Capítulo 103

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Na torre...

Nina olhava os bebês. Estavam acordados, quietinhos. Ela correu, abrindo as gavetas, procurando em todos os cantos, até que encontrou 11 frasquinhos de vidro com um líquido branco, opaco. A seiva da flor. Ela sorriu consigo mesma, apanhando dois deles.

- Contos de fadas nem sempre tem finais felizes, Micaela. – disse tirando a tampa de um dos frascos. Ela o substitui por um bico da mamadeira.

No outro corredor...

- Micaela! – Vanessa a chamou, aparecendo atrás dela. Micaela se virou, assustada.

- Precisa parar de fazer isso. – disse com a mão no peito.

- Me dá um abraço? – perguntou com um sorriso angelical. Angelical demais.

- Claro. – ela sorriu e abraçou a outra. Vanessa sorriu, apertando o abraço – Aconteceu alguma coisa? – ainda estavam abraçadas.

- Não. Eu só precisava disso. Na verdade, Zach precisava disso. – ela se separou abaixando o rosto brevemente, o perfume que tina agora era de Micaela. – Enfim, obrigada. – ela deu as costas e sumiu.

- De nada. – disse estranhando, e deu as costas, subindo as escadas.

Micaela estava distraída, pensando em tudo. Sua vida perfeita, amava Joseph, seus bebês estavam saudáveis, Suri estava livre. Apenas a notícia da guerra se aproximando, a assustava. Mas com Zach junto a eles, ninguém se machucaria. Ela abriu a porta do quarto e seus olhos se arregalaram. Nos pés da cama havia um frasco com o líquido branco opaco, que Micaela reconhecia bem.

Do outro lado, Nina com George no colo, e nas mãos a mamadeira com o líquido da planta, oferecendo ao menino.

- NÃO!!! – gritou apavorada.

George se assustou. Nina arrancou o bico da mamadeira.

- Um grito e eu viro tudo na boca dele. – avisou e Micaela tinha as mãos atadas.

- Por favor. Eu faço o que você quiser.

- A rainha implorando? – ela debochou. – Essas crianças não eram para ter nascido. Eu só deixei você entrar aqui porque Hades não queria te perder de vista. Mas claro que você teve que reverter tudo.

- Hades? O que Hades tem a ver com isso? Nina, me dê o George, por favor. – disse avançando. Nina abriu a boca do menino a força, levando a garrafa.

- Nem mais um passo. – Micaela parou e se afastou. – Sim, Hades. Fui eu quem deu o sinal sobre Willow Creek, estraguei tudo e coloquei culpa em você. Mas você se sobreviveu!

- Você é a espiã. – murmurou ainda paralisada. Queria gritar. Apenas um grito dela, Vanessa ouviria.

- Desde a época de Camila. Eu quem levava os bilhetes. Mas você atrapalhou tudo. Primeiro enlouqueceu, aprontou comigo e eu acabei como escrava e você rainha! Como pode? – ela parecia desiquilibrada.

- Coitada de você, Joseph irá matá-la. Me dá meu filho, Nina.

- Se não o que? – desafiou – Porque você não morreu naquele maldito parto! Porque essas crianças tinham que ficar saudáveis e crescer, não faz sentido. – rosnou. – Mas tudo bem, vossa alteza. Não podemos deixar as crianças com fome. Vamos alimentar os bebês. – disse sorrindo diabolicamente.

Ela levou a garrafa até a boca de George. Micaela sentiu um ódio violentou ao ver o menino se contorcendo, virando o rostinho. Parecia que estava cega. Ela simplesmente partiu para cima de Nina. Com um murro derrubou a garrafa. Nina largou George de crueldade, fazendo o menino cair no chão. Micaela tentou segurá-lo, mas Nina a puxou e as duas estavam entre tapas e socos.

- VANESSA, SOCORRO! – ela finalmente conseguiu gritar.

Mas era uma pena. No mesmo momento estava acontecendo outra briga...

- ACONTECE QUE EU NÃO AGUENTO MAIS O SEU DESCASO! – disse raivosa.

- Descaso? DESCASO? – Zach rugiu, raivoso.

- CALE A BOCA! – disse franzindo o cenho.

- O que disse? – estava incrédulo.

- Pensei ter ouvido alguém me chamar. – disse tentando ouvir, mas não havia nada.

- Não estamos em casa. Isso é uma é uma guerra, esqueceu? – Vanessa virou o rosto. Estava furiosa.

- Fui tua mulher antes dessa guerra explodir!

- EU NÃO TE DEIXO FALTAR NADA! – explodiu abrindo os braços – Vanessa, o que você quer?

- EU SÓ QUERO MEU MARIDO! NÃO ESTOU ACOSTUMADA A SER DEIXADA DE LADO ZACH, VOCÊ SABE DISSO!

- Estou fazendo o que posso, mas não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, por deus.  Se não me engano, estou em sua cama todas as noites. – disse maldoso.

Vanessa lhe deu um tapa. Zach hesitou por um momento. Ninguém nunca havia lhe batido.

- Nunca mais... nunca mais fale comigo desse modo. – avisou, cheia de ódio.

- Você ficou maluca? – os olhos dele estavam completamente dilatados.

- Revide, Zach. – desafiou se aproximando – Me bata, faça alguma coisa. Qualquer coisa.

- Eu seria capaz de matá-la agora, Vanessa. – grunhiu.

- Pensei que me amasse. – debochou.

- E eu amo. É por isso que eu vou sair daqui, para não fazer nada de que eu me arrependa, e que eu não possa reparar depois. – ele recuou saindo.

- VÁ. VOLTE PARA SUA MALDITA GUERRA. PELO MENOS ELA VOCÊ PODE ORDENAR! – Zach parou por um instante, ofegando, então ela foi arremessada com força na cama, batendo a cabeça na cabeceira da cama. Ela gemeu.

- Você nunca mais se atreva a bater. – avisou nos pés da cama – Eu a amo, mas não me responsabilizo mais, Vanessa.

- SUMA DAQUI! – rosnou com a mão sob a cabeça. Ele deu as costas e ela se deixou cair na cama, respirando fundo. O que estava acontecendo com o seu casamento.

No jardim...

- Sam, o que foi? Está preocupada, receosa – cristal percebe o modo como Samantha está.

- Posso confiar em você, Cristal? – perguntou se virando para ela.

- É claro. Qual é o problema?

- Eu estou sim, receosa. Pode se dizer apavorada.

- O que houve? – insistiu.

- O garoto, Henry. – lembrou, Cristal assentiu – Eu me deitei com ele – Cristal arregalou os olhos – Quatro vezes. – Cristal estava pálida.

- SAMANTHA! – exclamou, escandalizada.

- Os olhos dele são tão azuis! – repetiu passando a mão no cabelo. – É delicioso, posso garantir – ela piscou – Mas pode entender o que Nicolas fará se descobrir o que eu fiz? – respirou fundo.

Parece que era o tempo dos casamentos ruírem.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora