiosa.

- Tu não sabes o que fala. – rosnou. Ele respondia em arfadas.

- Eu sei de algo, sei que tenho pena de Camila. Realmente pena. – os olhos de Joseph eram duas placas verdes incrédulas. Ela ia mesmo confrontá-lo assim? Foi obrigada a se casar e dividir a cama com um homem repugnante e morrer porque era sua esposa. Sim, porque se não o fosse estaria viva. Vê? Quem se aproxima de ti ou morre ou se machuca. Deve ser triste, não é mesmo?

A bofetada que atingiu o rosto dela fez o rosto queimar em dor, mas ela riu. Joseph se afastou, as mãos em punho como se estivesse controlando, como se seu insistindo fosse de matá-la, mas ele estivesse lutando contra ele.

- Cale a boca, e saia daqui Micaela. Agora – ordenou.

- É claro, meu senhor. Antes quero devolver algo. - Ela retirou a chave do decote e jogou na direção de Joseph que se esquivou. – E a chave do quarto que o senhor me deu, eu não o quero mais, de a outra que esteja disposta. La esta todo o resto que tu me deste. O vestido, escapulário, os livros tudo. Se procurar direito pode encontrar até a alma do teu filho perdido por lá também.

- Você só está com raiva. – amenizou observando-a.

- Não estou. – disse agora falsamente controlada. – Vê isso? – ela abriu os braços e Joseph observou. O Corpo continuava o mesmo, mas a mudança no rosto e cabelo eram lamentáveis. - Foi tua obra. Conseguiu me destruir. Parabéns, majestade. Agora eu peço sua licença.

Joseph ainda estava atônito com aquele show quando ela parou na porta virando-se para ele.

- Uma última coisa... – disse pensativa. – Eu amei você. – A declaração de amor, mesmo naquele tom de voz e naquelas circunstâncias teve o impacto que teria no normal. – Eu o amei como eu não achei que fosse capaz de amar alguém. Tu podes estar incrédulo se lhe apraz mas eu daria minha vida por você! Eu realmente o amei. – finalmente as lagrimas caíram pelo rosto pálido dela, e ela as secou. – Parabéns por ter destruído isso também alteza. A única pessoa que realmente te amou, o odeia agora. Parabéns. – disse e se virou indo embora dali.

Joseph a viu se afastar, não correndo como antiga Micaela faria. andando calmamente, e sumir no corredor. Ele fechou a porta e olhou a cama. Puxou o lençol dela dali não queria ter que ver aquilo, mas o cabelo ainda estava lá. Ele se sentou respirando fundo para espantar a raiva, e passando as mãos nas têmporas. Ótimo

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora