Capítulo 92

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Micaela acordou, mas não sabia onde. E muito menos por quanto tempo permaneceu assim. Era uma cabana suja. Ouvia a voz de Suri gritando com alguém. Havia algo afiado contra sua barriga. Ela respirou fundo e ergueu os olhos, percebendo que era uma espada. Estava sentada em um banco com os braços amarrados. Um homem alto apontava a espada contra a barriga dela. Ela entrou em pânico.

- Não... não, não, não por favor, eu imploro! Não faça isso, por favor.!

- Eu tenho que fazer. – rosnou, ele tomou impulso com a espada prestes a rasgar a barriga dela.

- NÃO!!! – Micaela e Suri gritaram a ele, que arfou confuso.

- Não, por favor. Foi Hades não foi? – o homem a encarou. – Escute. Ele quer a mim. Apenas me dê tempo.

- Tempo?

- É tempo. Alguns dias até eu ter meu bebê. Eu...eu posso forçar.

- Forçar? – perguntou incrédulo.

- É, forçar. Ele só tem 6 meses, mas se eu tentar forçar o parto, pode funcionar. Deixe meu bebê nascer, entregue-o a Suri, e permita que ela volte para Joseph. – ela respirou fundo – Mate a mim, e leve até Hades. Apenas me dê alguns dias.

O homem parou um instante suspenso. Suri tentava roer as cordas para se soltar. Se debatia. Por fim, ele suspirou, largando a espada ao canto e deu as costas a ela. Micaela suspirou.

- Você não quer fazer isso. – percebeu, vendo o quão jovem ele era. – Tudo bem, qual é o seu nome?

- Henry. Alteza. Henry Maxwell.

- Porque está aqui, Henry? Seja qual for o trato que fez, Hades não irá cumpri-lo.

- Eu não fiz nenhum trato. Hades matou toda minha família. Meus pais, irmãos e sobrinhos. Ele quis Louise, minha irmã. Ela soube de ti, de que tinha fugido e ele não desistia. Então não relutou e se entregou a ele, mas o desgraçado a matou. Só me sobrou Emma, minha esposa.

- Ele a tem com ele?

- Não. Eu a escondi. Ela esta gravida também. Hades me prendeu, mas consegui escapar antes de ser preso. Me deu ordens para que eu a capturasse e atravessasse uma espada em sua barriga. Queria deixar seu corpo a mostra na floresta para que Joseph a encontrasse. Mas... eu não consigo.

- Aqui onde exatamente? – não havia muita coisa em volta.

- A floresta após a fronteira.

- Por que não se senta? Me conte sobre Emma.

- Bom, Emma é a mulher mais linda que eu já vi na vida. – ele sorri – Ela é cimenta, meio insegura, é romântica, e uma ótima dona de casa, meio meticulosa, muito carinhosa. Eu costumava levar lírios para ela todas as noites. É a sua flor preferida. Isso antes de escondê-la do mundo.

- Você é feliz. – Micaela observou

- Eu era. Nossa casa não era grande, mas era o suficiente para mim e para ela. Ela sempre estava feliz, sempre sorrindo. Quase teve um ataque ao contar sobre a gravidez, logo começou a chorar.

- Henry. Você sabe quem eu sou? – ele assentiu – Sabe quem ela é? – apontou a cabeça para Suri, que ainda lutava com as cordas. – Sabe que se nos fizer algo, Joseph o cassará ao inferno em pessoa, e o matará de forma mais fria e dolorosa possível.

- O que eu devo fazer? – ele estava angustiado.

- Me liberte. Venha comigo para o castelo. – ele riu debochado se levantando – Escute! Eu vou rogar perante Joseph, ele irá acolher você e Emma.

- Ele irá me matar.

- Não vai. Joseph não é assim. Suri pare de morder isso. – ordenou. A menina a olhou surpresa – Ele irá me escutar. Não vou permitir que machuquem você. Me leve de volta para casa. É sua única chance.

- Por quê? Por que está sendo gentil comigo? Tentei matá-la!

- Porque você não quer estragar sua vida assim. Sei que não quer fazer isso! Você é jovem. Tem uma vida pela frente. Se me matar, Joseph encontrará você. E acredite, não irá querer ver a fúria dele. Me leve para casa, Henry. Faça a coisa certa. – insistiu.

Henry encarou Micaela confuso. E se ela estivesse mentindo?

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora