Capítulo 100

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Micaela tentou de todas as formas libertar Suri do castigo, mas ainda não obteve sucesso. Ela e Joseph pareciam dois raivosos em chamas, em busca de alívio, mas ambos não iriam ceder. Micaela finalmente havia tido alta, após o resguardo, depois de tentar relutar Joseph a lhe entregar a chave em troca de uma noite com ela, já fazia tanto tempo! Ele com certeza cederia. Mas ambos relutam como dois turrões. Nada mais se disse, mas ali havia começado uma guerra!

Dias se passavam...

- Aqui. – disse entregando três camisolas a criada – Há uma linha de marcação. Quero-as para hoje.

- Por que está mandando cortar suas camisolas? – Cristal estava confusa.

- Aumente também o decote, pode ir. – a criada saiu. Ela se virou para Cristal – Porque eu preciso mostrar para Joseph que eu também sei brincar. – respondeu.

Quando Joseph entrou no quarto, já era noite. Micaela já estava deitada, os bebês dormindo. Ele sabia que ela não estava dormindo, mas não disse nada. Se aprontou para dormir, apagou as velas e se deitou. Ele já tinha os olhos pesados, o sono dominando-o quando ela se abraçou a ele. Normal, já tinha dormido. Ele passou o braço em seu ombro, acolhendo-a mais ainda em seu sono. Até que ela enlaçou as pernas com as dele, as penas dela de algum modo estavam nuas, macias, friccionando a dele. E ali ele soube que ela estava acordada. Suspirou fundo, seu corpo estava em combustão. Ela se estreitou contra ele, arfando levemente em seu ouvido.

- Deus. – ele chamou em silencio. Micaela se agarrou ainda mais a ele, e se aquietou. Só que já era tarde, o sono dele havia ido embora, e agora ele podia sentir cada pedaço da pele dela nua, quente e perfumada. Isso o inebriava. Ele trincou os dentes e ficou imóvel. Micaela, com a cabeça em seu peito ouviu a respiração arfada dele, sorriu de canto.

Joseph não dormiu aquela noite. Seu corpo parecia irritado, revoltado com afronta iminente. Quando o sol raiou, ele se soltou dela com cuidado para não a acordar e se levantou. Foi ver os bebês como de costume, todos os dias. Soltou o bracinho do filho que estava preso na mão da irmã, ambos dormindo. Ele deu um beijinho em cada um deles, e foi para o banho. A água fria começou acalmar seus nervos. Se Micaela pensava que irá vencer tão fácil, estava...

- Bom dia. – disse rouca, entrando no banheiro. Ele olhou de lado a camisola "melhorada", mas não deixou transparecer.

- Acordou cedo. – ele disse.

- Não dormi bem, e a cama ficou fria quando você saiu.

- Falando em dormir...George e Charlotte dormiram a noite toda dessa vez. – comentou achando graça.

O silencio durou quando ela escovava os dentes. Joseph a sentiu entrando no box, até que ela entrou no box, o abraçando.

- Gosto de como você acorda. A pele morna, macia. – ela beijou suas costas.

- Brincadeira tem limite, Micaela. Assim como o meu controle.

- Não tenho medo de você.

- Então não terá do que se queixar. – rebateu.

Micaela não disse nada. Distribuiu pequenos beijos pelo ombro dele, se demorando. Após alguns minutos, Joseph se esquivou dela, que o deteve com as mãos. Ele apanhou as mãos dela, retirando-as do seu peito, mas ela resistiu.

- Apenas me dê a chave. – sussurrou, beijando a nuca dele.

Ela nem viu, apenas sentiu o puxão forte em seu braço. Seus pés escorregando no piso, mas ele não a deixou cair, empurrando até que ficasse presa na parede, de frente para ele. Viu o susto no olhar dela.

- Eu não sou o tipo de homem com quem se deve brincar, Micaela. A essa altura você já devia saber disso. – rosnou, raivoso.

- E você devia saber que eu não desisto quando quero alguma coisa. – rebateu.

- Insista o quanto quiser. – desafiou. Ele se aproximou dela, a boca ficando próxima a dela. Ela fechou os olhos sentindo o hálito dele em sua boca, achando que iria beijá-la. – Você vai perder. – concluiu, se afastando dela. Micaela parou um instante para se recompor.

- Seu capricho por manter Suri presa é maior que seu desejo que tem por mim? – perguntou em tom baixo.

- Seu capricho por me afrontar é? – rebateu.

Micaela não respondeu. Apenas o fuzilou com os olhos, saindo do banheiro. Joseph sorriu de canto, voltando para o seu banho.

Duas semanas depois...

- IMPOSSIVEL!

- Se ele pensa que vou...

- Ela realmente enlouqueceu se acredita que...

- Só para não me dar a porcaria da chave! Suri está presa naquele quarto há dois meses, é um absurdo...

- Mas não, ela faz questão de amamentar na minha frente, então dorme com aqueles... pedaços de pano, sempre em cima de mim, é irracional que...

- Ele sai do banho quase sem roupa, sempre mostrando aqueles músculos fortes... e eu sou humana, ele não pode pensar que...

- Sempre se espreitando, se esfregando em mim, eu sou homem, quando eu perder o controle...

- JÁ CHEGA! – Nicolas berrou se levantando. Robert riu. – Eu não aguento mais isso! Está me fazendo imaginar sua mulher se esfregando em mim de camisola, e acredite em deus, você NÃO QUER que eu pense nisso. – avisou exasperado, Robert riu mais ainda.

- Porque... por que você não faz as pazes com ela? – Robert questiona, achando graça a reação de Joseph.

- Ela está jogando. Eu não vou perder.

- Arranque os cabelos então. Se quer enlouquecer ótimo, mas não vai me levar junto. Onde está Samantha? – ele caminhou até a entrada do corredor – SAMANTHA! – gritou. Robert passou a mão do cabelo, vermelho de tanto rir.

- Está com Vanessa e Cristal. Pare de gritar, onde está Zach?

- Eu tenho cara de quem sei de Zach?

- Joseph... faça as pazes com Micaela, ou meu sexto sentido me avisa que alguém aqui vai se machucar. – Robert colocou a mão na barriga, a cabeça caindo para trás.

- Eu não vou perder... – esse era o defeito de ser rei. Havia paciência e resistência para batalhas, por mais dolorosas que fossem.

- Eu... eu vou perder. Vou perder a paciência com você. Vou atrás da minha esposa, com licença. – e saiu.

- Nick, deixe Samantha em paz. – Robert disse com a cabeça no corredor. Ouviu um "CUIDE DA SUA VIDA" em resposta – Tudo bem. – disse divertido.

- Eu não vou perder. – Joseph decidiu, dando um pequeno murro na mesa, e se levantou saindo.

Micaela também estava convencida disso. Vamos ver então.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora